segunda-feira, 28 de novembro de 2022

LEITURA EM LINHA: TESTAR A COMPREENSÃO DA LEITURA COM UM JOGO «4 EM LINHA»

Há muitas e diferentes formas de avaliar o conhecimento e a compreensão de uma obra literária estudada integralmente em sala de aula. Fazê-lo com um jogo «4 em linha» parece, à partida, uma estratégia improvável.

Na verdade, os alunos das duas turmas do 5.º ano ficaram confusos no início; não percebiam muito bem como poderiam responder a questões sobre uma obra sem usar um lápis, uma lapiseira, um tablet, um telemóvel… E mais confusos ficaram ao ver sobre as mesas da biblioteca um conjunto de jogos «4 em linha» muito bem alinhados. Sentados frente a frente, com um jogo no centro da mesa para cada dois alunos, começaram a imaginar possibilidades ao receber três cartões com as letras A, B e C. Os cartões serviam para responder às questões? Eram questões de escolha múltipla? Com três hipóteses de resposta? Parte da estratégia estava desvendada!

Mas quem é que respondia às questões? E para que era o jogo?

Faltava esclarecer que os alunos responderiam às questões alternadamente, consoante o lado da mesa em que se encontravam. A sorte ditou que primeiro respondiam os alunos que se encontravam no lado esquerdo, e que tinham as peças amarelas; a seguir, respondiam os do lado direito, com as peças vermelhas.

Depois de ouvir atentamente a questão e as três hipóteses de resposta, cada aluno selecionava o cartão com a letra correspondente à resposta adequada e, ao sinal da professora, em simultâneo, levantavam e mostravam o seu cartão. Se a resposta estivesse correta, colocavam uma peça no jogo «4 em linha». A questão seguinte seria para o outro grupo e assim sucessivamente.


O objetivo era conseguir colocar quatro peças seguidas de uma mesma cor na vertical, na horizontal ou na diagonal.

A tarefa não foi fácil, pois a maioria dos alunos acertou quase todas as respostas e a possibilidade de colocar 4 peças em linha ia sendo contrariada pelo «adversário». Não obstante, houve  um reduzido número de alunos que atingiu o objetivo e ganhou o jogo, graças a uma desatenção ou outra do «adversário». 

Mas, na verdade, todos ganhámos, incluindo os professores. Percebemos todos, alunos e professores, que havia um bom conhecimento da obra A Viúva e o Papagaio, de Virginia Woolf, e reconhecemos o excecional desempenho dos alunos ao nível das atitudes: saber ouvir, saber respeitar o outro, saber gerir a frustração, saber ganhar e perder.

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