segunda-feira, 30 de setembro de 2019

«LER+ PARA VENCER» FAZ CHEGAR LIVROS AOS NOVOS ALUNOS

A atividade «Ler+ para Vencer» continua a fazer chegar um livro a todos os meninos e meninas que ingressam no 1.º e no 5.º ano no Agrupamento de Escolas de Monchique, graças a uma parceria da Biblioteca Escolar com a Junta de Freguesia de Monchique, que se mantém há já largos anos.
Tal como no ano anterior, A Cavalo no Tempo, de Luísa Ducla Soares, foi o livro selecionado para oferta aos novos alunos da Escola Básica Manuel do Nascimento. No 1.º ciclo, a escolha voltou a incidir em títulos de conceituados autores e ilustradores de literatura infantil editados pela Associação para a Promoção Cultural da Criança, com o objetivo de «estimular o gosto pela leitura transmitindo, em simultâneo, princípios/valores como sejam os da solidariedade, igualdade, defesa do ambiente, justiça e participação».
O Cão e o Gato (texto de António Torrado e ilustração de André Letria), O Voo do Golfinho (texto de Ondjaki e ilustração de Danuta Wojciechowska) e Parece um Pássaro (texto de David Machado e ilustração de Gonçalo Viana) estão, agora, nas mãos dos nossos alunos mais pequeninos, esperando-se que neles descubram o fascinante mundo da leitura.


sábado, 28 de setembro de 2019

SESSÃO DO CLUBE DE LEITURA DE MONCHIQUE NA BIBLIOTECA ESCOLAR


A Biblioteca da Escola Básica Manuel do Nascimento recebeu, no passado dia 26 de setembro, o Clube de Leitura de Monchique para a sua 8.ª sessão, que se centrou na obra A Pérola, de John Steinbeck. Curiosamente, esta sessão juntou, no mesmo espaço, mas em diferentes dimensões, três dos mais conceituados escritores monchiquenses: Manuel do Nascimento, que dá nome à escola, fez-se notar nos exemplares das obras que preenchiam o expositor da entrada; António Manuel Venda, que é um membro assíduo do clube, foi um dos participantes; Eduardo Jorge Duarte, que reside atualmente em Viseu, acompanhou toda a sessão via telemóvel e foi interagindo com o grupo, dando um excelente contributo para uma profícua troca de opiniões que envolveu todos os presentes. Com efeito, nenhum dos leitores ficou indiferente à triste história de Coyotito, mas a discussão foi mais longe e conduziu a uma abordagem da própria vida, dos riscos, das crenças, dos desequilíbrios sociais,  da ambição... Cada intervenção acrescentava sempre mais qualquer coisa: um pormenor, uma reflexão, uma dúvida, uma chamada de atenção... No final, todas as leituras saíram reforçadas e havia uma certeza: é tão bom falar de livros e de leituras com quem gosta de ler!

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

MANUEL DO NASCIMENTO: UM ESCRITOR POR CONHECER

O ano letivo está a começar, há professores que ficaram, outros que voltaram e alguns (há sempre alguns ou muitos) que vêm pela primeira vez.
A escola apresenta-se. Tem nome... nome de escritor, de jornalista, de editor. Mas, afinal, quem é, quem foi Manuel do Nascimento? 
Só se conhece verdadeiramente um escritor quando o lemos. No entanto, há biografias que são apelativas, que estimulam o interesse pela leitura, que nos dão a conhecer o homem e que nos fazem querer conhecer a obra.
Descobrimos, há pouco, por mero acaso, uma cuidada e rigorosa biografia de Manuel do Nascimento. Partilhamo-la, aqui, com os nossos leitores, esperando que a sua leitura desperte o interesse pela obra.



MANUEL DO NASCIMENTO (1912-1966)*

Manuel do Nascimento Correia, de seu nome completo, nasceu em Monchique a 27 de dezembro de 1912 e faleceu em Lisboa em 30 de dezembro de 1966. Filho de proprietários e comerciantes desta vila serrana, frequentou na capital a Escola Académica e depois o Instituto Industrial de Lisboa, tendo aí tirado o curso de Técnico Superior de Minas.
Nesta profissão, trabalhou nas minas de Jales, onde travou conhecimento com Soeiro Pereira Gomes e a literatura de teor social, enquanto acompanhava e convivia com o trabalho árduo e mal pago dos mineiros, situação que depois retrataria nos seus livros. Nas minas, veio a contrair uma lesão pulmonar, que o levaria a abandonar esta atividade e a dedicar-se ao jornalismo, à literatura e à atividade editorial.
No jornalismo, trabalhou para diversas publicações, nomeadamente O Primeiro de Janeiro, Eva, Ver e Crer, Mundo, A Cooperação, Portugal Ilustrado, etc., onde assinou excelentes reportagens, entrevistas e artigos de fundo. A fotografia foi igualmente uma das suas paixões.
Como escritor, Manuel do Nascimento foi, em Portugal, um dos ficcionistas da primeira hora neorrealista, tendo-se estreado, em 1943, com o romance Eu Queria Viver! (reeditado em 1958), obra que foi considerada pelo crítico literário João Gaspar Simões uma das «mais humanas e originais que a nova geração nos tem dado» (Critica III, 2.ª ed.1998).
Neste livro, Manuel do Nascimento retrata a mulher presa nos condicionalismos sociais, mas também o operário que vem a morrer encerrado dentro dos muros do sanatório.
Em 1944, publica Mineiros, romance que escrevera em Monchique durante a convalescença e que ficara na gaveta aguardando melhor oportunidade. Nele debruça-se sobre a condição miserável dos mineiros, em companhia dos quais desceu às profundezas da terra. Desta obra, dirá Maria de Lourdes Belchior: «(…) a mina é o herói; aos homens que lá trabalham repugna serem explorados pelos outros homens e não querem ser roda dentada (isto é, sem pensamento) de uma engrenagem qualquer» (Os Homens e os Livros, vol. II, 1980, pp.155-56).
Cidade, o livro que escreveu a seguiu, não seria publicado devido a mutilações e imposições da censura salazarista. A obra abordava o proletariado industrial, mais uma vez retratado em largas pinceladas neorrealistas.
Manuel do Nascimento não desarma, nem abandona a luta em situações tão adversas, mesmo quando seria de esperar um certo período de castração intelectual que lhe coibisse o espírito e lhe limitasse a capacidade de escrever.
O quarto título, O Aço Mudou de Têmpera, editado em 1946 pela Livraria Latina Editora, do Porto, seria a obra que mais o marcaria como escritor, não sem que daí lhe viessem também alguns dissabores e perseguições por parte da polícia política do regime salazarista.
Em 1954, a censura permite-lhe publicar o romance Agonia, embora nesta obra seja evidente o desgaste ideológico sofrido pelos cortes e pressões daquela tenebrosa instituição.
O livro teve edição na Catalunha, onde parece ter tido bom acolhimento, e em cujo prefácio Manuel do Nascimento é apresentado como «una de les figures més importants de la literatura portuguesa actual». Ainda em catalão sairiam dois dos seus contos integrados em antologias.
Segue-se o volume de contos intitulado O Último Espectáculo (1955), género em que se mostra bastante à vontade. Pelo meio publicou ainda dois pequenos livros de coleção, acessíveis às pequenas bolsas: Nada de Importância e Suspeita, este último na colecção «Mosaico», de que foi diretor literário e onde insere algumas das novelas e contos já anteriormente publicados.
Finalmente, é tempo para uma reedição de Eu Queria Viver!, saído em 1958 pela mão da Arcádia, onde trabalhava. Nesta editora publicará ainda Histórias de Mineiros (1960), livro onde regressa ao tema da mina que tanto o marcou, assumindo- -se como um verdadeiro cronista dos mineiros e denunciando, mais uma vez, a sua situação miserável e pouco dignificante.
Atormentado pela doença, mas tendo concretizado o seu sonho de escritor, apenas publicará mais um livro, Encontros, um primeiro volume de entrevistas a figuras cimeiras da vida intelectual, fruto da sua atividade de jornalista.
             
  (*) Biografia partilhada no Grupo Fascismo Nunca Mais por Mário Ribeiro Caiado.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

ANO LETIVO COMEÇA COM RECEÇÃO A PAIS E ALUNOS

O ano letivo 2019-2020 teve início, no Agrupamento de Escolas de Monchique, no passado dia 13 de setembro, com receção a pais e alunos de todos os anos de escolaridade.
A Biblioteca Escolar associou-se a esta iniciativa da Direção do Agrupamento e deu uma atenção especial aos alunos do 5.º ano e aos seus encarregados de educação, que ficaram conhecer o espaço, os recursos, os serviços que são disponibilizados e algumas das atividades mais relevantes.




Os pais/encarregados de educação foram convidados a colaborar com a biblioteca na sua missão de promover o gosto pela leitura e cada um dos presentes recebeu um exemplar de uma obra do patrono da escola: o escritor Manuel do Nascimento.