Não foi exatamente uma viagem no tempo a visita de estudo dos alunos do 9.º ano a Lisboa, no passado dia 20 do corrente mês, mas foi quase.
Conhecer melhor Gil Vicente, a sua obra e a época vicentina era o tema central da viagem. Começámos com uma visita guiada ao Mosteiro dos Jerónimos (ou melhor, Mosteiro de Santa Maria de Belém) e, nos claustros, sentimo-nos recuar até ao início do século XVI, quando o Restelo era uma praia de onde saíam as embarcações rumo ao desconhecido.
A poesia marcou presença, primeiro junto ao túmulo de Fernando Pessoa, depois, já na igreja, perto do magnífico túmulo de Camões, e o peso da História fez-se sentir aquando da passagem pelo túmulo de Vasco da Gama.
Nos claustros, ouvindo as explicações do guia
Túmulo de Fernando Pessoa
Túmulo de Vasco da Gama
A assistência à representação teatral da peça Auto da Barca do Inferno, pela Companhia de Teatro O Sonho, foi, provavelmente, a atividade preferida dos alunos, que se divertiram com a magnífica encenação de Ruy Pessoa.
O programa da visita terminou no Museu Nacional da Arte Antiga, com apreciação orientada das peças «Painéis de São Vicente» (seis pinturas atribuídas a Nuno Gonçalves, que apresentam uma solene e monumental assembleia representativa da Corte e de vários estratos da sociedade portuguesa da época em torno de São Vicente), «Inferno» (uma peculiar pintura de um mestre português desconhecido, que nos propõe uma imagem medieval do Inferno, inventariando os suplícios eternos em relação com os pecados capitais) e «Custódia de Belém» (uma peça única da joalharia portuguesa, mandada lavrar pelo rei D. Manuel I para o Mosteiro de Santa Maria de Belém, atribuível a Gil Vicente).
Por um bom par de horas, esquecemos o século XXI e recuámos, através da arte, da história e da literatura, até à época vicentina, até ao século XVI.
DESDOBRÁVEL DA VISITA
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