PASSEANDO COM DEUS NA BRISA DA TARDE (1)
Fotografia: @Pedro Alves |
Era uma
vez um grande homem chamado Rui. Era pai de duas meninas, Inês e Cláudia, para
além de ser esposo de Lúcia. Era um homem charmoso, extremamente bondoso e
gentil, sempre preocupado com a felicidade dos seus próximos.
Certo
dia, Rui foi levar as suas filhas à escola e, quando regressava a casa, ficou
preso numa emboscada montada por um grupo de terríveis capangas. Rapidamente o
abordaram, foi então usado como refém! As negociações com a polícia não
correram como esperado e Rui foi a vítima. Cravaram-lhe uma espada no peito!
Quando
encontraram Rui, já tinha sido esfaqueado havia cerca de trinta minutos, mas o
coração ainda batia. Lentamente. Ficou em coma, com um prognóstico muito
reservado. As hipóteses de sobrevivência eram inferiores a dez por cento… As
suas três mulheres choravam bruscamente do lado de fora da sala, com medo de o
perder…
Quando
Rui estava em coma, sonhava com algo invulgar. Estava à sombra de uma
bananeira, em Madagáscar. Discutia saudavelmente com Deus. Apresentava as suas
razões para viver. Era o único que trabalhava para sustentar a família,
dependiam dele para pôr o pão na mesa. Deus viu em Rui uma alma pura, apesar de
Rui não ser crente. Concedeu-lhe, assim, a oportunidade de viver…
Um ano
depois, Rui acordou com um filho varão nos braços, pois a sua mulher Lúcia já
estava grávida de um mês, quando ocorreu o infeliz incidente sofrido por este
pai feliz às mãos de um Destino (só aparentemente) cruel.
Pedro Alves, 9.º A, n.º 13.
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