Fernando Pessoa encontra D. Sebastião num caixão sobre um burro ajaezado à andaluza Júlio Pomar (1926-) |
Estou
muito arreliado
Já
mandei uma carta ao Rei
Quero
que se faça justiçaQuero que aplique a lei
Sinto-me muito ofendido
E com carradas de razão
Sou meigo, trabalhador
Dócil e bonacheirão
Tenho paciência sem fim
Ao homem presto serviços
E ninguém me considera!
Mas o que vem a ser isso?
Carrego cargas pesadas
Pelos caminhos além
E fui eu que transportei
O Jesus e Sua mãe
Se alguém errou… é um burro
É burro! Não acertou
Não percebeu? É um burro!
Porém, o caso mudou
“ O burro é um animal
Muito, muito inteligente”
Dizia a carta do Rei
E eu fiquei todo contente!
Isabel
Lamas
Poema
recomendado por: João Melo – 6.º A
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