segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

LÍNGUA APURADA - COLOCAÇÃO DO PRONOME EM ADJACÊNCIA VERBAL


Colocação do pronome átono em frases afirmativas

Um dos aspetos da língua portuguesa que suscita mais dúvidas é a colocação do pronome pessoal átono em adjacência verbal, isto é, junto ao verbo. 

Em geral, os pronomes átonos colocam-se a seguir ao verbo, ligados por hífen (-).

Exemplos: O Ivo leu o livro. O Ivo leu-o.

                   A Maria ligou à mãe.  A Maria ligou-lhe. 

Quando a forma verbal termina em -m ou ditongo nasal (-ão; -õe), acrescenta-se um n no início do pronome, isto é, os pronomes o, a, os, as passam a no, na, nos, nas.

Observa os exemplos:

Eles compraram um peixe. Eles compraram-no.
Põe a lasanha no forno, Ana! Põe-na no forno, Ana!
Tragam aquela tesoura, por favor! Tragam-na, por favor!

Quando a forma verbal termina em -r, -s ou -z, esta consoante cai e acrescenta-se um l no início do pronome, isto é, os pronomes o, a, os, as passam a lo, la, los, las.

Observa os exemplos:

A menina vai comprar uma mochila. A menina vai comprá-la.
Queres um sumo de laranja?  Quere-lo?
A avó fez o bolo de chocolate.   A avó fê-lo.

Quando o verbo se encontra no futuro do indicativo (simples ou composto) ou no condicional (simples ou composto), 

1.º -  o r do radical desaparece;
2.º - acrescenta-se um l ao pronome pessoal, ou seja, os pronomes tomam a seguinte forma: lola, los, las.
3.º - coloca-se o pronome entre o radical do verbo e as terminações verbais.

Observa os exemplos:
Futuro: Amanhã, o João comprará uma mota nova. Amanhã, o João comprá-la-á.

Condicional: O João compraria uma nova mota, se tivesse dinheiro.  O João comprá-la-ia, se tivesse dinheiro.

Queres ver se dominas esta matéria?

Desafia-te e realiza o quiz que te disponibilizamos. Clica aqui.

sábado, 25 de fevereiro de 2023

+ CIÊNCIA ON - QUESTÃO 26

 NOTA PRÉVIA

Os polvos conseguem mudar de forma e de cor com facilidade, esguichar tinta, esgueirar-se para fendas minúsculas e saborear com as suas ventosas.

Possuem três corações na cabeça: dois, que levam sangue para as brânquias e respiração, e um que empurra o sangue oxigenado para o resto do corpo.

Ao contrário dos vertebrados, o sangue dos polvos contém hemocianina: um pigmento respiratório equivalente à hemoglobina de outros animais, cuja composição contém cobre em vez de ferro, o que lhe confere uma cor azul-esverdeada.


QUESTÃO

Quantos cérebros tem um polvo?

A - Tem oito cérebros: um em cada braço.

B - Tem nove cérebros: um na cabeça, entre os olhos, e mais um em cada braço.

C - Tem três cérebros na cabeça, ao lado dos corações.

D - Tem onze cérebros: três na cabeça, ao lado dos corações, e mais um em cada braço.

PRESTA ATENÇÃO

Faz uma pesquisa sobre o assunto, de acordo com as indicações que o teu professor te transmitiu.

Responde à questão no formulário que se segueClica aqui.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

LEITURAS E TEATRO 2023: «NA ROTA DE GIL VICENTE»

Acabara de amanhecer, mas já se juntara muita gente, sobretudo gente jovem, pronta para a viagem «e há de partir logo essora».

O chamamento «À barca, à barca, oulá!, / que temos gentil maré» era do conhecimento geral naquele dia 16 do mês de fevereiro de 2023. Não obstante, não havia cais nem barcas nem barqueiros. Nem o destino era o Inferno ou o Paraíso.

Quanto aos passageiros… qualquer semelhança mínima com as personagens-tipo vicentinas seria pura ficção.

Estariam todos? Faltava alguém? Era melhor aguardar mais um bocadinho: «veremos se vem alguém, / merecedor de tal bem, /que deva de entrar aqui».

Mas às sete da manhã em ponto, «Asinha, que se quer ir! / Ó que tempo de partir». Sem arrais que impedisse ou condicionasse a entrada e sem «cárrega» que embaraçasse, todos os passageiros se instalaram confortavelmente sem ao menos perguntar «E pera onde é a viagem?». Esta era, aliás, uma questão desnecessária, já que todos conheciam detalhadamente a rota.

Rumou-se a Lisboa, num destino literário, artístico e cultural, ao encontro de mestre Gil Vicente e da sua obra, numa Lisboa do século XVI.

O recuo no tempo, a viagem ao passado, começou no Museu Nacional da Arte Antiga. Ao observar os Painéis de São Vicente (presentemente em restauro), deparámo-nos com uma solene e monumental assembleia representativa da Corte e de vários grupos sociais da época vicentina. Na pintura O Inferno, de um mestre português desconhecido, contemporâneo de Gil Vicente, fomos confrontados com uma impressionante imagem do Inferno, que inventaria os suplícios eternos em relação aos pecados capitais. E ao observar a Custódia de Belém, o dramaturgo Gil Vicente foi, por momentos, esquecido para nos deixar deslumbrados com o seu mérito artístico na área da ourivesaria.

O regresso à Lisboa contemporânea fez-se na hora de almoço: o bulício atribulado do trânsito, uma passagem rápida pelo Parque das Nações e uma refeição ligeira tão do agrado dos jovens viajantes trouxeram-nos de volta à realidade do século XXI.

Mas o retorno ao século XVI estava agendado para as 15 horas, no espaço «O Sonho», para assistência à representação da peça Auto da Barca do Inferno, numa excecional encenação de Ruy Pessoa. Aqui, o elenco sabe tirar partido dos efeitos de cómico e, sem nunca desrespeitar o texto de Gil Vicente, trazem para cena apontamentos atuais, numa interessante interação com os espetadores, que envolvem e cativam a assistência. Mas o aviso ficara feito:

«Vigiai-vos, pecadores,
que, despois da sepultura,
neste rio está a ventura
de prazeres ou dolores!»

GALERIA DE FOTOS
Apreciando os Painéis de São Vicente, em restauro, no Museu Nacional da Arte Antiga.
Escutando atentamente a explicação sobre a pintura O Inferno.
Ouvindo os esclarecimentos sobre a Custódia de Belém.
O cenário e os atores do Auto da Barco do Inferno no final da representação.
Uma das nossas alunas em palco.

PROGRAMA DA VISITA DE ESTUDO



NOTA: Esta visita de estudo dos alunos do 9.º ano só foi possível graças ao apoio da Câmara Municipal de Monchique, que cedeu o transporte e garantiu o pagamento das entradas no teatro.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

EU, LEITOR(A), SUGIRO « O ÚLTIMO ESPETÁCULO» - SAPO E LAGARTO (TEXTO II)

 
Fotografia: @N.Lemos.

            «[…] Partiu, andando às guinadas, como um corpo sem alma. Sentiu-se no mundo mais só do que nunca e descarregou contra si mesmo o veneno que trazia lá dentro gritando até enrouquecer e ficar estendido, sem forças, nas pedras da calçada:
- Sapo e Lagarto, o meu pai matou um porco!» 

Manuel do Nascimento, «Sapo e Lagarto» in O Último Espetáculo. 

Duas filas de casa.

O silêncio
a beijar o pó que tomba na estrada.
Um velho vestido de negro.
Gritos
que rompem, cortam, rasgam.
As tabernas. As crianças. O sol. Chuva.
E …

 Estes são alguns ingredientes do conto «Sapo e Lagarto», escrito pelo autor monchiquense Manuel do Nascimento, que dá nome à tua escola!

Para leres a história original, requisita o livro O Último Espetáculo, bem pertinho de ti: talvez o tenhas em casa; seguramente o encontrarás na biblioteca da tua escola.
Para conheceres a outra parte da história, inventada pela tua colega Lisa Ferreira, do 7.º B, só tens que continuar a ler, aqui:

 (…) Na manhã seguinte, o pobre acordou deitado no chão, em frente à taberna, com o povo da aldeia à volta dele. Não se ouvia nada, a não ser o murmúrio das pessoas:

- Será que está morto?
- Está consciente.
O pobre acorda com a visão desfocada e mal se consegue levantar. No meio daquele aglomerado, chega-se à frente um rapazinho de mais ou menos dez anos, e estende-lhe a mão. O pobre, com receio, agarra-lhe a mão e levanta-se a custo.
Toda a aldeia em volta dele se afasta, mas o Menino mantém-se ali, a olhar para ele. Em seguida, dá-lhe um abraço. O pobre fica imóvel. O Menino larga-o. Fita-o e, num tom de voz calmo, diz-lhe:
- Vem comigo!
O pobre, com um andar vagaroso, segue-o. O Menino levou-o a uma casa que não aparentava ter grandes condições. De um armário tirou um pouco de pão e deu-lhe. O Homem não demorou muito tempo a comê-lo, pois não se alimentava há muito tempo.
- Olá, eu sou o José, mas quase ninguém me chama assim – começou por dizer o Menino.   Chamam-me Sem-abrigo! E tu? – O pobre não respondeu. Durante algum tempo houve apenas silêncio e o barulho das crianças lá fora.
- Sabes  disse o menino –, não ligues ao que te chamam, há uma vida para passar e eu, um amigo para desfrutá-la contigo. Não precisas de falar, se não quiseres. 
O pobre olha pela janela, para o monte, e vem-lhe uma lágrima ao olho, que lhe escorre para o rosto. Desabafa:
- O meu nome? Não tenho, mas sou o Sapo e Lagarto, se assim me quiseres chamar. Eu perdi toda a minha família, o meu lar, e com isso a esperança de viver. Ganhei o cansaço de estar vivo.
O Menino não disse nada, por isso, o Homem continuou:
- Tu, José, deste-me a mão quando ninguém mais o tinha feito, por isso, estou-te a dar a minha confiança, a única coisa que me podes pedir.
Depois de o Menino consolar o Homem, resolveram ir dar uma volta à aldeia. Durante esse passeio, um grupo de rapazes gritou em coro:
- Sapo e Lagarto, o meu pai matou um porco!
- Sem-abrigo, o teu lar é no meio do trigo!
O Homem e o Menino viraram-se para os rapazes. Eles continuaram no mesmo sítio. O Menino respondeu:
- Não, eu não sou um sem-abrigo, eu tenho casa e nome! – E o pobre, seguindo o exemplo de coragem do pequeno amigo, disse:
- Eu não sou sapo, nem lagarto, sou uma pessoa!
Durante uma semana, ninguém lhes dirigiu palavra, mas, passado algum tempo, já toda a gente os respeitava e ninguém os excluía. O Menino passou a jogar com os outros rapazes e o Homem passou a ir à taberna com os outros homens e começou a participar das festas da aldeia.
O Homem e o Menino passaram a viver juntos e, apesar da diferença de idades, tornaram-se melhores amigos.

Lisa Ferreira, 7.º B, n.º 10.

EU, LEITOR(A), SUGIRO «O ÚLTIMO ESPETÁCULO» - SAPO E LAGARTO (TEXTO I)

Fotografia: @N.Lemos.

«Duas filas de casas frente a frente beijando o pó na estrada, ruelas contorcidas onde as rodas dos carros marcam sulcos cada vez mais profundos, homens sentados no chão, crianças jogando com bolas de trapo e … mais nada. Só os homens olhando o céu numa súplica, só as mulheres gritando pragas aos filhos que fogem. O resto é silêncio, é a vida parada num quebrar de anseios e de força que chega ao desespero. […]»

Manuel do Nascimento, «Sapo e Lagarto» in O Último Espetáculo.

 
O que pode levar uma aldeia inteira a zombar de um Homem só? O que pode levar todos os homens, mulheres e crianças incluídas de uma aldeia inteira a troçar de um pobre velho? Palavras como facas a cair sobre ombros fracos e gastos. A raiva. O que move a crueldade? Há limites para o perdão?

- Sapo e Lagarto, o meu pai matou um porco!

O conto «Sapo e Lagarto», do escritor monchiquense Manuel do Nascimento, aborda a questão do «bullying», de uma forma que suscita inúmeras questões. É um conto curto, mas profundo. Poderás, talvez, reconhecer nele Monchique e até algumas personagens que habitam atualmente na vila … apesar de o livro ter sido inicialmente publicado no já longínquo ano de 1955.

O Último Espetáculo, a que pertence o conto «Sapo e Lagarto», faz parte da biblioteca da tua escola. E encontra-se à tua espera!

Mas se quiseres saber como é que a tua colega Sofia Duarte, do 7.º B, continuou essa história, de forma bem expressiva, criando um final completamente diferente, só tens que continuar a ler esta publicação, o texto vem já a seguir. Vale a pena a leitura! 

(…) Em meados de dezembro, as crianças não podiam brincar na rua. Aquela dádiva do céu, tão esperada apenas há alguns meses, é agora a razão de toda a rua estar enlameada. Neste momento, os pequenos miúdos que lá moram passam o dia a olhar pela janela, vendo o céu chorar. Aguardando que talvez algo inesperado, eventualmente sinistro, atravesse aquelas ruas molhadas, entregando a todos um pequeno entretenimento.

Podendo ver aquele quotidiano, o desprezo é o prato principal. Apenas naqueles subúrbios, a indiferença – ao contrário da comida – era algo abundante. Entre aqueles caminhos (não podendo sequer ser chamados de ruelas), vivia um ser que noutros tempos tinha sido conhecido como compositor.
Há alguns anos, aquelas duas fileiras de casas não estavam sozinhas, eram acompanhadas por enormes prédios, onde se trabalhavam minerais e rochas vindos de uma pedreira lá perto, entre outras manufaturas. Mas o mais notável era a construção de instrumentos musicais para os vários teatros, escolas de arte e salas de espetáculos da zona. O pobre homem, agora isolado, era a razão da antiga cidade ter sido tão aconchegante, tão unida e com uma beleza incomparável. Atualmente, a localidade é revestida por uma enorme nuvem negra.
Passados alguns meses, as brincadeiras regressaram, tal como os raios de ouro. E como esperado por todos os habitantes, aquela pessoa, agora apagada como um risco de giz, apareceu. Trazia vestimentas negras, mas aquele chapéu, noutra altura escondendo o seu rosto, estava bem colocado. Transmitia um olhar provocador. O Homem foi para o centro da aldeia e gritou como nunca ninguém tinha gritado, como nunca ninguém tinha ouvido, como nunca ninguém alguma vez tinha imaginado:
- Sapo e lagarto!
Chamou a atenção de todos e com a mesma emoção voltou a gritar:
- O sapo mudou de tanque! O lagarto mudou de jardim! O coração que aqui morou está despedaçado em cada uma das vossa casas. Os prédios que havia foram demolidos, porque ninguém deu importância ao tesouro que tinham. A esperança saiu, tal como as pessoas que cá viviam. A beleza foi destruída pela corrupção, pelo egoísmo.
Tirou a guitarra que tinha às costas e cantou a canção que tinha escrito quando sentiu que a cidade onde tinha sido feliz tinha mudado de sítio. Agora, no mesmo local, cresciam furiosamente mágoas.
Por assim dizer, era o lugar onde a vida tinha florescido no melhor de si, aquela vida que nunca tinha esperado conhecer. O tempo passou. Mas, quando se apercebeu que as mesmas flores de antes estavam, afinal, debaixo do seu nariz, já tinha arrumado as malas e seguido viagem.

Sofia Duarte, 7.º B, n.º 14.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

CURTAS DE ESCRITA ONLINE 5

 O Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim, que se assinala mundialmente a 14 de fevereiro, está a chegar. É a data ideal para se escrever mensagens românticas dirigidas às pessoas de que mais gostamos.

Assim, neste mês, desafiamos-te a escrever um bilhete de amor, dirigido a uma pessoa especial. Mas, ATENÇÃO, não podes usar, nem uma única vez, a letra a.


Achas que és capaz?

Deixa a tua mensagem no formulário que encontras AQUI.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

CAMPANHA ELEITORAL DE «MIÚDOS A VOTOS» JÁ COMEÇOU NA TURMA B2

 

A Turma B2 (2.º ano da Escola EB1 N.º 2) elegeu como livro preferido O Lápis Mágico de Malala e a campanha eleitoral em defesa desta obra começou logo no dia 1 de fevereiro, primeiro dia de campanha.

Os alunos construíram interessantes painéis coletivos, que nos levam a refletir sobre o valor da EDUCAÇÃO e onde se podem ler palavras como: LIVROS, EDUCAÇÃO, CIDADANIA, LIBERDADE, LEITURA, PAZ, SONHO, ACREDITAR, DIREITOS.




 

«A educação pode mudar o mundo. Rapazes ou raparigas, todos temos direitos iguais!» é a mensagem que estes meninos nos deixam num painel gigante, onde as pombas, símbolo da PAZ, marcam uma notória presença.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

EU, LEITOR(A), SUGIRO «O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA» (TEXTO II)

 

«E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem és para que eu to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei, inquieto, Que tu, sem eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar […].»

José Saramago, O Conto da Ilha Desconhecida, Porto, Porto Editora, 2019.
 

Existirão ainda ilhas por conhecer? Existirão ilhas que não estão nos mapas?

Se um Rei diz que «não» … o que fazes?

Pedes um barco.

E partes.

Com a Mulher das Limpezas.

Que vens a Amar.

Até que …

Se ficaste curioso em relação à história, procura este conto na biblioteca da tua escola! As páginas não são muitas, mas a viagem será longa e bela…

Se queres saber como colegas teus inventaram uma história bem diferente da original (escrita por José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998), então, embarca noutra viagem e navega com a Maria Inês, aluna do 8.º C, que se colocou no lugar do autor e mudou tudo.

(…) Quando o Rei ouviu as palavras ditas pelo Homem, chamou os seus guardas para o retirarem do castelo. Ordenou fecharem todas as janelas e portas para que o homem nunca mais lá entrasse. O Homem ficou indignado com tamanha ignorância deste rei. Foi quando teve a ideia de lhe dar o que ele merecia.
O Homem espiou o castelo de longe durante alguns dias, até que avistou uma pequena abertura na parte de baixo do castelo. Com o maior cuidado do mundo, deslocou-se até lá. Quando entrou, avistou uma sala gigante cheia de grandes e pequenos barcos, uns mais escuros e outros mais claros. Pensou que o seu problema tinha acabado e poderia simplesmente ir embora, mas depois lembrou-se que estava ali para fazer justiça. Destruiu todos os barcos, guardou os destroços em vários sacos e partiu para uma praia perto de um reino onde ninguém ia.
Com todos os destroços que tinha guardado, construiu um barco que realmente lhe agradava. Era um barco enorme, parecia funcionar perfeitamente! O Homem sabia que ninguém gostava do Rei, pois este nunca ouvia quem gostava de ser ouvido e nunca dava a quem precisava. Chamou todos os habitantes do reino e pediu-lhes que o acompanhassem na sua viagem até à ilha desconhecida. Prometeu a todos que se a encontrassem, ele seria o rei da ilha e faria tudo o que o atual rei não fez. Todos os habitantes viram no homem palavras sinceras e olhos fiéis. Então foi assim, todos foram atrás do Homem. Entraram no barco e começaram a viagem... Passaram vários dias. Já estavam todos a perder a esperança, quando o Homem avistou uma ilha nunca antes vista e começou a gritar de felicidade. Todos no barco começaram a cantar e a dançar.
 Chegando à ilha, deixaram tudo o que lhes pertencia e assim começaram uma vida nova. O Homem cumpriu a sua promessa e conseguiu ser o melhor rei que pôde. O Rei egocêntrico, esse já não ouvia nada nem ninguém. Foi procurar os guardas a todas as salas, mas nem a Mulher da Limpeza encontrou. Percebeu logo que os seus barcos tinham desaparecido e soube de imediato que era tudo obra do Homem. Mas nada podia fazer sem barcos… Ficou sozinho no reino que ele próprio tinha criado, assim como todo o seu egoísmo.

 Maria Inês Costa, 8.º C, n.º 9. 

Fonte da Imagem: https://www.josesaramago.org/produto/o-conto-da-ilha-desconhecida-ilustracoes-de-fatinha-ramos-ed-bolso/

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

EU, LEITOR(A), SUGIRO «O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA» (TEXTO I)

 

«Disparate, já não há ilhas desconhecidas, Quem foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas, Estão todas nos mapas, Nos mapas só estão as ilhas conhecidas, E que ilha desconhecida é essa de que queres ir à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria desconhecida, A quem ouviste tu falar dela, perguntou o rei, agora mais sério, A ninguém, Nesse caso, porque teimas em dizer que ela existe, Simplesmente porque é impossível que não exista uma ilha desconhecida […]».

José Saramago, O Conto da Ilha DesconhecidaPorto, Porto Editora, 2019. 

Onde fica?

A Ilha Desconhecida?

No Triângulo das Bermudas?

Em Zanzibar?

Okinawa?

No Parque Nacional dos Lagos de Plitvice?

Algures na Reserva Natural do Vale Jiuzhaigou?

Entre os glaciares da Patagónia Chilena?

Localizada a 15º 78' S e 54º 33' E do Oceano Índico?

Ou exatamente aí,

no centro

                   do

                               teu

                                            coração? 

Se queres mesmo saber, tens duas hipóteses, podendo optar por … ambas!

 1) Ler O Conto da Ilha Desconhecida, escrito por José Saramago, que aí nos revela onde qualquer um de nós (sabendo o segredo, claro) pode encontrar uma Ilha Desconhecida. 

2) Ler a continuação da história original, tal como foi escrita pela tua colega Lara Martins, aluna do 8.º C, que propõe uma viagem bem original:

        (…) Depois de tanto insistir com o Rei para que lhe desse um barco, que sempre negava, o Homem saiu daquela sala, deixando-o ali sentado. Saiu do palácio decidido a construir o seu próprio barco, pois ele não precisava de depender de alguém para realizar os seus sonhos.

Afastando-se da casa, começaram a chover perguntas pela sua cabeça, mas o Homem tentou manter a calma, pois lembrou-se que tinha um velho amigo pescador que o poderia ajudar. Depois de andar alguns quilómetros, chegou a uma pequena casa, com a pintura já gasta, cheia de mato à volta. Guiando-se até à porta de madeira velha, bate.
- Ó da casa! - diz o Homem falando alto, mas sem sinal que possa estar alguém. Então, retomou o caminho, andando à deriva nos seus pensamentos mais profundos. Tropeçou em algo, caindo no chão. Com o choque da queda, demorou um bocado para abrir os olhos, mas, logo que os abriu, deparou-se com uma bolsa de couro castanha semiaberta, oferecendo a visão de um lindo caderno. Não demorou muito para que o Homem pegasse nele e o folheasse, vendo o que estava lá dentro.
O Homem ficou estupefacto com as obras de arte que aquele simples caderno tinha: eram lindas, pinturas cheias de vida. Em cada uma delas dava para sentir algo especial. Guardou a bolsa, voltando à sua rota, e foi para casa. Quando lá chegou, pousou o pequeno livro em cima da sua mesa, pensando no que iria fazer sobre o assunto do barco.
- Claro que há alguma ilha desconhecida! E quem é o Rei para me dizer que não posso criar a minha própria ilha?
Assim que ele disse isto, surgiu-lhe uma ideia na mente:
- Porque não criar a minha própria ilha naquele caderno?
Foi à cozinha e retirou da fogueira um pedaço de carvão que iria servir para ele desenhar. Começou a fazer vários traços aleatórios sem sequer saber por e para onde ir, mas o certo é que tudo o que ele gostaria de ter numa ilha colocou no papel, desde as maiores palmeiras até ao oceano brilhando.
Logo depois de ter acabado, o Homem ficou surpreendido com o seu trabalho, voltando a guardar o caderno na sua bolsa, cuidadosamente, e saindo apenas com aquilo.
- O que você quer? - perguntou o Rei ao ver novamente aquele sujeito à sua frente.
- Queria mostrar-lhe que existem ilhas desconhecidas.
- Não é possível, eu conheço todas as ilhas deste reino! - afirmou o Rei.
Logo o Homem mostrou os desenhos que tinha feito.
- Qualquer ilha desconhecida pode existir, se a criarmos à nossa própria maneira.
O rei soltou uma gargalhada, que percorreu os ares, mas logo parou, ao aperceber-se de que o Homem estava a falar a sério.
- Então, significa isso que já concretizou o seu sonho? - perguntou o Rei.
- Neste caso, sonhá-lo é concretizá-lo. O meu sonho nunca foi descobrir uma ilha. O meu sonho foi descobrir. Descobrir, descobrir. Explorar, viajar… E talvez consiga fazer isso através de um simples papel…

Lara Martins, 8.º C, n.º 6. 

Fonte da imagem: https://momentosdemagia.files.wordpress.com/2013/07/saramago-o-conto-da-ilha-desconhecida.jpg 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

PROBLEMATIK 23 - DIA DE S. VALENTIM

 Dia de S. Valentim

No Dia dos Namorados, cinco amigos e as respetivas namoradas estão num centro comercial. À sua frente, da esquerda para a direita, têm cinco lojas: uma perfumaria, uma loja de discos, uma livraria, uma chocolataria e uma florista.

Os amigos estão a par dos gostos das namoradas e sabem que:

  •     A namorada do Filipe quer qualquer coisa, exceto chocolates;
  •     A namorada do Luís quer um livro, chocolates ou flores;
  •     A namorada do Rui não quer discos nem chocolates;
  •     A namorada do Pedro quer um perfume, chocolates ou flores;
  •     A namorada do Tiago não quer livros, nem chocolates.

Quando foram comprar as prendas, de acordo com o desejo das namoradas, cada um entrou na sua loja. O Luís e o Tiago entraram em lojas uma ao lado da outra. O Pedro e o Filipe entraram em lojas afastadas uma da outra.

 Que prenda recebeu cada uma das namoradas?

Achas que estás à altura deste desafio? Parece-nos que sim!

Então, deixa a tua resposta no formulário que encontras AQUI

«LEVO UM LIVRO NA SACOLA PARA LER FORA DA ESCOLA» CONQUISTA ADEPTOS, ENTUSIASTAS E LEITORES

A atividade «Levo um livro na sacola para ler fora da escola» está de volta, conquistando, progressivamente, mais adeptos, entusiastas e leitores, depois de alguns constrangimentos motivados pela COVID 19.

Tudo começa no Jardim de Infância, na sala dos meninos ou na biblioteca. Orientados pelas educadoras e pelas funcionárias, os meninos escolhem os livros que levarão para casa, na sua sacola azul, para ler em família.





A requisição dos livros faz-se envolvendo as crianças nos procedimentos.

Dentro do livro, segue uma ficha, que será preenchida em família, onde há espaço para a recriação da história com recurso a ilustração e registo da opinião da criança. 






Em casa, a leitura congrega vários familiares e o número de leitores é sempre muito superior ao número de crianças envolvidas. Depois de cada leitura, há uma tarefa a cumprir: fazem-se ilustrações com recurso a técnicas variadíssimas, estimula-se a capacidade de trabalhar em equipa, a criatividade, o sentido crítico, a responsabilidade e tantas outras capacidades e valores associados à leitura e ao envolvimento da família nas dinâmicas escolares.




De regresso ao Jardim de Infância, partilham-se leituras, discutem-se opiniões, apreciam-se e comentam-se os trabalhos produzidos.




No 1.º período do corrente ano letivo, a atividade envolveu 6 grupos/turmas, 102 crianças, 204 familiares, para um total de 187 livros requisitados

domingo, 5 de fevereiro de 2023

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA 2023: ALUNOS APURADOS PARA A FASE INTERMUNICIPAL

Castro Marim organizará, no corrente ano letivo, a Fase Intermunicipal do Concurso Nacional de Leitura.

Imagem retirada de: https://www.rbe.mec.pt/np4/CNL.html

No concelho de Monchique as provas da Fase Escolar/Municipal tiveram lugar nos dias 25 de janeiro (1.º ciclo), 31 de janeiro (2.º ciclo) e 2 de fevereiro (3.º ciclo) e contaram com um total de 68 concorrentes: 25 alunos do 1.º ciclo, 23 do 2.º ciclo e 20 do 3.º ciclo.

Nestas provas foram apurados três alunos de cada ciclo que representarão o Município de Monchique na Fase Intermunicipal.


GALERIA DE FOTOS 1:








GALERIA DE FOTOS 2:








GALERIA DE FOTOS 3:







Para a Fase Intermunicipal, cuja data ainda não foi indicada, os alunos terão de ler as seguintes obras:

1.º ciclo: A menina com os olhos ocupados, de André Carrilho.

2.º ciclo: Noa, de Susana Cardoso Ferreira e Raquel Costa.

3.º ciclo: Flush, Biografia de um cão, de Virginia Woolf.

A Biblioteca Escolar dá os parabéns a todos os alunos que participaram na Fase Escolar/Municipal do Concurso Nacional de Leitura 2022/2023 e deseja boa sorte e boas leituras aos alunos que vão representar o nosso concelho na Fase Intermunicipal.