terça-feira, 23 de junho de 2020

TEXTOS EM DESTAQUE: «UM BELO DIA NA FOIA»

Mais um prémio para uma aluna da Escola Básica Manuel do Nascimento, no concurso Uma Aventura... Literária 2020, na modalidade de texto original. Desta vez a distinção, uma Menção Honrosa, é para a Leonor Valério, da turma A do 7.º ano, na modalidade de «Texto Original».



Parabéns à Leonor e também à sua professora de Português, a professora Graça Peixoto, que a incentivou a participar com o bonito texto que se segue.

Um belo dia na Foia

Estava um dia agradável, saltei da cama, arranjei-me e fui dar uma volta até à Foia com o meu cão, o Cometa. Somos amigos inseparáveis, vamos para todo o lado juntos, menos à escola, infelizmente. 
            Íamos, então, numa das nossas conversas, quando reparei numa placa que nunca tinha visto por ali. Achei estranho. Que indicação nos estava a dar? Andámos mais um pouco e vimos outra placa e assim por diante fomos seguindo as várias placas mistério que nos iam surgindo.
            Estávamos os dois cada vez mais curiosos. Quando seria que tudo aquilo iria terminar? Em breve, ficámos a saber. A última placa apontava para uma casinha que nunca tinha visto. Estava coberta de musgo e não tinha telhado nem janelas, só uma porta de carvalho. Pensei que numa casa daquelas ninguém moraria.
Íamos sair dali quando ouvimos uns passos. Eu e o Cometa fugimos e escondemo-nos atrás do primeiro arbusto que encontrámos. Ouvimos uma voz. Espreitei cuidadosamente e vi uma velhinha. A velhinha perguntou quem estava ali.  Eu e o Cometa não respondemos. Ficámos calados à espera que ela se fosse embora.
A velhinha era baixa, de cabelos cinzentos e tinha uns olhos grandes e pretos. Estava vestida de preto da cabeça aos pés. Parecia uma bruxa. Misteriosamente desapareceu. Eu e o Cometa aguardámos mais um pouco e, quando nos pareceu seguro, dirigimo-nos para a estranha casinha.
Entrámos e ficámos numa sala pequena onde havia, em cima de uma mesa, um livro rodeado de frascos que continham uns pós estranhos. Peguei no livro sacudi o pó e li-o. Naquelas páginas estava escrito aquilo que parecia serem as instruções de uma poção. Em cada página dizia que frascos se usariam para a fazer.
- Será que é mesmo uma bruxa? - sussurrei ao Cometa.
Deixei de ler. Pousei o livro e tentámos sair, mas, do nada, aparece a velhinha. Conseguimos esconder-nos.  Vimos a velhinha a ler o livro e a preparar aquilo que nos parecia uma poção mágica.  Depois, pega num vaso cheio de flores e… surpresa! Aparecem vasos atrás de vasos cheios de flores. Será que ela estava a tentar criar um exército de flores?! Nisto o Cometa começa a rosnar, pois viu uma abelha e depois outra e outra, mas não nos faziam mal.
A velhinha vira-se e vê-nos. E agora? É o nosso fim!
Mas, afinal, não tínhamos nada a recear. A velhinha tinha uma voz doce como o mel. Tranquilizou-nos e disse-nos o que estava a fazer.  Querem saber? Estava a fazer réplicas de várias flores para alimentar as abelhas.
Depois, mais tranquilos e a beber um chá de camomila, a velhinha explicou-nos tudo. Era urgente salvar as abelhas e uma das formas era plantar uma variedade de flores com as quais as abelhas se alimentassem. Como o processo natural demora o seu tempo, ela tinha inventado uma poção mágica que reproduzia em segundos vários tipos de plantas.
            Eu e o Cometa ficámos felizes por saber que alguém se preocupa com a extinção das abelhas e que procura encontrar soluções rápidas, pois sem a polinização das abelhas o mundo ficaria mais pobre. Ficámos ambos a saber, também, que não devemos julgar as pessoas pelas aparências. Aprendemos a lição naquele dia, na Foia.

Leonor Valério, 7.º A – Escola Básica Manuel do Nascimento, Monchique 

4 comentários:

Marília disse...

Muitos parabéns à Leonor Valério e à professora Graça Peixoto!

Unknown disse...

Muitos parabéns Leonor Valério belo texto!

Unknown disse...

Parabéns, está muito bom.

Unknown disse...

Gostei muito da tua história, parabéns.





Beijinhos,
Afonso Pinto