quinta-feira, 30 de junho de 2022

A SÉTIMA ARTE NA ESCOLA! - «TRILOGIA DA INFÂNCIA» DE REGINA PESSOA (III)

 «Fotografia é verdade.
Cinema é verdade vinte e quatro vezes por segundo.»

(Jean-Luc Godard)

          Deixamos à apreciação dos leitores deste blogue mais três poemas, os últimos, que os alunos das três turmas do 9.º ano escreveram, inspirados nas curtas-metragens da realizadora portuguesa Regina Pessoa. Essas curtas foram visualizadas na Disciplina de Cidadania e Desenvolvimento e, novamente, na disciplina de Português, no âmbito do projeto «A sétima Arte na Escola!».

          Daí nasceram poemas verdadeiramente belos e que expressam muito bem os medos e os sonhos das três personagens principais daqueles filmes de animação:

 a criança na noite

                                            a menina-pássaro

                                                                        o vampiro com o «coração» nas mãos

A NOITE,
de Regina Pessoa.
(1999)

A NOITE

Ar vinha na noite escura…
Ouviam-se as corujas a piar,
E não queriam abrandar,
Parecia noite pura.

A menina vai para a cama dormir,
Mas coitada não consegue sorrir.
A mãe não se despede dela
E nem se atreve a dar uma espreitadela.

A filha se assusta
E começa a ouvir barulhos.
Coitada estava em sarilhos,
Pois a noite mostrou-se injusta!

Mal fechava os olhos,
Encobria-se com a manta.
A noite não parecia santa,
Havia monstros aos molhos.

A porta abriu
E a menina ouviu.
A mãe aparece com uma vela,
Ia com muita cautela.

A mãe canta e a
menina encanta.
A jovem se tranquiliza
E chega a harmonia…

A filha adormece,
O sonho que comece!
A mãe desaparece,
Mas o medo já não favorece.

 Tomás Albano, 9.º C, n.º 14.


HISTÓRIA TRÁGICA COM FINAL FELIZ
de Regina Pessoa.
(2005)

EU TENHO UM CORAÇÃO

eu tenho um coração
que bate tão rápido
como um falcão

o barulho é diferente
por isso o ódio
dos meus vizinhos
é recorrente

estou sozinha
quero um dia
voar para o
meu ninho

ao longo do tempo
eles vão-se habituando
e as asas eu vou ganhando

 David Nobre, 9.º C, n.º 7.


KALI, O PEQUENO VAMPIRO
de Regina Pessoa.
(2012)
 
SOLIDÃO NO ESCURO
 
Eu sou Kali, o pequeno vampiro
E vivo na escuridão
Sou uma criança diferente
Que conhece a solidão

Eu não quero ser vampiro
Como se a noite fosse a única realidade
Mas a escuridão que transforma todos os seres
É a única maneira de viver a minha verdade

Eu queria ser como as outras crianças
E brincar com muita alegria
Mas só a lua me traz a claridade
Que eu desejo viver de dia

Roubo coisas aos outros meninos
E desejo ser uma criança normal
Mas sou um vampiro não posso mudar
A minha condição habitual

Joel José, 9.º A, n.º 8.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

ESCRIT@TOP.COM - TEXTO DE OPINIÃO «O HERÓI E O MEDO»

        
Ó gente ousada, mais que quantas/
No mundo cometeram grandes cousas.

        (in «Os Lusíadas», Luís Vaz de Camões.)

 O HERÓI E O MEDO 

         Na minha opinião, o verdadeiro herói d’«Os Lusíadas» é Vasco da Gama e a sua tripulação, porque são apresentados por Luís Vaz de Camões de forma a receberem ajuda dos deuses e demonstrarem o que é realmente ser herói.                               
Vasco da Gama e os seus marinheiros foram ajudados pelos deuses, algo que, numa epopeia, não poderia ser protagonizado por um mero alguém, mas sim por pessoas com capacidades extraordinárias, heroicas, o caso dos marinheiros portugueses, os pioneiros das explorações marítimas, pessoas que nessa época tornaram Portugal prestigiado, características que os deuses (Vénus, Marte) tomaram como bom sinal para os ajudar…
Para aquela tripulação ser heroica, ela teve de superar os seus medos, algo que foi cumprido, mas com sacrifício e, por vezes, riscos, como, por exemplo, deixar a família para ir navegar por mares desconhecidos e distantes, um pensamento que nem todos conseguiriam digerir. Sem contar com o que a imaginação do homem pode fazer: deixar o medo tomar conta de alguém. São os nossos «Adamastores»!
Hoje em dia, o espírito dos «marinheiros heroicos» ainda não morreu, porque vemos muitas pessoas portuguesas com paixão pelo mar e a mudarem-se para outros sítios, a emigrarem, a aventurarem-se sem medo para lugares longínquos. É disso que Portugal ainda vive, da curiosidade, de saber, da busca, e da ânsia pelo prato da recompensa que mais tarde virá.
Em suma, os marinheiros portugueses são os heróis d’«Os Lusíadas», porque têm tudo para serem considerados heróis, o que ainda se vê hoje em dia, com a determinação e a coragem do nosso povo nos momentos difíceis.

 Ricardo Medronho, 9.º B, n.º 12.

 IMAGEM: Miradouro de Santa Catarina, Lisboa (O Adamastor e o Homem).
@N. Lemos. 

terça-feira, 28 de junho de 2022

FESTA DA LUSOFONIA! «VERÁS NA MINHA LÍNGUA A OUTRA MARGEM.» - (VI)

 FESTA DA LUSOFONIA!

«Verás na Minha Língua a Outra Margem.»

 BRASIL

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça,
É ela, menina
Que vem e que passa,
Num doce balanço
A caminho do mar. 

                          (Vinicius de Morais/ Tom Jobim, «Garota de Ipanema».)

Fonte das Imagens:
(Pelé, Melhor Jogador do Século pela FIFA: 2000.)
(Chico Buarque, Prémio Camões 2019.)

Já ouviste falar de (a) Oscar Niemeyer? E de (b) Machado de Assis? (c) Elis Regina? (d) Ayrton Senna? (e) Tarsila do Amaral?

(a)  Arquiteto muito famoso!

(b)  Para alguns, o maior escritor brasileiro de sempre.

(c)   Considerada uma das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos…

(d)  Piloto de Fórmula 1, muito premiado internacionalmente, com um fim trágico e prematuro…

(e)  Um dos nomes incontornáveis da pintura brasileira!

Já se te perguntarmos se conheces Ronaldinho Gaúcho, Ivete Sangalo, Fernanda Montenegro, Gisele Bündchen ou Paulo Coelho, poderás estar mais perto de acertar algumas respostas, certo?

Pois o que todos têm em comum é serem, ou terem sido, artistas e/ou personalidades famosas do país que tem o Carnaval mais conhecido em todo o mundo e que abriga praticamente 50% daquele que é o pulmão do mundo, a Amazónia.

Esse país é o Brasil e foi escolhido pelo aluno Gil Matos e pelo seu colega Lauro Vicente, ambos do 9.º A, para fazerem um vídeo no âmbito da celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 de maio).

O resultado final foi um entusiasmante trailer!

Convidamos-te assim, pela última vez, a uma viagem pelo mundo da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), agora até ao outro lado do imenso Oceano Atlântico... Pode ser que um dia, lá no futuro, esses alunos se tornem realizadores de cinema e façam o filme Brasil, o nosso irmão lusófono!

Sessão de cinema já marcada, verdade?

sexta-feira, 24 de junho de 2022

ESCRIT@TOP.COM - TEXTO DE OPINIÃO: SERÁ IMPORTANTE APOSTAR NA EXPLORAÇÃO DO UNIVERSO? (TEXTO III)

 

«Se não existe vida fora da Terra,
então o universo é um grande desperdício de espaço.»

 (Carl Sagan)

SERÁ IMPORTANTE APOSTAR NA EXPLORAÇÃO DO UNIVERSO?

Essa é uma pergunta muito complicada, algo científica, ou talvez um assunto em relação ao qual temos todos direito a ter uma opinião. Eu, decerto, não sou cientista, porém, sou a favor da exploração daquilo que está fora do nosso alcance.
Desde os primeiros tempos na Terra que o Homem tende a explorar para além do seu território. Aos homens que exploravam para além das suas capacidades e conhecimentos damos o nome de «pioneiros». Um exemplo de pioneiros somos nós, os portugueses, na época dos Descobrimentos. Outro exemplo de pioneiro é a NASA, com o primeiro homem a pôr o pé na Lua.
A exploração de novos territórios nunca fez mal a ninguém, pelo contrário, apenas fez bem. O Homem quer sempre descobrir mais. Astrofísicos, engenheiros, astrónomos, etc, apostam todos na exploração do universo, buscando mais conhecimento. Tratam-se de pessoas sábias. Logo, se eles são favoráveis a essa exploração, eu também hei de apostar nela.
Outro dos motivos pelos quais sou a favor da exploração espacial é o facto de acreditar que num país longínquo haja seres vivos, como na Terra. Não estou a dizer que acredito em extraterrestres, em absoluto. Mas era engraçado ter um amigo assim. Se fosse descoberta uma nova raça extraterrestre, o Homem teria mais por onde apostar, novos caminhos.
Eu poderia, então, ficar aqui horas a afirmar o porquê de ser a favor da aposta do Homem na investigação do Universo, porém aborreceria muitas pessoas. Assim sendo, continuarei a sonhar com o meu amigo de outro planeta. Quem sabe, um dia, venha a descobrir um.

 Riana Venda, 9.º C, n.º 12.

FONTE DA IMAGEM: https://pixabay.com/pt/photos/et-extraterrestre-criatura-figura-2006631/

quinta-feira, 23 de junho de 2022

SELO CURIOSO 29 - HISTÓRIA (REGICÍDIO)

A coleção de selos antigos que está à guarda da biblioteca escolar continua a incentivar o trabalho de pesquisa e a produção de textos por alguns dos nosso alunos.

O selo que a seguir se publica, faz parte da emissão «Museu Nacional dos Coches», publicada em 1952, representando o Coche da Embaixada (século XVIII), um dos carros triunfais da embaixada que D. João V mandou a Roma em 1716.

Este selo, que três dos nossos alunos do 2.º ciclo associaram imediatamente ao tempo «dos reis e das rainhas», incentivou-os a realizar uma pesquisa sobre os acontecimentos que conduziram ao fim da monarquia em Portugal, um dos temas que estavam a estudar na disciplina de História e Geografia de Portugal, orientados pela professora Débora Boto.

O texto coletivo que produziram narra-nos, de uma forma clara e sintética, como tudo se passou.

D. Carlos foi assassinado, juntamente com o seu filho mais velho D. Luís Filipe. A família real regressava de Vila Viçosa e seguia num coche aberto, quando o monarca e o filho foram alvejados a tiro.

O Regicídio, ocorrido em 1908, foi a data da morte do Rei D. Carlos I e do seu filho Luís Filipe. O atentado foi preparado por um pequeno grupo de conspiradores ligados à Carbonária portuguesa, a sociedade secreta e revolucionária que estava, na altura, associada ao movimento republicano. Os acontecimentos ocorreram a 1 de fevereiro de 1908 na Praça do Comércio, junto ao Rio Tejo, em Lisboa, vulgarmente conhecida pelo seu antigo nome de Terreiro do Paço.
Este assassinato marcou profundamente a História de Portugal, assinalando o fim da última tentativa séria de reforma da Monarquia Constitucional e criando uma nova onda de violência na vida pública do país.
Após este acontecimento, subiu ao trono D. Manuel II, filho mais novo de D. Carlos, com apenas 18 anos de idade. Devido à tenra idade, D. Manuel tinha uma fraca preparação para governar e teve muitas dificuldades em repor a ordem no país e em conter a fúria republicana contra a monarquia. Estavam reunidas as condições para uma revolução e a Implantação da República Portuguesa.

Informação retirada de: 


Autoras do trabalhoLisa Ferreira, 6.º A; Catarina Carneiro, 6.º A; Mariana Silva 6.º A.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

EU, LEITOR(A), SUGIRO «O ANIBALEITOR»

 

        E o Anibaleitor saiu da sombra. O luar embateu no seu rosto, se é que se podia chamar rosto àquela massa enorme e negra, maior que um portão, inclinada à minha frente.
(in «O Anibaleitor», Rui Zink.)  
  

«O Anibaleitor», um livro de Rui Zink recomendado para o 8.º e 9.º ano, não está perto da realidade, o que se vê logo pelo título. Mas faz-nos pensar em muitas questões do dia a dia, relacionadas com a leitura.

De facto, mesmo não sendo um livro muito realista, consegue atrair os alunos, pois é muito interessante e fácil de ler. Conta a história de um jovem que, fugindo à «Guarda do Reino», embarca numa viagem em busca de um famoso e misterioso animal, o Anibaleitor.
Sendo um livro que fala de um animal, que sabe ler, parecido com um gorila, lembra às pessoas um pouco mais velhas de um filme chamado «King Kong», pois tem bastantes semelhanças, começando com a do gorila, a ilha esquecida e, por último, a chegada do jovem à ilha e o aprisionamento do animal. Felizmente, o monstro foi solto pelo rapaz, que acabou por se tornar escritor!
Rui Zink fez deste livro uma boa novela, pois é divertido e, ao mesmo tempo, didático, já que fala do amor pelos livros e da importância da leitura.
Resumindo, «O Anibaleitor» é um livro interessante, bastante compreensível, que atrai os alunos e que acaba por ser bastante «familiar» para certas pessoas.

 Manuel Rosa, 9.º C, n.º 7 

domingo, 19 de junho de 2022

A SÉTIMA ARTE NA ESCOLA! - «TRILOGIA DA INFÂNCIA» DE REGINA PESSOA (II)

 «À partida, os jovens e os estudantes são pessoas abertas à novidade e que gostam de experimentar. E o cinema – muito especialmente o cinema de animação – tem essas características.»

                                                                                    (Fernando Galrito)

A NOITE,
de Regina Pessoa.
(1999)
Fonte da imagem: 

A SOMBRA MATERNA
 
Com tudo apagado,
uma sombra materna, grande e silenciosa.
Aproxima-se de mim
na escuridão apavorante.
 
Então, a minha imaginação abundante
cria deformidades constantes:
sem um abraço ou meiguice,
partiu dali como se eu não existisse.
 
Esbugalhados estão os meus lumes.
Com medos e queixumes
mostram-me inquietos
monstros em objetos.
 
E novamente uma sombra, agora protetora,
acompanhada por uma luz brilhante
e uma canção aconchegante,
trazendo um ar relaxante
numa noite escura…
 
Jéssica Ramos, 9.º C, n.º 1


HISTÓRIA TRÁGICA COM FINAL FELIZ
de Regina Pessoa.
(2005)

Fonte da imagem: 

UM BARULHO ROMPEU A CALMA NOITE

Um barulho rompeu a calma noite:
uns pensavam ser ilusão,
no entanto, era o bater do meu coração.

Julgavam eles que eu estava a alucinar.
Mas pássaro sou e quero voar
nua pelo simpático céu,
sem mesmo um chapéu.

Então, libertei-me. Pensaram que eu tinha morrido,
mas na verdade eu havia renascido
na minha forma original:
a de um pássaro normal.

Pensaram que não me iam voltar a recordar,
Mas agora não conseguem descansar.
Porque afinal o meu coração
Sempre carregou muita paixão.

 Assim acaba a minha história:
Sou um pássaro que fica na memória.

 André Sampaio, 9.º B, n.º 2


KALI, O PEQUENO VAMPIRO,
de Regina Pessoa.
(2012)

Fonte da imagem:

KALI, O PEQUENO VAMPIRO

Escuridão, uma natureza do mal, 
mas só que esta não era igual.
Odeio ter nascido diferente,
o que eu queria era ser como toda a gente.

Todos têm amigos,
todos têm com quem brincar;
este é o sonho de todos,
mas só Kali não tem com quem ficar.

A noite rouba o sol,
como a solidão me rouba a alegria.
Eu moro no paiol,
porque o meu sonho é viver de dia.

Quando me veem,
veem uma aberração,
sem qualquer coração,
só com o desejo de ir para o Além…

Não há lugar para mim!
Nem para outra criança peculiar,
porque julgar é o que está a dar,
e no final descobrimos que é assim.

 Afonso Pinto, 9.º A, n.º 1

quinta-feira, 16 de junho de 2022

DESAFIO DE ESCRITA: BARALHO DE CARTAS - TEXTO I «O MENINO E O BEBÉ»

As turmas do 5.º ano foram desafiadas pela professora Débora Boto para uma tarefa de escrita  original, que apela à resiliência, à criatividade dos alunos e à sua capacidade de trabalhar em grupo.

Tudo começa com um conjunto de cartas, cada uma delas com uma figura diferente, que são dispostas na mesa de trabalho com a figura para baixo.

Organizados em pequenos grupos, os alunos retiram uma carta e dão início à construção da história. Acabada a exploração da imagem dessa carta, retiram outra carta e dão continuidade à história e assim sucessivamente.
A ideia é construir, em grupo,  uma história que faça sentido até à última carta. 
A ordem das cartas nunca pode ser alterada e não pode ser modificada nenhuma das ideias anteriormente construídas.
Segundo a professora, para alem dos objetivos associados ao desenvolvimento das aprendizagens essenciais da disciplina de Português, pretendia-se, com esta estratégia,  «que os alunos conseguissem aceitar as ideias do grupo, dessem asas à imaginação e conseguissem respeitar as regras do jogo». 

TEXTO I - O MENINO E O BEBÉ

                                      

Numa noite de luar, um rapaz chamado Diogo foi verificar se estava tudo bem com o leque que ia oferecer à sua mãe.

Passado muito tempo, o Diogo foi ver as horas porque achava que era tarde, pois tinha ficado toda a noite a pensar no seu coração partido. Então, foi à floresta, fazer uma fogueira para se aquecer.
No caminho de volta para casa, o Diogo encontrou uma bolsa vermelha, que tinha um bilhete dentro, a dizer que havia um bebé perdido no parque. Ele foi buscar o bebé e levou-o para casa. Sem saber o que fazer, voltou à floresta, para ver se encontrava lá alguém, mas, ao invés disso, encontrou uma pedra do tamanho dele, que em nada o poderia ajudar.
Então, lembrou-se que havia na vila uma fonte dos desejos, foi lá e desejou ajuda.  A fonte disse-lhe assim:
- Ajuda procurarás e ao ponto mais alto irás!
E o Diogo assim fez e levou o bebé.  Passados dois dias a caminhar, finalmente lá chegaram.
No topo encontrou uma casa de lenhador e bateu à porta. Apareceu um homem, com barba branca e cara assustadora que perguntou o que eles faziam ali. O Diogo respondeu:
- Venho procurar ajuda, em nome da fonte mágica da minha vila.
           E o lenhador respondeu:
- Em que poso ajudar, meu caro?
- Venho perguntar se conhece este bebé.
- Sim! É o meu e único filho! Muito obrigado!

Autores do texto:
Grupo 1 (5.º A): Bruno Branco, n.º 3; Courtney-Mai, n.º 4; Gustavo Marques, n.º 8; Sean Norton, n.º 15. 

DESAFIO DE ESCRITA: BARALHO DE CARTAS - TEXTO II «AMOR ESQUELÉTICO»

TEXTO II - AMOR ESQUELÉTICO

Numa bela noite, um esqueleto apaixonou-se por uma rapariga de nariz grande e de olhos verdes. Ela tinha um leão de estimação com nariz azul e uma juba amarela e laranja.

Às três horas da tarde encontravam-se junto à janela do quarto dela. Dali avistava-se uma gruta. Dentro dela havia uma carroça abandonada e lá vivia uma serpente falante, que guardava uma espada de um rei. Eles decidiram ir à gruta, falar com a serpente, que lhes disse que lá havia uma fonte dos desejos.
Então, como estava a ficar tarde, decidiram lá ficar. Como fazia muito frio, eles pediram à fonte uma fogueira.
Como o esqueleto amava a rapariga, ofereceu-lhe uma mala rosa e ficaram juntos para sempre. 

Autores do texto:

Grupo 1 (5.º B): Afonso Maio, n.º 1; Beatriz  Pessoa, n.º 3; João Marques, n.º 12; Maria João, n.º 16. 

DESAFIO DE ESCRITA: BARALHO DE CARTAS - TEXTO III «O MENINO»

TEXTO III - O MENINO

Numa noite de luar, uma criança dormia no seu leito e sonhava que era um artista. No mesmo sonho, imaginava que cortava um ligeiro e macio tecido,  com uma tesoura, e fazia uma bela fatiota. De repente, ouviu um sino e acordou.

Nessa bela manhã, colorida e brilhante, comeu ao pequeno almoço uma maçã deliciosa. Depois, a sua mãe mandou-o varrer a casa, pois ia trabalhar. Também lhe disse que a comida estava a cozinhar e que, quando fervesse, apagasse o fogão, mas ele esqueceu-se e, quando se lembrou, já estava bastante queimada. Nem pensou no que iria fazer para remediar. Só pensou em ir buscar as suas coisas, para ir no comboio para a escola. No caminho, de repente, começou a nevar e, entretanto, foi acalmando, até que chegou à escola.
Na escola, iriam apresentar uma peça de teatro sobre uma igreja, que se localizava no cimo de um monte, onde morava um cão muito meigo e valente que, ao luar, uivava sem parar. O cão estava sempre a olhar para uma montanha até que, um dia, desapareceu. Todos os aldeões o procuraram e foi, por sorte, que um menino, chamado Júlio, o salvou. Coincidentemente, era o nome do menino do início da história. Quem iria fazer o papel da personagem da peça da escola era o menino.
Quando foi à casa de banho, o menino encontrou uns sapatos molhados e ficou curioso para saber  de quem eram. Depois, viu um vulto a mexer, a ligar e desligar as luzes, ficou muito assustado. De seguida, uma caneta levantou-se e escreveu no espelho: «ATÉ AO  PRÓXIMO EPISÓDIO».

Autores do trabalho:

Grupo 2 (5.º B): Beatriz Duarte, n.º 2; Guilherme Guerreiro, n.º 10; Dinis Marques, n.º 4; Francisco Petreques, n.º 7.

DESAFIO DE ESCRITA: BARALHO DE CARTAS - TEXTO IV «UM DESAFIO ESPECIAL»

TEXTO IV - UM DESAFIO ESPECIAL

Era uma vez um  cavaleiro chamado Henrique que foi a um torneio de tiro ao alvo. Um dos desafios desse torneio era montar uma tenda com materiais naturais. Quando estava à procura dos materiais de que ia precisar, encontrou uma caixa, abriu- -a e encontrou lá uma chave e um bilhete que dizia:« Procura a porta secreta e abre-a antes do anoitecer».

Procurou, procurou, até que encontrou uma porta verde, que estava fechada, pegou na chave e abriu-a. Lá dentro estava um homem com um chapéu grande e preto, que tinha uma carta na mão que dizia: «Vai até ao mar e pesca o maior peixe que encontrares».
Quando foi pescar encontrou um ovo gigante. Como viu que era oco, começou a abri-lo. Lá dentro tinha um desafio: «Encontra os binóculos mágicos e, com a sua ajuda, encontra a garrafa perdida».
Depois de algum tempo, avistou os binóculos mágicos. Quando olhou lá para dentro, viu a garrafa perdida ao pé de uma janela de uma fábrica. Na outra janela estava uma velha, com uma ar muito suspeito, a pentear-se com um pente e a abanar- -se  com um leque.
Quando o cavaleiro ia abrir a porta da fábrica, a velha abriu-a antes dele, e ele caiu. A velha levava um carrinho de bebé que parecia ser roubado e o Henrique correu atrás da velha. Quando a alcançou a velhota disse:
- Desafio completado.
O Henrique,  quando ouviu isto, percebeu que era um desafio. E assim ganhou um troféu.

Autores do texto:

Grupo 3 (5.º B): Diogo Quinta, n.º 5; Eva Santos, n.º 6; Margarida António, n.º 15; Martim Duarte, n.º 17; Lara Ramos, n.º 13.

DESAFIO DE ESCRITA: BARALHO DE CARTAS - TEXTO V «A HISTÓRIA DE UMA FORMIGA»

TEXTO V - A HISTÓRIA DE UMA FORMIGA


Um dia, uma formiga estava a passear nos bosques da floresta quando, de repente, encontrou uma árvore enorme e mais bonita do que o resto das árvores, o que chamou a sua atenção.

Quando chegou mais perto da árvore, já era quase de noite e, no momento em que viu um buraco, pensou para si mesma que era naquele lugar que ia ficar a noite. Encontrou um resto de tecido e um pouco de penas para fazer uma almofada para passar a noite.
Quando amanheceu, decidiu ir explorar aquela parte da floresta, agarrou-se a uma folha e esperou que viesse uma ventania que a levasse para algum lado. Quando aterrou, visitou uma casa pequena e silenciosa, com um lago pequeno, cheio de nenúfares com muitas flores. Como a formiga lia muitos livros mágicos, lembrou-se de um livro que tinha lido, havia cerca de vinte dias, que dizia que se entrasse num nenúfar ia parar dentro de uma casa com paredes brancas e um rato que a ia levar para um castelo brilhante e cor de rosa… Como a formiga gostava de arriscar por coisas desnecessárias, ela saltou para cima do nenúfar, mas faltou-lhe impulso e caiu dentro do lago, que para nós é pequeno, mas para a formiga era um oceano sem fim.
Foi nesse exato momento que apareceu uma mão de um humano que a segurou para não se afogar. De seguida, a mão foi-se embora, mas deixou-a em cima de um tapete com gravuras de elefantes. Logo que saiu daquela situação, olhou em volta, o tapete levantou-se e entrou num tipo de portal. No momento em que o tapete entrou e começou a andar às voltas, reparou que estava sendo seguida por uma abelha. A viagem foi muito comprida, mas, de repente, o tapete pousou num tipo de caverna com uma luz muito forte vinda do final da caverna.
Ela aproximou-se e percebeu que o que estava a brilhar era um diamante cor de rosa. Subiu logo para cima do diamante e, de um momento para o outro, começou a ouvir passos e ficou cheia de medo. Então, escavou  um buraco no diamante e viveu lá até aos dias de hoje. 
Ainda se pode ver uma seta a indicar o caminho onde está o diamante com a gravura da formiga. 

Autores do texto:

Grupo 4 (5.º B): Gil Lourenço, n.º 8 ; Guilherme Nobre, n.º 9 ; Isabela Gonçalves, n.º 11; Matilde Messia, n.º 18; Lucas Amaro, n.º 14.  
 

 

quarta-feira, 15 de junho de 2022

EU, LEITOR(A), SUGIRO «O TATUADOR DE AUSCHWITZ»

  

A tatuagem foi-lhe feita em segundos, mas, para Lale, o choque é tal que o tempo parece ter parado. Segura o braço e fica a olhar o número. Como pode alguém fazer isto a outro ser humano?

(in «O Tatuador de Auschwitz», Heather Morris)
 
«O Tatuador de Auschwitz», da escritora neozelandesa Heather Morris, é, sem dúvida, o «livro da minha vida». Neste livro é-nos apresentado Lale, um dos muitos judeus que foram levados para Auschwitz, onde acaba por ser tatuado e por se tornar, à força, tatuador. É a fazer um desses trabalhos que conhece Gita, o seu grande amor. É a partir daí que a história começa, mostrando como era a vida nos campos de concentração.
Uma das coisas que me cativou bastante nesta obra foi, sem dúvida, a narrativa. Uma história de amor que tem como pano de fundo uma das piores alturas da história da humanidade, mas que consegue sobreviver a tudo. Lale tem de enfrentar imensas situações difíceis, para poder voltar aos braços da sua amada, para poder permanecer vivo e conseguir continuar a ajudar os outros, apesar de correr imenso riscos.
Este livro deveria ser lido por todos. Tem uma mensagem muito forte e importante para a sociedade e, em particular, para os dias de hoje. Esta é uma verdadeira história de compaixão, altruísmo e sobrevivência. Mesmo apesar do horrível «cenário» da Segunda Guerra Mundial, de destruição, pobreza, miséria e maus-tratos, o amor consegue prevalecer. Vence a mente sã e o pequeno sabor da felicidade depois da tragédia.
O estilo de escrita da autora também ajuda à leitura, é cativante!
Depois de ler este livro, mudei um pouco a minha forma de ver as coisas. E posso concordar plenamente quando dizem «Auschwitz, uma história tatuada na humanidade». 

Mariele Venda, 9.º A, n.º 12

 FONTE DA IMAGEM: https://sobomeuolhar7.blogspot.com/2019/01/o-tatuador-de-auschwitz-heather-morris.html

 

 

terça-feira, 14 de junho de 2022

ESCRIT@TOP.COM - TEXTO DE OPINIÃO: SERÁ A MÚSICA ESSENCIAL PARA AS NOSSAS VIDAS? (TEXTO II)

 

FONTE DA IMAGEM: https://www.thedj.co.uk/music/

TEXTO DE OPINIÃO 

«A música antes de tudo.»

(Paul Verlaine)

SERÁ A MÚSICA ESSENCIAL PARA AS NOSSAS VIDAS?

Realmente, são poucas as pessoas que não gostam de música. Talvez não lhes chame a atenção? No meu caso, não consigo estar um dia sem música. Isso seria como estar um dia sem beber água. Pessoalmente, eu costumo ouvir música todos os dias.
O género que mais costumo ouvir é «funk» e algo de «trap». O meu momento de tranquilidade é determinado pelo tipo de música que esteja a ouvir nesse momento. Isto varia conforme o momento que estivermos a ter. Se for um momento triste, é claro que a música não vai ser alegre, da mesma forma que se estivermos contentes não vamos ouvir música triste.
A música também pode ajudar as pessoas a ter um melhor dia e fazer esquecer os problemas durante um momento. Na minha opinião, a música às vezes funciona como uma espécie de terapia emocional, o que é bastante bom para a gente e para ajudar-nos a superar alguns obstáculos causados por um dia com um bocado mais de «stress» ou para finalizar um dia épico.
As lembranças também jogam um importante papel neste tema. Recordar e voltar a «viver» um momento em concreto é uma das funções que a música tem. Cada um com o seu género, a sua perspetiva, fazem da música um momento único e inesquecível. Assim, para ser sincero, não há dia em que não oiça música, é mesmo muito rara a vez.
Em suma, descontrair e aclarar a mente com música é importante.

 Bernardo Ferreira, 9.º A, n.º 5


sexta-feira, 10 de junho de 2022

FESTA DA LUSOFONIA! «VERÁS NA MINHA LÍNGUA A OUTRA MARGEM.» - (V)

 FESTA DA LUSOFONIA!
«Verás na Minha Língua a Outra Margem.»

 PORTUGAL

Na data em que se assinala o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e ainda no âmbito da celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 de maio), queríamos convidar os leitores deste blogue a visualizar um vídeo muito interessante, realizado pelos alunos Ana Castanheira, n.º 1, e Ricardo Medronho, n.º 12, da turma B do 9.º ano, sobre o nosso país, esse «jardim à beira-mar plantado», sua história, cultura, tradições, artes, literatura, música e outras curiosidades. Muita informação num vídeo curto, mas cativante!

Sabiam, por exemplo, que Portugal tem duas línguas oficiais?

Aí verão, também, a referência à importante pintora portuguesa Paula Rego que, infelizmente, nos deixou na passa terça-feira, dia 08 de junho, aos 86 anos.


FESTA DA LUSOFONIA! «VERÁS NA MINHA LÍNGUA A OUTRA MARGEM.» - (IV)

FESTA DA LUSOFONIA!
«Verás na Minha Língua a Outra Margem.»

 

TIMOR LESTE

Quiseram separar meu coração da minha Ilha
Mas eu tinha uma fita verde de folha de palmeira
Na cabeça
E atravessei a ribeira onde
Moravam meus irmãos crocodilos. 

                                                                                      (Fernando Sylvan)

Clamavam-lhe o «Benjamim» da família lusófona, quando conquistou a sua independência em 2002 e se tornou o oitavo país membro da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).

Foi este o país escolhido pelo Rafael Guedes, n.º 11,  e pelo Ruben Souza, n.º 13, alunos do 9.º B, para o vídeo que os alunos das três turmas do 9.º ano produziram como forma de celebrarem o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Mais uma vez, convidamos-te a viajar connosco, agora até ao Oriente: Timor Leste!



quinta-feira, 9 de junho de 2022

ESCRIT@TOP.COM - CONTO XII «A CASA QUE ARDEU COM HEROÍSMO»

 A CASA QUE ARDEU COM HEROÍSMO

Fotografia: @Afonso Pinto

Era uma vez uma família abastada que vivia no campo, no início do século passado. Tinham cinco filhos, dos quais cuidavam com todo o seu amor e carinho. Porém, eles estavam a passar por uma grande dificuldade, tal como todas as outras pessoas, pois a vila de Monchique estava a ser vítima de uma onda de assaltos por bandidos que, além de roubarem as pessoas, as maltratavam, chegando, às vezes, ao ponto de as matar. Este grupo de malfeitores estava sempre a exigir grandes quantias de dinheiro.

Houve um dia em que um morador da nossa vila, Uriel, chegou ao seu limite. Foi, então, a correr buscar um bastão de madeira, para atacar todos os bandidos que atormentavam a sua vida e os seus familiares. Contudo, o coitado não teve sorte. O pobre morador foi morto a tiro!
No final, um dos bandidos ameaçou toda a gente:
- Ora, ora, vejam só o que aconteceu a este senhor. Armou-se em herói e morreu como um! Espero que isto sirva de lição a todos. É isto o que acontece aos heróis que põem os pés na nossa vila. Estamos entendidos?
Não tínhamos alternativa senão aceitar. Durante meses, não pararam de pedir grandes quantias, até que passaram todos os limites e pediram o impossível à nossa família.
A noite chegou e o prazo acabou.  Os bandidos entraram em nossa casa e não mais conseguiram sair. No dia seguinte, foram encontradas cinzas no lugar da casa. Os filhos conseguiram fugir, salvos pelos pais. E a paz voltou a triunfar, finalmente.
Diz a lenda que, por aqueles lados, foi visto um pequeno pássaro azul, que cantava: Uriel, Uriel…Há pessoas que acreditam, outras não.

Afonso Pinto, 9.º A, n.º 1.