Na sequência do trabalho de investigação que os alunos da
turma B do 5.º ano têm desenvolvido sobre os animais selvagens, o conceituado
fotógrafo monchiquense José Carlos Lopes aceitou ser entrevistado pelos jovens
estudantes, dando-lhes a conhecer a sua experiência de observação e registo de
imagens de águias de Bonelli.
Deslumbrados com as excecionais fotografias que deram corpo à
exposição “A vida no ninho” e encantados com as vivências do fotógrafo, os
alunos foram colocando interessantes e curiosas questões, cuja síntese a seguir
se transcreve.
Há quanto tempo se dedica à observação das águias de Bonelli?
Há dois anos.
O que o motivou a observar as águias?
Sempre gostei de aves
de rapina e tive, desde novo, o desejo de saber mais sobre elas.
Como descobriu as águias?
Descobri que na Serra
de Monchique existiam as águias de Bonelli, então, decidi tentar encontrá-las.
Durante a observação das águias está sempre sozinho? Se sim,
não se aborrece?
Sim, estou sempre
sozinho… faz parte da observação das águias, mas, nos dias de menor agitação no
ninho, torna-se mais difícil.
Em que altura do dia é que as observa?
Sobretudo de manhã,
mas, por vezes, vou observá-las noutros períodos do dia. À noite nunca lá fui.
Leu o nosso texto informativo que saiu no Jornal? O que
achou?
Sim, li. Achei que
fizeram um trabalho muito interessante.
Já observou, ao vivo, alguma eclosão?
Não, infelizmente.
Quando lá cheguei, pela primeira vez, já a primeira cria estava fora do ovo.
Entretanto, nunca consegui observar esse momento.
Durante as suas observações, costuma encontrar outras
espécies animais?
Sim, numa das minhas
observações, pude avistar um javali. Também encontrei, durante as minhas
caminhadas, um ninho de águias cobreiras, para além, obviamente, de outros
animais mais habituais.
A que distância se posiciona do ninho das águias?
Já consegui estar a
cerca de 50 metros das águias.
Já foi detetado pelas águias?
Sim, penso que já fui
visto, mas o ideal é nunca sermos detetados, daí a construção do meu
esconderijo com folhagem e rede de camuflagem.
Como se distingue o macho da fêmea?
A fêmea é maior e mais
escura do que o macho.
É necessário ter um equipamento especial para fotografar as
águias?
Sim, é necessário ter
uma máquina com uma boa objetiva para poder fotografar a longa distância com
precisão e nitidez.
Quantos anos pode viver uma águia?
Penso que podem viver
20 a 25 anos.
Já passou por alguma situação perigosa durante as suas
observações?
Situação perigosa, não
propriamente. Contudo, certa vez, escorreguei e, como estava sozinho, fiquei um
pouco assustado. Se me tivesse magoado a sério, não havia lá ninguém para me
socorrer.
Para além da observação das águias, faz investigação sobre
esta espécie (livros, artigos, internet)?
Sim, claro! Costumo
ler muito, livros, artigos, fazer pesquisa na internet… Quando fazemos
investigação, temos de dominar o assunto!
1 comentário:
foi bom saber esta informação espero que também tenham aprendido
Joana Lopes
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