domingo, 18 de dezembro de 2022

ESCRIT@TOP.COM - A MILENA E A SÓNIA

 A MILENA E A SÓNIA



Certo dia, uma família estava na sua casa quando um dos vizinhos bate à porta:
- Meus queridos vizinhos, tenho aqui uma bela porquinha para a Milena.
- Muito obrigada – agradeceu a família. - Mas o que é que vamos fazer com esta coisa?! – exclamou a avó com ar de nojo.
Como receberam a porquinha, tinham de ter algumas condições. A Milena, muito entusiasmada, gritou:
- Já sei o nome dela! Sónia! O nome da minha tia favorita e também tem os olhos iguais a ela. Adorei esta porquinha!
- Mãe, ela está cheia de frio e com muita fome – disse a Milena muito alto.
 A mãe foi logo de imediato buscar um biberão de leite e uma manta aconchegante. Nessa altura, ainda não tinham experiência em cuidar de um animal; por isso, tinham de se habituar a cuidar dele.
Bem longe da cidade onde viviam, havia uma guerra muito grande e o seu tio teve de ajudar a combater. Dias depois, estavam todos muito infelizes, porque ficaram a saber que o tio tinha acabado por morrer.
Como a guerra se estava a aproximar, decidiram recolher alguns alimentos para sobreviver. A Sónia foi crescendo...

Quando a guerra chegou à cidade onde viviam, tiveram de se esconder na floresta e de comer as últimas batatas do quintal. Levaram dias e dias… até que o pai prometeu que, se nessa noite não houvesse bombas, iriam voltar para casa.
         Então, assim o fizeram. Quando voltaram para casa, esconderam-se na cave por muito tempo. Como só tinham batatas, era isso que comiam a todas as refeições. Quando estavam a conversar em família, o pai reparou que a Sónia (porquinha) estava a comer as batatas que sobraram. O pai ficou muito zangado e gritou:
         - Sónia, ai, ai! Isso não se faz!
         O pai nem quis acreditar naquilo que a Sónia estava a fazer e ficou muito triste. Então, o pai agarrou na pá e bateu-lhe no rabo.
A Sónia desceu as escadas e tentou fugir pela porta do gato, mas acabou por ficar entalada e o pai deu-lhe um pontapé. Depois, tudo passou. E o pai ficou mais calmo com a Sónia.
Nesse mesmo instante, um amolador (amigo do pai) bateu à porta:
         - Meu querido amigo, podes dar-me alguma comida para eu me alimentar, por favor?
         - Claro que posso, entra - responder o pai.
         Quando o amolador entrou e viu a Sónia exclamou:

         - Que bela porquinha! Dava uma belíssima carne para muito tempo. Aqui dava umas salchichas, uns presuntinhos, uns bifes, umas costelas e umas belas almôndegas.
            A mãe pediu à Milena para ir lá para fora brincar e disse-lhe que, se quisesse, podia ir para a casa da tia Sónia.

Um pouco desconfiada, a Milena foi ter com a sua tia. Quando voltou para casa, como não viu a Sónia, perguntou onde ela estava. O pai disse que não sabia e que teria de ir perguntar à mãe. Milena sentou-se no colo da mãe que lhe contou tudo. Ela explicou-lhe que a Sónia teve de morrer, porque precisavam de comida para sobreviver.
A Milena ficou muito triste, mas compreendeu a situação.
                                             
Autoras do texto e das ilustrações:
Laura Rodrigues, 5.º B, n.º 4;
Maria Inês Timóteo, 5.º B, n.º 9;
Rita Furtado; 5.º B, n.º 12.

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