terça-feira, 21 de março de 2023

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «MAR»

 POEMA 21/03/2023

MAR

Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 – 2004). 

Retirado de:   https://www.escritas.org/pt/t/2168/mar

Quadro associado ao poema:

«Miranda - The Tempest» (1916), John William Waterhouse (1849-1917).

Imagem retirada de: https://www.wikiart.org/en/john-william-waterhouse/miranda-1916

Poema e quadro sugeridos por: Maria Inês Costa, 8.º C, n.º 9.


A DASH OF POETRY 3 - MARCH 2023 - «I FOLLOW MY DREAMS»

I FOLLOW MY DREAMS

I get laughed at,
I get ignored,
I often feel trapped,
and I keep my thoughts stored.
People can be cruel and very mean,
but no matter what,
I follow my dreams.

Life has waves;
I know that.
But I stand brave
and just take the crap.
I may feel exhausted and totally creamed,
but no matter what,
I follow my dreams.

I know what I want,

and I won't stop trying.
Quitting? I can't,
for now I'm flying.
It's impossible it seems,
but no matter what,
I follow my dreams...
Delilah
Published by Family Friend Poems July 2011 with permission of the author.

Poem chosen and read by: Otto Hawcroft, 8.º C, n.º 11.

You gave us a poem, I (Biblioteclando) give you a picture. 

«The beautiful relations» (1967), René Magritte.

Imagem retirada de: https://www.wikiart.org/pt/rene-magritte/the-beautiful-relations-1967

segunda-feira, 20 de março de 2023

A DASH OF POETRY 2 - MARCH 2023 - «I´M BORED»

 I´M BORED
 
I'm bored to death
Can that be even true
Well, I am still alive
I need something to do

I gotta find some interest
But I don't know what
I can't think of anything
My mind's door is shut

 Katherine Sessor 

Retirado de: https://www.poemhunter.com/poem/i-m-bored-a-short-poem/

 

Poem chosen and read by: Léo Nouinde, 8.º C, n.º 7.

You gave us a poem, I (Biblioteclando) give you a picture.

«Sleeper» (1994), Paula Rego.

Imagem retirada de:  https://www.actu-culture.com/la-biennale-de-venise-le-lait-des-reves/

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023- «ESPERANÇA»

 POEMA 20/03/2023

ESPERANÇA

Tantas formas revestes, e nenhuma
Me satisfaz!
Vens às vezes no amor, e quase te acredito.
Mas todo o amor é um grito
Desesperado
Que apenas ouve o eco...
Peco
Por absurdo humano:
Quero não sei que cálice profano
Cheio de um vinho herético e sagrado.

Miguel Torga (1907 – 1995).

 Retirado de:   https://www.nossapoesia.com/poema/esperanca-miguel-torga/

Quadro associado ao poema:

«Sétimo Sacramento» (1905), José Malhoa (1855-1935)

Imagem retirada de:  https://www.wikiwand.com/pt/Lista_de_pinturas_de_Jos%C3%A9_Malhoa

Poema e quadro sugeridos por: Rafael Messias, 7.º C, n.º 12.                                                      

domingo, 19 de março de 2023

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «HOMEM»

 POEMA 18/03/2023

HOMEM

Inútil definir este animal aflito.

Nem palavras, 

nem cinzéis,

nem acordes,

nem pincéis

são gargantas deste grito. 

Universo em expansão.

Pincelada de zarcão

desde mais infinito a menos infinito.

António Gedeão (1906 – 1997).

Retirado de:   https://www.nossapoesia.com/poema/homem-antonio-gedeao/

Quadro associado ao poema:

«Retrato de Camponês» (1945), Júlio Pomar (1926 - 2018).

 Poema e quadro sugeridos por: João Martins, 7.º B, n.º 5.

sábado, 18 de março de 2023

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «DENTRO DA VIDA»

 POEMA 18/03/2023

DENTRO DA VIDA

Não estamos preparados para nada:
certamente que não para viver
Dentro da vida vamos escolher
o erro certo ou a certeza errada

Que nos redime dessa magoada
agitação do amor em que prazer
nem sempre é o que fica de querer
ser o amador e ser a coisa amada?

Porque ninguém nos salva de não ser
também de ser já nada nos resgata
Não estamos preparados para o nada:
certamente que não para morrer

Gastão Cruz (1941- 2022) 

 

Quadro associado ao poema:

«Landscape at Collioure» (1905), Henri Matisse (1869-1954).

Imagem retirada de:  https://www.wikiart.org/pt/henri-matisse/landscape-at-collioure-1905

Poema e quadro sugeridos por: Sofia Duarte, 7.º B, n.º 14.


sexta-feira, 17 de março de 2023

A DASH OF POETRY 1 - MARCH 2023 - «CAN ANYBODY HEAR ME?»

Can Anybody Hear Me? 

I want someone to hold me,
But I'm the only one here.
I want someone to listen to me,

But I'm the only ear.

Can anybody hear me?
Does anybody care?
Does anybody even know
I'm dealing with despair?

There are voices in my mind
Saying I should die.
Will anybody even tell me
They're only just a lie?

Does anybody love me?
Would they shed a tear?
Would anybody even care
If I were to disappear?

The ones who preach friendship
Have left me all alone.
The ones who are not here
Promised not to let me go.

Can anybody see me?
Does anybody care?
Does anybody even know
The burden that I bear?

I've built up this wall
To hide who I am,
And now that I need help,
I'm alone behind it all.

Can you see the real me?
Will you even try?
Can you even tell I need
A break in the wall tonight?

I'm crying all alone,
Not sure what to do.
Please just let me know
That at least I still have you.

                                                     Katie M. Elliott

Published by Family Friend Poems, February 2016, with permission of the author.


Poem chosen and read by: Afina Flenko, 8.º B, n.º 1.

You gave us a poem, I (Biblioteclando) give you a picture.

«Automat» (1927), Edward Hopper.

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «O LIMPA PALAVRAS»

 POEMA 17/03/2023

O LIMPA-PALAVRAS

Limpo palavras.
Recolho-as à noite, por todo o lado:
a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.
Trato delas durante o dia
enquanto sonho acordado.
A palavra solidão faz-me companhia.

 

Quase todas as palavras
precisam de ser limpas e acariciadas:
a palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar.
Algumas têm mesmo de ser lavadas,
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias
e do mau uso.
Muitas chegam doentes,
outras simplesmente gastas, estafadas,
dobradas pelo peso das coisas
que trazem às costas.

 

A palavra pedra pesa como uma pedra.
A palavra rosa espalha o perfume no ar.
A palavra árvore tem folhas, ramos altos.
Podes descansar à sombra dela.
A palavra gato espeta as unhas no tapete.
A palavra pássaro abre as asas para voar.
A palavra coração não para de bater.
Ouve-se a palavra canção.
A palavra vento levanta os papeis no ar
e é preciso fechá-la na arrecadação.

 

No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.

 

A palavra obrigado agradece-me.
As outras não.
A palavra adeus despede-se.
As outras já lá vão, belas palavras lisas
e lavadas como seixos do rio:
a palavra ciúme, a palavra raiva, a palavra frio.

 

Vão à procura de quem as queira dizer,
de mais palavras e de novos sentidos.
Basta estenderes a mão para apanhares
a palavra barco ou a palavra amor.

 

Limpo palavras.
A palavra búzio, a palavra lua, a palavra palavra.
Recolho-as à noite, trato delas durante o dia.
A palavra fogão cozinha o meu jantar.
A palavra brisa refresca-me.
A palavra solidão faz-me companhia.


Álvaro Magalhães, O limpa-palavras e outros poemas (10.ª ed.), Asa, 2013, pp. 3-5.


Fotografia: Prof. Vânia Magalhães


Poema sugerido e lido coletivamente pelos alunos do 5.º A.


quinta-feira, 16 de março de 2023

ESCRIT@TOP.COM - BULLYING NAS ESCOLAS (TEXTO DE OPINIÃO)

 

BULLYING NAS ESCOLAS 

Do meu ponto de vista, o «bullying» é algo que não tem total sentido. O que ganham as pessoas que o praticam? Não ganham nada. Eu acho que quem o faz só quer aumentar o ego, aumentar a sua autoestima.
Os que praticam esta ação podem ter as suas razões, o agressor pode estar magoado, com problemas; pode querer diminuir os outros, porque acha divertido; por ser homofóbico; ou para ter a fama de ser rebelde, para que todos os temam. Mas nenhuma razão, qual seja, é desculpa para o fazer, pois ao praticar «bullying» estamos a magoar as pessoas e isso não é «fixe».
É quase impossível evitar totalmente o «bullying», pois não serve de nada dar um «sermãozinho» e deixar o assunto passar. Isso não vai dar em nada, só vai fazer com que o agressor faça mais ameaças para que quem sofre não conte a ninguém.
Mas há outras formas de prevenir ou «curar» o «bullying», como por exemplo: os professores e os pais (adultos) devem falar sobre esse assunto, explicando o que é o «bullying», o que podemos fazer para o evitar, porque é que há pessoas que sofrem e outras variadas coisas que é importante saber a esse respeito.
Quem sofre, por outro lado, não deve ter medo do agressor, pois isso vai aumentar o ego deste; não deve cair nas suas ameaças, deve antes falar com alguém.
Estas são algumas formas de prevenir e refletir sobre o «bullying», para perceber apenas que é uma atitude péssima, que não dignifica em nada o ser humano, seja criança seja adulto.    

Lara Gonçalves, 7.º C, n.º 8.

Imagem retirada de: https://www.hogrefe.com/pt/artigo/o-bullying-em-contexto-escolar

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «VAIDADE»

 POEMA 16/03/2023

VAIDADE 

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

 

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

 

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

 

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...

Florbela Espanca (1894 – 1930).

Retirado de:   https://www.culturagenial.com/melhores-poemas-florbela-espanca/


Quadro associado ao poema:

«Narciso» (c. 1599), Caravaggio (1571 - 1610)

Imagem retirada de:  https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/narciso-caravaggio/

Poema e quadro sugeridos por: Lia Marques, 7.º B, n.º 9.


quarta-feira, 15 de março de 2023

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «A MINHA DOR»

 POEMA 15/03/2023

A MINHA DOR

A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal ...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias ...

A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...

Florbela Espanca (1894 – 1930).

Retirado de: https://www.citador.pt/poemas/a-minha-dor-florbela-de-alma-conceicao-espanca

Quadro associado ao poema:

«O Grito» (1893), Edvard Munch (1863-1944)

Imagem retirada de: http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/O-Grito-Edvard-Munch.html

Poema e quadro sugeridos por: Lara Gonçalves, 7.º C, n.º 8.

terça-feira, 14 de março de 2023

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «UM CEGO E A GUITARRA»

 POEMA 14/03/2023

UM CEGO E A GUITARRA

Cheguei à janela,
Porque ouvi cantar.
É um cego e a guitarra
Que estão a chorar.
 
Ambos fazem pena,
São uma coisa só
Que anda pelo mundo
A fazer ter dó.
 
Eu também sou um cego
Cantando na estrada,
A estrada é maior
E não peço nada.
Fernando Pessoa

Fernando Pessoa, Poesia de Fernando Pessoa para Todos, Porto Editora, 2019, p.30.

Quadro associado ao poema:

«O Velho Guitarrista Cego», 1903, Pablo Picasso

Poema e quadro sugeridos por: Duarte Morais, 8.º A.

SELO CURIOSO 31 - HISTÓRIA (MARQUÊS DE POMBAL)

O selo que aqui se apresenta mereceu, pela segunda vez, a atenção dos nossos alunos, que sobre ele fizeram o trabalho de pesquisa que a seguir se transcreve.

Sebastião José de Carvalho e Mello, mais conhecido como Marquês de Pombal ou Conde de Oeiras, foi um nobre diplomata e secretário do reino, durante o reinado de D. José I.

Nasceu no dia 13 de maio de 1699, em Lisboa, e era filho de Manuel de Carvalho e Ataíde e de Teresa Luísa de Mendonça e Melo. Ambos eram membros da nobreza, de uma longa linhagem de desembargadores.

Casou com D. Teresa de Noronha Bourgon e Mello, em 1723. Em 1738, a sua esposa, muito doente, acabou por falecer em Pombal.

Na sua juventude, estudou Direito em Coimbra, mas não concluiu os estudos. Depois disso, ingressou na carreira militar, onde também não se adaptou e acabou por desistir.

Em 1733, ingressou na Academia Real de História, por influência do seu tio, onde estudou História e Legislação Portuguesa.

No dia 31 de julho de 1750, morreu o rei D. João V e o seu filho, o rei D. José I, assumiu o trono de Portugal. No dia 2 de agosto, o Marquês de Pombal foi nomeado secretário de estado dos negócios estrangeiros.

O Marquês de Pombal foi embaixador de Portugal em Inglaterra e viveu em Londres, onde defendia os interesses dos comerciantes portugueses.

Depois da sua estadia em Inglaterra, foi para Viena e, em 1754, casou-se com D. Leonor Ernestina de Daun e retornou a Portugal. Foi, então, nomeado secretário de estado dos negócios estrangeiros e da guerra.

No dia 1 de novembro de 1755, dá-se o terramoto de Lisboa. Uma vez que a Família Real foi viver, durante alguns anos, para a Real Barraca, o Marquês de Pombal ficou a ministrar o reino, tendo a responsabilidade de reconstruir a cidade de Lisboa.

O Marquês de Pombal fez várias reformas no país, ao nível da economia, do ensino e da sociedade. Ao nível da economia, apoiou as indústrias já existentes e a criação de outras, e também criou companhias de comércio; no ensino, reformou a Universidade de Coimbra e extinguiu a de Évora, que era controlada pelos jesuítas; e a nível social, por exemplo, proibiu a escravatura em Portugal.

Em 1756, foi nomeado para a secretaria do reino que lhe deu o poder de todo o país. Em 1759 foi nomeado Conde de Oeiras.

Morreu a 8 de maio de 1782, na cidade de Pombal, com 82 anos.

A sua administração ficou marcada por dois grandes acontecimentos: o terramoto de 1755 e, pouco depois, o processo dos Távora. Este último consistiu numa tentativa de assassinato do rei D. José I, em 1758, cujos suspeitos, os Távora, foram torturados e queimados numa execução pública, em Belém.    

Fonte consultada:

Frazão, D. (2020). Marquês de Pombal - Político e estadista português. Retirado dehttps://www.ebiografia.com/marques_de_pombal/

Trabalho realizado por: 

Maria João Gonçalves, 6.º B, n.º 17;
Matilde Messia, 6.º B, n.º 19.

segunda-feira, 13 de março de 2023

LER+ BD - SUGESTÃO DE LEITURA: «À PROCURA DE ANNE FRANK»

 

O Diário de Anne Frank foi escrito pela sua autora entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944. Anne Frank, uma menina que foi levada para um campo de concentração nazi, não regressou com vida, mas o seu pai teve a iniciativa de publicar o diário dela em 1947, revelando como era o dia a dia desta adolescente forçada a esconder-se durante a ocupação nazi da cidade de Amesterdão. 

A publicação do diário foi um sucesso e é considerado até aos dias de hoje um dos livros mais lidos do mundo.  

Em 2015 foi publicado O Diário de Anne Frank, em banda desenhada, realizado por Ari Folman (texto) e David Polonsky (ilustração). Após o sucesso desta obra, eis que surge À Procura de Anne Frank, também em formato de novela gráfica, do mesmo autor, Ari Folman, mas com ilustrações de Lena Guberman.

 Sinopse 

"No seu famoso diário, Anne Frank criou uma amiga imaginária, Kitty. Agora, o realizador e autor, Ari Folman, juntamente com a artista Lena Guberman, dão-lhe vida.

Quando uma estranha tempestade se abate sobre Amesterdão e quebra o vidro que protege o diário guardado na Casa de Anne Frank, Kitty irrompe daquelas páginas e vai viver uma verdadeira aventura em busca da sua amiga.

Acompanhada pelas memórias dos dias passados no anexo secreto, Kitty percorre as ruas da capital holandesa de hoje e com a ajuda de amigos inesperados irá descobrir o que foi o Holocausto, o que isso significou para Anne e o que, por sua vez, o seu diário continua a representar para as crianças de todo o mundo".

Retirado de: https://www.fnac.pt/A-Procura-de-Anne-Frank-Ari-Folman/a9846607

Podes encontrar este livro na biblioteca da tua escola.

À Procura de Anne Frank foi lançado simultaneamente em livro e em filme de animação.

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «TODAS AS CARTAS DE AMOR SÃO»

 POEMA 13/03/2023

TODAS AS CARTAS DE AMOR SÃO 

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas. 


Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas. 


As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.


Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.


Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.


A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.


(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente

Ridículas).

Álvaro de Campos (1890 – 1935).

Fernando Pessoa, Poesias Heterónimos, Porto Editora, 2014, pp. 205-206.

Quadro associado ao poema:

Poema e quadro sugerido por: Joana Dimas, 7.º A, n.º 5.

PROBLEMATIK 24 - PERAS E MAÇÃS

 PERAS E MAÇÃS

No pomar da avó Rita, existem árvores de fruto mágicas que dão, em simultâneo, peras e maçãs. 

Cada árvore tem ou 6 peras e 3 maçãs ou 8 peras e 4 maçãs.

Sabendo que há 25 maçãs no pomar, quantas peras haverá?

Aqui está um desafio bem fácil! Pensa só um bocadinho e descobrirás logo a resposta certa.

Queres confirmar se acertaste? Preenche o formulário que disponibilizamos AQUI. 

domingo, 12 de março de 2023

UM POEMA POR DIA - MARÇO 2023 - «A UMA CEREJEIRA EM FLOR»

 POEMA 12/03/2023

A UMA CEREJEIRA EM FLOR

Acordar, ser na manhã de abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.

Abrir os braços, acolher nos ramos
o vento, a luz, ou o quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração duma cereja.

Eugénio de Andrade (1923 – 2005)

Retirado de:   https://en.wikipedia.org/wiki/Early_works_of_Georgia_O%27Keeffe

Quadro associado ao poema:

«Untitled» (1903 - 1905), Georgia O’Keeffe (1887 – 1986).

Imagem retirada de: https://en.wikipedia.org/wiki/Early_works_of_Georgia_O%27Keeffe

Poema e quadro sugeridos por: Luana Correia, 7.º C, n.º 10.

sábado, 11 de março de 2023

UM POEMA POR DIA - MARÇO DE 2023 - «O AMOR, QUANDO SE REVELA»

 POEMA 11/03/2023

O AMOR, QUANDO SE REVELA


O amor, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p'ra ela,

Mas não lhe sabe falar.

 

Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente...

Cala: parece esquecer...

 

Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar,

E se um olhar lhe bastasse

P'ra saber que a estão a amar!

 

Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma nem fala,

Fica só, inteiramente!

 

Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,

Já não terei que falar-lhe

Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa (1888 – 1935).

Retirado dehttp://arquivopessoa.net/textos/1318


Quadro associado ao poema:

«O Touro Indomável» (1908), Pablo Picasso (1881 – 1973)

Imagem retirada de: https://veja.abril.com.br/cultura/picasso-o-touro-indomavel/  

Poema e quadro sugeridos por: Dinis Martins, 7.º A, n.º 1.