DIÁRIO DE GUERRA
Dia 1 - 7 de setembro de 1914
Os dias de outono já
são tristes, mas quando chove fico com uma sensação de tristeza e com pouca
esperança de voltarmos a estar com os nossos familiares.
Dia 2 - 27 de maio de 1916
As saudades da família e de casa são cada vez mais fortes. Parece que esta guerra nunca mais irá terminar. Hoje, estou em Verdun, no noroeste da França, junto à fronteira do Imperio Alemão. Isto é um caos total. Chuva de tiros por todos os lados … ouvir o som das metralhadoras, das granadas e dos aviões começa a deixar-me louco. O tempo é o “adversário” mais difícil desta batalha pois o vento rebenta por cima de nós. As manhãs de nevoeiro intenso dificultam a visão. A chuva torna a areia em lama, o que deixa a movimentação mais complicada e nos torna num alvo mais fácil. É esgotante não conseguir dormir bem por causa do som dos tiros. Porém, quando o nosso serviço acaba, podemos divertir-nos um pouco lendo, escrevendo para as nossas famílias, ou até mesmo jogar às cartas.
Dia 3 - 6 de agosto de 1918
Já não
recebo cartas da minha família há uns meses e, cada vez mais, começo a
preocupar-me em saber se eles estão bem. A incerteza por não saber se conseguirei
sair vivo desta batalha em Amiens é, a cada dia que passa, cada vez maior. Estou
cansado de usar máscaras de oxigénio, mas sei que aquele gás é mortífero;
então, não tenho outra escolha. O meu estado psicológico está completamente
destruído, arrasado, tal como o terreno à minha volta. Já faz quatro anos que a
guerra começou e ouço todos os dias tiros de canhões, metralhadoras, tanques e,
se olhar para cima, só vejo fumo e o som dos aviões de guerra e os zepelins,
embora estes sejam destruídos com muita facilidade. A confusão é tanta que
vejo o Exército do Império Alemão a abater outros compatriotas seus em posição
de combate, ao nosso lado, pensando que estão a matar-nos. Estamos a conseguir
empurrar o Exército Alemão de volta ao seu país. A batalha terminou. É um
alívio, pois poderei ver a minha família de novo e saber se tudo correu
bem.
António Duarte, 9.º A, n.º 4.
Nota: Este trabalho foi produzido para a disciplina de História, no âmbito do estudo da I Guerra Mundial.
1 comentário:
Uau! O que mais pode um tio pedir para se sentir orgulhoso. Ao ler o teu texto, vivi contigo nas trincheiras contigo, camarada!
Um forte abraço!
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