segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

EU, LEITOR(A), SUGIRO «VAMOS AQUECER O SOL»

 

            O livro Vamos Aquecer o Sol é uma sequela de O Meu Pé de Laranja Lima. Ambos representam a infância de José Mauro de Vasconcelos. Eu gostei bastante de ter lido Vamos aquecer o sol. A obra foi bem escrita e conseguiu cativar-me durante toda a minha leitura. No entanto, eu gostei mais da primeira obra, o que, provavelmente, se deve ao facto de eu ter criado expetativas muito altas em relação ao segundo livro, por ter gostado imenso de O Meu Pé de Laranja Lima.

            A minha personagem favorita é o Zezé, porque mesmo sendo ele já um adolescente, continua com a mesma pureza, inocência e rebeldia da sua infância, o que me fez amar a personagem. Além disso, a obra permite-nos criar um vínculo maior com o jovem, ao apresentar-nos a sua infância difícil, marcada pela falta de amor e de carinho, por parte da sua família.

            De todos os capítulos, o que me chamou mais à atenção foi o primeiro da terceira parte do livro. Nessa parte da história, após o Zezé mudar de casa, ele decide que vai roubar o mamão da sua vizinha, Dona Sevéruba, durante a noite. Enquanto eu lia a aventura do protagonista, eu só conseguia pensar em qual seria a minha reação, se eu visse um rapaz de 14 anos, a entrar no meu quintal só de tanga e com uma faca na cintura, a roubar o meu mamão e que, ainda por cima, teve a coragem de lá voltar para deixar as cascas. Sinceramente, eu acho que ficaria muito irritado e ao mesmo tempo ia-me desmanchar a rir.

            Eu senti-me bastante encorajado enquanto lia este livro, devido à persistência inabalável do Zezé, que me fez sentir que nada é impossível e que nunca devemos desistir dos nossos sonhos. O Zezé, com toda a sua rebeldia e imaginação, via-se metido em grandes sarilhos e, mesmo assim, nunca desistia dos seus propósitos. Mal conseguia escapar de mais uma das suas travessuras, já começava a planear outra! Era mais forte do que ele. Exemplo disso foi quando uma noite ele decidiu entrar na mata de Manuel Machado e, mais uma vez, teve uma das suas ideias, que não lembram a ninguém!  Começou a gemer, com todas as suas forças, com o propósito de assustar as pessoas, para que pensassem que se tratava de uma alma penada. E mesmo sabendo dos perigos que corria, repetiu o mesmo, em muitas outras noites, até que toda a população estava já amedrontada. O Zezé só parou depois da Dadada, a empregada lá de casa, o ter apanhado em flagrante, e de ter ameaçado que contaria a toda a gente que era ele a alma penada. Isso mostra que Zezé era persistente, que apesar de viver no seu mundo imaginário e solitário, ele tinha objetivos e lutava para conseguir alcançá-los.

            Para ultrapassar a falta de amor e de carinho por parte da sua família, o Zézé criou, na sua imaginação, personagens que o ajudavam e confortavam nos momentos mais difíceis.   

            O Sapo Cururu, a quem ele chamava de Adão, segundo a sua imaginação, vivia no seu coração e era ele quem aconselhava Zezé, para que parasse de fazer asneiras. Ao mesmo tempo, também o encorajava a acreditar mais em si e dizia-lhe para ser mais compreensivo e para se aproximar do seu pai adotivo.

            O Zezé era um rapaz tão criativo, que chegou a transformar um ator famoso, que ele muito admirava, no seu pai imaginário. Esse ator chamava-se Maurice Chevalier. Nele, o adolescente encontrava todo o amor e o carinho de um verdadeiro pai.

            Estas personagens, fruto da sua imaginação, ajudavam o Zezé a não se sentir tão só e incompreendido, visto que somente no colégio ele tinha um amigo, Fayolle. Este era o único que o ouvia, sem fazer julgamentos, e que se preocupava com ele.

            O Zezé era um menino com bom coração e o facto de ele ser muito endiabrado devia-se à falta de uma família que o amasse e se preocupasse verdadeiramente com ele. Mas, felizmente, ele conseguiu ultrapassar tudo isso, devido à sua imaginação.       

            Para mim, a principal mensagem que o livro me transmitiu foi que, por muitos que sejam os nossos problemas, nunca devemos deixar de sonhar. Os sonhos fazem parte da vida e mesmo que esta esteja complicada, nunca devemos desistir de nada. Devemos, sempre, tentar encontrar uma solução, acreditando mais nas nossas capacidades e acreditando que, se nos esforçarmos, conseguimos alcançar os nossos objetivos. 

            Sim, o amor, o carinho e os sonhos preenchem a nossa vida e são indispensáveis para sermos felizes.

André Sampaio, 9.º B.



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