DIÁRIO DE UMA PERSONAGEM HISTÓRICA
19
de outubro de 1901.
Querida
Ciência:
Este foi
o dia pelo qual tanto ansiei. Foi hoje, neste belo dia de 1901, que levantei
voo no meu dirigível, o «Santos-Dumont n.º 6», depois de algumas tentativas
falhadas. Este foi um grande feito para muitos. Para mim também. É um desafio
extraordinário, a possibilidade de colocar um veículo mais pesado do que o ar a
voar!
Antes e
no momento da experiência, senti-me muito nervoso. Aquela sensação de
borboletas na barriga, o pensamento insistente - «será que o dirigível vai
aguentar no ar?» -, o ritmo acelerado do meu coração (quase que me saltava do
peito) e toda aquela inquietação em todo o meu corpo. O voo foi tal e qual como
imaginei!
Mas,
apesar do sucesso, eu sei que consigo fazer melhor, senão, todo aquele tempo
que passei em França não teria servido de muito. Este voo, que se prolongou pouco
menos de meia hora, parece que durou uns minutos apenas, nada mais. Esta volta
foi magnífica! O que a tronou mais bela foi atingir a Torre Eiffel, com a
belíssima Paris como pano de fundo. Mas o que tornou especial este momento,
também, foi ter ganhado o prémio «Deutsch de la Meurthe», a aposta! Este
sucesso só me deu mais vontade de inventar, de criar novas máquinas voadoras.
E quem
sabe se, daqui a uns anos ou meses, não teremos mais máquinas voadoras a cruzar
os belíssimos céus do nosso mundo. Quem sabe que novos horizontes se poderão
abrir com mais criações?
Para
conseguir chegar a este ponto, existiram muitas falhas, muitas mágoas e
tristezas. Muitos acharam que foi fácil eu conseguir tudo isto, só porque nasci
em berço de ouro. Mas não é por ser rico, muito pelo contrário. Consegui porque
tenho essas capacidades, como muito outros, que até nem nasceram em berço de
ouro.
É com toda esta esperança e expectativa, com esta previsão de uma grande revolução na aviação, que me despeço de ti, por hoje. E num outro dia, voltarei com mais experimentos e invenções para te contar!
Teu, ___________________ (1)
Mariele Venda, 8.º A, N.º 14.
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