O livro que mais me marcou em toda a minha vida foi o livro «O
Principezinho», do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, que nos ensina
que para viver só necessitamos de algo único, o amor, que é invisível aos
olhos, principalmente aos olhos dos adultos. Este livro ensina-nos como devemos
partilhar esse amor com o outro, cativando-o e criando laços para toda a vida.
Tornando-nos em algo especial e único.
Na minha opinião, todas as pessoas deveriam ler a história d’«O
Principezinho», uma história muito comovente e educativa, que promove em nós
uma profunda reflexão sobre nós mesmos. Com o Principezinho, não só descobrimos
o verdadeiro significado do amor, mas também como podemos tornar algo comum em
algo único e especial, dedicando-lhe o tempo necessário para ser cativado. Cada
um de nós é diferente, mas, por vezes, só conseguimos reconhecer essa diferença
quando cativamos e criamos laços com alguém, sendo que, se cativarmos algo,
ficaremos eternamente responsáveis por aquilo que tornamos único no mundo,
devendo nós então ser leais, respeitando e cuidando até ao fim da vida. Tal
como o Principezinho, que dedicava muito tempo à sua rosa e a fizera especial e
única entre todas as rosas. Cativando-a.
Para além disso, este livro remete-nos para uma grande reflexão sobre
como deveremos olhar para aquilo que nos rodeia e aquilo a que devemos dar a
devida importância. Ao contrário das crianças, os adultos tendem a ser
incompreensíveis, não conseguindo ver o essencial da vida, distraindo-se com
coisas fúteis, aquelas que não lhes enriquecem o coração.
A maioria dos adultos esquecem-se que já foram crianças, esquecem-se que
podemos ver muito mais para além daquilo que os nossos olhos captam. Os adultos
(que são para mim todos iguais, pois não me cativam, com a sua inconsciência da
vida) vivem cegos, sem conseguirem ver o invisível, que por dentro é o mais
visível que pode existir. Como na história d’«O Principezinho», em que os
adultos não eram capazes de ver nem a jiboia fechada, nem o interior da jiboia,
parecendo-lhes meros chapéus.
Por outro lado, o livro «O Principezinho» ensina-nos que não devemos
julgar os outros pelas palavras que dizem, mas sim pelas ações que demonstram.
Devemos tentar encontrar as «feridas» que perturbam aqueles que nos cativam
para percebermos o «porquê» de não os devermos julgar. O mesmo podemos
verificar na obra «O Principezinho», em que o protagonista ficara muito
desiludido com ele mesmo por não ter adivinhado logo na rosa a sua doçura, por
detrás dos seus subterfúgios, que depois o iluminava e perfumava. Ficara triste
por ter fugido, deixando a sua rosa sozinha, só com quatro espinhos, sem se
poder defender das adversidades da vida.
Em suma, a história do Principezinho sensibiliza-nos para aquilo que
devemos procurar em toda a nossa vida, o amor. Mesmo tornando-nos adultos,
podemos ir em busca do que nos fazia mover na infância: aquilo que os olhos não
veem, mas o interior sente.
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