segunda-feira, 20 de maio de 2024

SELO CURIOSO 33 - HISTÓRIA (D. DINIS)

  

O selo que hoje se publica é mais um exemplar da coleção à guarda da Biblioteca Escolar, desta feita um selo de D. Dinis, que, segundo Kullberg, faz parte da emissão «Reis de Portugal da 1.ª dinastia», tendo circulado de 17 de março de 1955 a 1 de novembro de 1958. O desenho é de António Lino, com gravura de Robert Godbehar Bradburey Wilkinson & C.ª de Londres. 

Este exemplar leva-nos a recordar um pouco da História de Portugal. 

O rei D. Dinis, filho do rei D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela, subiu ao trono de Portugal em 1279 e reinou durante 46 anos. Casou com D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa, e juntos tiveram dois filhos: D. Constança e D. Afonso, o herdeiro da coroa. Além disso, foi pai de mais seis filhos bastardos.
Quando D. Dinis herdou o trono, a reconquista do território já estava concluída. Vivia-se um período de maior estabilidade, mas só em 1297, com a assinatura do Tratado de Alcanizes, é que ficaram definidas as fronteiras de Portugal.
Foi uma época de centralização do poder real, em que a coroa estava em divergência com o clero por ter usurpado propriedades do rei. D. Dinis recorreu, várias vezes, a Inquirições para recuperar essas terras ou retirar privilégios que limitassem a autoridade do rei. 
D. Dinis foi um administrador hábil. Promoveu o desenvolvimento da economia, dando impulso à agricultura, através de medidas que contribuíram para o seu desenvolvimento e para o melhor aproveitamento das terras. Mandou enxugar terrenos alagadiços e plantar arvoredo, nomeadamente pinheiros mansos, criando o famoso Pinhal de Leiria. Por ter tomado medidas de incentivo e apoio à agricultura, foi-lhe atribuído o cognome «O Lavrador»
Também incrementou o comércio interno, desenvolvendo as feiras e criando feiras francas (isentas do pagamento de impostos).  No comércio externo, promoveu as exportações de produtos agrícolas, sal e peixe salgado, em troca de minerais e tecidos. Fez tratados de comércio com Inglaterra. Protegeu também a atividade pesqueira, instituiu a marinha e promoveu a atividade mineira, com a exploração das minas de prata, ferro, estanho e enxofre. Percorreu cidades e vilas, reparou e fundou burgos e castelos.
Foi, ainda, um grande impulsionador da cultura, ordenou que os documentos oficiais passassem a ser escritos em língua portuguesa, em substituição do latim. No seu reinado, o pergaminho foi substituído pelo papel. 
Em 1286, iniciou-se o ensino da Teologia em Portugal. Em 1290, fundou a primeira Universidade em Lisboa, os Estudos Gerais, onde se lecionava as disciplinas de Direito Civil, Canónico e Medicina. Também mandou traduzir obras de História e de Direito.
D. Dinis amava a música, as artes e foi poeta, escreveu Cantigas de Amigo e Cantigas de Amor.  A sua corte foi, naquele tempo, um dos centros culturais mais destacados da Europa.


Referências:

Infopédia. D. Dinis. Retirado de https://www.infopedia.pt/artigos/$d.-dinis.
Kullberg, C. (2006). Selos de Portugal, Album III, (1954/1970). Retirado de https://www.fep.up.pt/docentes/cpimenta/lazer/html/ebook/bfd006_p.pdf

O Portal da História. (2015). Reis, Rainhas e Presidentes de Portugal - D. Dinis. Retirado de https://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/dinis.html

RTP Ensina. (2003). A política de alianças de D. Dinis. Retirado de https://ensina.rtp.pt/artigo/d-dinis-1261-1325/

Serrão, J. (Dir.). (1971). Dicionário de História de Portugal. (Vol. I, pp.815-816). Lisboa: Iniciativas Editoriais.

Trabalho produzido pela Professora Conceição Windle.


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