Nesta obra, cada personagem representa um grupo social do século XVI. Como, por exemplo, o Judeu, que representa todos os judeus e o desprezo que se lhes tinha na altura. Nos dias de hoje, ainda existe uma grande exclusão, em certos países, das pessoas com outras religiões e outras crenças.
Outro exemplo é o Onzeneiro, que nos dias de hoje seria representado pelos bancos. Essa personagem pensa que o dinheiro compra tudo e que tudo gira à volta da moeda. Na sociedade atual, também acontecem coisas idênticas, o mundo de hoje gira em torno do dinheiro e da riqueza material.
Se prosseguirmos para o Fidalgo, que representa a nobreza do século XVI, esta personagem, tal como o Onzeneiro, pensa que o dinheiro compra tudo e também acha que o seu estatuto social lhe pode comprar tudo na vida, mesmo a sua passagem para a Barca da Glória. Nos dias de hoje, essa ideia de «superioridade» também acontece com as pessoas mais ricas e com vários políticos.
Em suma, a sociedade não mudou assim tanto nos últimos 500 anos, nem irá mudar nos próximos. O ser humano não está habituado à mudança e parece não ter aprendido com os seus erros, daí o texto de Gil Vicente servir também para criticar bastante bem a sociedade de hoje, assim se mostrando que o «Auto da Barca do Inferno» é uma obra intemporal.
Riana Venda, 9.º C, n.º 12.
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