A deslocação anual a Lisboa para assistência à representação
teatral da peça Auto da Barca do Inferno, que faz parte do programa de
Português do 9.º ano, é sempre uma oportunidade para proporcionar aos alunos o acesso
a diferentes manifestações culturais e artísticas.
Contando com o apoio da Câmara Municipal de Monchique, que
cede o transporte, e da Junta de Freguesia de Monchique, que patrocina a
entrada no teatro, o programa da viagem inclui também uma visita livre à Torre
de Belém e uma visita guiada ao Museu Nacional da Arte Antiga, onde os alunos
podem apreciar obras de arte da época vicentina.
Nos anos anteriores, as preferências dos alunos repartiram-se
entre a visita à Torre de Belém e a representação teatral (por sinal, um
excelente trabalho da companhia de teatro O Sonho), sendo o museu relegado para
último lugar.
No corrente ano, porém, a visita guiada ao Museu Nacional da
Arte Antiga foi considerada o ponto alto desta deslocação a Lisboa, havendo
alunos que lamentaram o facto de não poderem usufruir de uma visita mais
prolongada.
Com efeito, pretendia-se, apenas, que os alunos beneficiassem
de uma explicação mais pormenorizada sobre quatro obras da época de Gil Vicente:
Custódia de Belém (obra-prima da ourivesaria
portuguesa cuja autoria é atribuída ao dramaturgo português), Painéis de São Vicente (retrato coletivo
constituído por seis pinturas atribuídas a Nuno Gonçalves), Inferno (peculiar imagem do Inferno de
mestre português desconhecido) e Tentações
de Santo Antão (tríptico assinado por Jheronymus Bosch, pintor holandês dos
séculos XV e XVI).
Orientados por duas técnicas do Serviço Educativo do Museu,
os alunos foram incentivados a observar e a refletir sobre cada uma das peças e
convidados a participar individualmente numa atitude lúdica de descoberta. Esta
estratégia revelou-se pedagogicamente motivadora e o Museu Nacional da Arte
Antiga passou a ser uma referência para os nossos alunos.
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