«O MEU AVÔ»: SERÁ QUE VALE A PENA VER?
«O Meu Avô» é uma curta-metragem lançada em 2013, que tem Tony Costa
como realizador e diretor de fotografia. Os atores Martim Barbeiro, António
Rama e Carmen Santos são os protagonistas da história.
Nesta
curta-metragem é-nos apresentado Francisco, um rapaz de 11 anos que é obrigado
a passar as férias de verão no campo, com os seus avós. Inicialmente, ele não
queria ir, mas, com o tempo passado junto dos seus avós, foi deixando os
videojogos de lado e gostando cada vez mais de estar com aqueles. Certo dia, o
avô perdeu o dinheiro da reforma, não podendo, assim, pagar o que devia às
outras pessoas. O neto, vendo o avô triste, decidiu vender algumas das suas
coisas e com esse dinheiro pagou o que o avô devia e ainda conseguiu um extra
para dar ao seu avô.
Esta
é sem dúvida uma curta-metragem que nos aquece o coração. Poder ver uma amizade
tão linda entre avô e neto florescer é um privilégio. De início, eu não tinha
muitas expectativas para este pequeno filme, mas, quando ele acaba, é tudo
compensado.
Quando conhecemos o Francisco é muito provável que não gostemos dele, por
ser tão irritante com os pais e os avós e ser sempre do contra e estar sempre revoltado.
Mas também todos nós já fomos crianças e fizemos birras por coisas estúpidas. À
medida que o avô vai falando com o neto, vai-lhe dando a conhecer um pouco do
seu quotidiano e é dessa forma que consegue encantar o rapaz, sendo isso demonstrado
em duas pequenas cenas. A primeira é com a ida ao lago e a segunda, logo em
seguida, é aquela em que o rapaz conduz a mota azul do mais velho.
A ida ao lago é sem dúvida um momento terno entre o neto e o avô, e é a
partir desse momento que o Francisco começa a gostar de estar no campo,
atirando pedras para o lago e divertindo-se com isso. Depois de passarem um bom
momento no lago, preparavam-se para ir, quando o mais novo pediu para conduzir
a mota, e é aí que podemos ter a certeza que estes dois passariam a ser o
melhor amigo um do outro.
Depois,
ainda temos a cena mais forte de toda esta curta-metragem, que é quando o neto
decide vender o que tinha, nomeadamente os seus jogos eletrónicos, para poder
dar esse dinheiro ao avô. Esta é sem dúvida uma das cenas mais bonitas, pois
revela a amizade, o carinho e a preocupação que o neto ganhou pelos avós
naquele pequeno verão. Demonstra como há coisas que devem ser mais importantes
na nossa vida, por exemplo, termos amigos e ternura pelos nossos familiares,
preferirmos conviver e viver a vida abertamente acima dos prazeres de jogar
videojogos ou de sermos preguiçosos, por outras palavras, não vivermos.
Além
disso, não posso deixar de referir a forma como a curta-metragem foi filmada,
que influenciou muito o resultado final. Uma dessas formas foi o jogo de cores
que nos remete para o campo, os tons claros que nos dão uma sensação de calma e
paz. Também as cores das roupas das personagens e os padrões, por exemplo, do
Francisco, que usa aquelas típicas t-shirts que vemos em todos os rapazes da
idade dele, sem deixar de optar por tons claros e joviais. Mas se formos ver os
tons e o estilo de roupa dos avós, esses já nos remetem para uma geração mais
antiga e rural. A iluminação, inclusivamente, fez muita diferença, também, pois
remete-nos para todo um ambiente mais leve.
Podemos ainda falar da duração da curta-metragem, que foi perfeita. Apesar
de ser pequena, passou a mensagem! Também por ser pequena, não foi cansativo vê-la.
Em
conclusão, esta foi uma ótima curta-metragem, suave, mas com uma mensagem
forte, de ternura, amizade e amor. Apesar de já ser previsível o final,
não deixou de ser bom e emocionante, calmo e doce. E despertou-nos diferentes
sentimentos durante toda a projeção, desde raiva até à felicidade. Por todos
estes motivos, recomendo a sua visualização.
Mariele Garcia Venda, 9.º
A, nº.12
Fonte da imagem: https://www.imdb.com/title/tt2411146/mediaviewer/rm3776937728/
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