O meu episódio favorito do
livro «O Meu Pé de Laranja Lima», de José Mauro de Vasconcelos, está situado no
capítulo três da primeira parte, nas páginas 74 e 75, da edição da Fábula.
Neste episódio, Zezé
sente-se preparado para soltar o seu pequeno passarinho. Então, vai ter com
Xururuca, o seu Pé de Laranja Lima, para esperar uma nuvem muito bonita que o
deixe voar em direção a Deus. Foi assim que, abrindo a camisa, arranjou uma
forma simbólica para o grande voo do pequeno passarinho.
Para Zezé, este pequeno
passarinho era como que a sua consciência, que o ajudava a pensar e a agir,
sempre que precisava. Este passarinho vivia no seu peito, no seu coração, mas
era fruto da sua imaginação.
Esta é a minha parte
favorita, porque mostra que o Zezé está a crescer e que já não precisa do seu
«conselheiro». Na realidade, não existe nenhum passarinho, nada físico, mas sim
um pressentimento, a nossa consciência, que nos ajuda nas nossas decisões, nos
momentos bons e maus.
Eu gostei especialmente
deste episódio, pois mostra a imaginação e a criatividade de uma criança. Este
passarinho acaba por ser uma maneira de Zezé escapar à realidade em que vivia,
de pobreza e responsabilidade para com o irmão mais novo.
Para concluir, acho que cada
um tem a sua forma de ver as coisas, mas muitas vezes a imaginação das crianças
é mais sincera, mais pura e alegre.
Filipa Reis
Marques, n.º 7, 9.º B.
O episódio da obra «O Meu Pé
de Laranja Lima» de que eu gostei mais foi quando a Glória, numa manhã após a
doença do Zezé, lhe trouxe uma pequena flor branca, do Xururuca.
Um dos motivos pelos quais
eu escolhi este episódio foi devido a nele existirem momentos felizes e
momentos tristes, por exemplo, quando a Glória entrou no quarto do Zezé, ele «…
estava sentado na cama e olhava a vida com uma tristeza de doer». Por outro
lado, toda a família do Zezé estava agora feliz por ele estar a melhorar: «Antes
de chegar ao galinheiro virei-me e dei adeus para ela. Nos seus olhos brilhava
a felicidade». Todos estes momentos do episódio são como a vida de todos nós,
umas vezes feliz e outras vezes triste.
O outro motivo que me levou
a escolher esta cena foi por ela representar o crescimento interior de Zezé.
Para ele, ver a primeira flor do seu Pé de Laranja Lima e a consequente
passagem para árvore adulta representava o mesmo que a sua passagem do mundo
dos sonhos para a realidade, da infância para a adolescência: «Quando eu era
criancinha, também acreditava naquelas coisas. Muito embora Minguinho estivesse
tentando me dizer adeus com aquela flor, ele partia do mundo dos meus sonhos
para o mundo da minha realidade e dor.»
Resumindo, a carga dos
sentimentos presentes neste episódio e o seu significado no crescimento de uma
pessoa envolve-nos numa espiral de sensações e no prazer da leitura.
Manuel Correia, n.º 14, 9.º B.