POEMA 28/31
O Grito, Edvard Munch (1863 - 1944) |
Data de consulta: 26 de fevereiro de
2022.
OS MORTOS
Não há mortos que
morram tanto como os nossos.
Se um daqueles que
nos pertence morre sete
ou setenta vezes no coração,
de quem apenas ouvimos falar morre uma vez, na sua data,
e os que sempre viveram longe
morrem-nos metade ou um oitavo. E metade
de uma morte é quase nada, são casas
decimais no sofrimento. (Que digo? Milésimas, milésimas!)
ou setenta vezes no coração,
de quem apenas ouvimos falar morre uma vez, na sua data,
e os que sempre viveram longe
morrem-nos metade ou um oitavo. E metade
de uma morte é quase nada, são casas
decimais no sofrimento. (Que digo? Milésimas, milésimas!)
Gonçalo M. Tavares ( 1970 - )
Fonte: https://casadospoetas.blogs.sapo.pt/38543.html
Data de consulta: 26 de fevereiro de 2022
Data de consulta: 26 de fevereiro de 2022
Poema e pintura sugeridos por: Francisco Jesus, 9.º B, n.º 8.
Leitura do poema: Francisco Jesus.
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