quarta-feira, 30 de novembro de 2022

DATAS HISTÓRICAS - 1 DE DEZEMBRO DE 1640: OS CONJURADOS

A propósito da conspiração do golpe palaciano de 1 de dezembro de 1640, publicam-se, a seguir, pequenas biografias de alguns dos conspiradores, produzidas por alunos do 8.º ano, no âmbito da disciplina de História.

 D. ANTÃO DE ALMADA, 7.º CONDE DE AVRANCHES

 

D. Antão de Almada nasceu em 1573. Foi uma figura importante no episódio da Restauração. Foi um dos principais organizadores de golpe que aconteceu na manhã de 1 de dezembro de 1640. No seu palácio realizaram-se as últimas e decisivas reuniões dos conjurados.
No dia 1 de dezembro de 1640, D. Antão de Almada fez parte do grupo de assalto ao Paço da Ribeira, tendo ficado encarregue de guardar a Duquesa de Mântua, que governava o país em nome de Filipe IV de Espanha. Após este acontecimento, confiaram-lhe uma das missões primordiais para o êxito da Restauração, que era conseguir ajustar a paz com Inglaterra. Na Grã-Bretanha seria recebido, com solenidade e honras, pelo rei inglês, Carlos I, que reconheceu Portugal como Estado Soberano.
Regressou a Portugal em 1642, assumindo, pouco tempo depois, o cargo de Governador de Armas da Estremadura. Faleceu em dezembro de 1644, no cerco de Elvas.

Fonte consultada:
Serrão, J. (2003). Dicionário de História de Portugal (Vol. I, p. 12). Porto: Livraria Figueirinhas.                                                                                                           

Trabalho realizado por Alícia Duarte, 8.º B, n.º 3.


D. ANTÓNIO TELES DE MENESES

         

António Teles de Meneses, 1.º e último Conde de Vila Pouca de Aguiar, nasceu em 1600, em Santarém. Era o quinto filho de Rui Teles de Meneses, oitavo senhor de Unhão, e de D. Maria da Silveira.

      Exerceu funções militares no Índico, capitaneando frotas, e chegou a ser nomeado Governador, ainda com carácter interino, do Estado Português da Índia.        
            Aderiu à Dinastia de Bragança, após regressar do Oriente, tendo sido nomeado por D. João IV General da Armada, tendo ficado a fazer parte dos Conselhos de Estado e Guerra. Também recebeu as comendas de S. Vicente de Pereira e S. João de Beja, pertencentes à Ordem de Cristo, como recompensa pelos serviços prestados.
Em 1642 juntamente com a licença para o hábito de Santiago ou de Avis obteve uma pensão de 12.000 réis. Em 1647, ano em que foi nomeado Governador-Geral do Brasil, recebeu o título de Conde de Vila Pouca de Aguiar.
Após regressar a Portugal, foi Alferes-mor de D. Afonso VI, e obteve a concessão do ofício de Vice-Rei da Índia e a promessa do título de Marquês. No entanto, não chegou a beneficiar dos privilégios mencionados, pois morreu em 1657 durante a sua viagem até ao Estado da Índia.  
 
Fonte consultada:
António Teles de Menezes (1600-1657). Retirado de http://lhs.unb.br/atlas/Ant%C3%B4nio_Teles_de_Menezes_(1600-_1657) 

Trabalho realizado por Alice Marques, 8.º A, n.º 2.


D. NUNO DA CUNHA ATAÍDE, 1.º CONDE DE PONTÉVEL

D. Nuno da Cunha Ataíde nasceu em 1610. Era filho de Tristão da Cunha de Ataíde, 7.º senhor de Povolide, casado com Antónia de Vasconcelos. Em Portugal, foi o primeiro fidalgo a utilizar o sobrenome «Cunha» a chegar à titulação. Foi um dos Quarenta Conjurados que, na revolução do 1.º de dezembro de 1640, restabeleceram a Independência de Portugal em relação a Espanha.

Na Guerra da Restauração foi Capitão de Infantaria e de Cavalaria. Foi também Deputado da Junta dos Três Estados, do Conselho de Guerra, Estribeiro-mor da Infanta D. Isabel Josefa, Presidente do Senado da Câmara de Lisboa, Presidente das Juntas do Tabaco e do Comércio e Embaixador Extraordinário em Inglaterra.
Governou o Algarve entre 1653 e 1655 e 1674-1675. Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lagos. Embarcou na armada inglesa que conduziu a nova rainha, D. Catarina de Bragança, até à Grã-Bretanha. Casou com D. Elvira Maria de Vilhena, condessa de Pontével e dama de honor de D. Catarina de Bragança. D. Nuno da Cunha de Ataíde faleceu a 10 de fevereiro de 1696. 

Fonte consultada:
Nuno da Cunha Ataíde. Retirado de:

Trabalho realizado por Inês Domingos, 8.º B, n.º 8.


JOÃO PINTO RIBEIRO

João Pinto Ribeiro nasceu em Lisboa em 1590. Era filho do comerciante Manuel Pinto Ribeiro e de Helena Gomes da Silva. Matriculado na Universidade de Coimbra, concluiu o Bacharelado em Direito Canónico em 1615. Iniciou-se como juiz de fora de Pinhel em 1621, tendo sido nomeado por Filipe II. Seis anos depois foi transferido para Ponte de Lima onde escreveu um “Discurso sobre Fidalgos e Soldados Portugueses não militarem em conquistas alheias”, que foi publicado em Lisboa em 1632. Neste discurso, criticava a atitude do governo de Madrid, que aliciava os fidalgos de Portugal com oferta de regalias e boas quantias monetárias para se deslocarem para a Flandres, que estava em guerra com a Espanha. Esta foi a base para a sua importância no futuro do país. 
Sendo um homem de grande prestígio, foi escolhido para se deslocar a Vila Viçosa, reunindo-se com o fiel agente de D. João, para dar conhecimento dos acontecimentos de Lisboa. De volta a Lisboa, determinam o dia 1 de dezembro para o golpe. Concluídos os preparativos, decidem que D. João deveria estar perto de Lisboa “porque com a sua presença, os amigos (...) se animariam e os duvidosos (...) seguiriam aquele primeiro movimento.” Após a Restauração da Independência, Ribeiro foi nomeado membro do conselho do rei a 11 de janeiro de 1641 e promovido ao cargo de contador-mor dos Contos do Reino ainda nesse ano. Até à sua morte, foi guarda-mor da Torre do Tombo. Foi jurista e historiador e escreveu  diversos trabalhos reconhecidos. Faleceu em agosto de 1649.
 
Fontes consultadas:

Portugal Dicionário Histórico – Ribeiro (João Pinto). Retirado de https://www.arqnet.pt/dicionario/ribeirojpi.html
Serrão, J. (1985). Dicionário de História de Portugal, (Vol. III, pp. 644-645). Porto: Livraria Figueirinhas

Leonor André, 8.º A, n.º 9.

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