Com o intuito de promover o gosto pela escrita, a professora Débora Boto desafiou os seus alunos do 5.º ano a imaginar e escrever uma história a partir de uma das seguintes frases:
A. O cabelo da minha vizinha parece um
ninho de ratos.
B. Tenho medo do escuro...
C. Hoje, esqueci-me de acordar.
D. O menino dança?
E. Acho que tenho um dente podre...
F. Vai mais uma voltinha?
G. Há iogurtes cá em casa?
O desafio foi aceite e surgiram textos bastante criativos.
─Tenho
medo do escuro!... Não é bem do escuro que eu tenho medo, é do que está dentro
do escuro!
Era
assim que começava a história do Duarte.
Duarte
era um rapaz rebelde, muito popular na sua escola, mas guardava um pequeno segredo,
ele tinha medo do escuro. Ninguém podia saber deste seu segredo, porque ele
achava que, se soubessem, iriam gozar com ele e deixaria de ter popularidade.
Um
dia, o psicólogo da escola foi à sala da turma do Duarte falar sobre os medos
de cada um. A Joana disse que tinha medo de morrer, o Filipe que tinha medo de
cobras, até que chegou a vez do Duarte que, armado em valente, disse que não
tinha medo de nada. Mas toda a gente sabia que todos nós temos um medo.
No intervalo, o Pedro, o seu melhor amigo, perguntou-lhe sobre os seus medos e prometeu não dizer nada a ninguém. O Duarte acabou por confessar:
─ Tenho medo do escuro!... Não é bem do escuro que eu tenho medo, é do que está dentro do escuro!
Beatriz
Duarte, 5.º B, N.º 2
O
Cabelo da Minha Vizinha Parece um Ninho de Ratos
Uma
Aventura na Ilha
Hoje,
esqueci-me de acordar. Estava num sonho maravilhoso. O avião tinha acabado de
descolar do chão, estava a caminho de uma ilha espetacular. Lá de cima, dava
para ver vários animais, de várias espécies.
─ Finalmente,
vou aterrar ̶ pensei eu.
Quando
aterrei, notei logo que era tudo diferente. Na praia, a água era cristalina e a
areia era muito macia. Havia uma floresta tropical, com todas as espécies de
animais e uma tribo de índios. Eles convidaram-me para visitar a aldeia.
─ Olá!
Queres conhecer a nossa ilha?
Aceitei
logo o convite. Eles levaram-me a conhecer toda a ilha: os animais, os insetos,
as plantas e as espécies marinhas. Tudo naquela ilha era maravilhoso. Terminei
a minha visita a dar um mergulho com tartarugas, numa praia, com imensas
estrelas-do-mar.
─ Guilherme,
acorda! Acorda! ̶ gritou a minha mãe.
Guilherme
Nobre, 5.º B, N.º 9
Eu
tenho medo… E tu, tens?
Eu
tenho medo do escuro… Eu sou a Liara, tenho sete anos e adoro brincar com os
outros, mas eles não gostam de mim, porque eu tenho medo do escuro. Todos dizem
que não têm medo de nada e muito menos do escuro.
Um dia,
a professora de Educação Visual pediu para desenharmos algum medo. Alguns dos
meus colegas escreveram «Nada» e outros deixaram a folha em branco. A professora
perguntou se não tinham medos, todos responderam que não tinham. A professora
disse que ter medo de algo não é vergonha.
─ A
Liara desenhou o seu medo e não teve vergonha nenhuma de contar a sua situação ̶ disse
a professora aos alunos.
A professora
continuou dizendo que o medo não é fácil de encontrar, que alguns tinham medo
da mentira e outros da verdade. Alguns, comovidos com as palavras da professora,
perguntavam uns aos outros sobre o medo da mentira e da verdade. A professora,
ao ouvir os comentários, começou a explicar:
─ Os
que dizem que não têm medos, estão com medo da verdade, pois, na verdade, estão
a mentir. Os que dizem que têm medos, têm medo da mentira. Falam quase sempre a verdade porque, se mentirem, têm medo de ser castigados.
Depois
da explicação da professora, foi a hora do intervalo. Os colegas da Liara foram pedir desculpa,
porque tinham mentido, e começaram a falar sobre os medos que não tinham
assumido.
Dias
depois, combinaram ir a cada uma das salas explicar aos outros colegas que cada
um tem um medo e que não devemos mentir.
A
professora ficou muito feliz por terem percebido a lição.
E
vocês, perceberam a moral da história?
Margarida António, 5.º B, N.º 1
Um Passeio de Bicicleta
─ Vamos
dar mais uma voltinha? – perguntou o pai ao filho.
─ Sim,
vamos! – respondeu o filho.
Durante
o passeio, o pai e o filho passaram por sítios onde viram muitos animais, como
sapos, pássaros, lagartos e também muitas plantas.
─ Olha,
filho, um ninho de pássaros.
─ Sim,
e lá atrás eu vi um sapo e um lagarto muito estranhos.
Passado
algum tempo, avistaram uma colina.
─ Pai,
olha, está ali uma colina. Vamos ver se conseguimos ter uma boa vista de todo o
campo?
─ Boa
ideia! – concordou o pai.
Quando os dois chegaram lá, ficaram
maravilhados, a paisagem era bela.
─
Ainda bem que viemos dar este passeio, senão nunca teríamos visto esta bela
paisagem – disse o pai muito feliz.
Martim, 5.º B, N.º 17
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