O selo que hoje se publica é mais um exemplar da coleção à guarda da
Biblioteca Escolar, desta feita um selo de D. Dinis, que, segundo Kullberg, faz parte da emissão «Reis de Portugal da 1.ª dinastia», tendo circulado
de 17 de março de 1955 a 1 de novembro de 1958. O desenho é de António Lino,
com gravura de Robert Godbehar Bradburey Wilkinson & C.ª de Londres.
Este exemplar leva-nos a recordar um pouco da História de Portugal.
O rei D. Dinis, filho do rei D. Afonso III e de D.
Beatriz de Castela, subiu ao trono de Portugal em 1279 e reinou durante 46
anos. Casou com D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa, e juntos tiveram dois
filhos: D. Constança e D. Afonso, o herdeiro da coroa. Além disso, foi pai de
mais seis filhos bastardos.
Quando D. Dinis herdou o trono, a reconquista do território já estava
concluída. Vivia-se um período de maior estabilidade, mas só em 1297, com a
assinatura do Tratado de Alcanizes, é que ficaram definidas as fronteiras de
Portugal.
Foi uma época de centralização do poder real, em que a coroa estava em
divergência com o clero por ter usurpado propriedades do rei. D. Dinis
recorreu, várias vezes, a Inquirições para recuperar essas terras ou retirar
privilégios que limitassem a autoridade do rei.
D. Dinis foi um administrador hábil.
Promoveu o desenvolvimento da economia, dando impulso à agricultura, através de
medidas que contribuíram para o seu desenvolvimento e para o melhor
aproveitamento das terras. Mandou enxugar terrenos alagadiços e plantar
arvoredo, nomeadamente pinheiros mansos, criando o famoso Pinhal de Leiria. Por
ter tomado medidas de incentivo e apoio à agricultura, foi-lhe atribuído o
cognome «O Lavrador».
Também incrementou o comércio
interno, desenvolvendo as feiras e criando feiras francas (isentas do pagamento
de impostos). No comércio externo,
promoveu as exportações de produtos agrícolas, sal e peixe salgado, em troca de
minerais e tecidos. Fez tratados de comércio com Inglaterra. Protegeu também a
atividade pesqueira, instituiu a marinha e promoveu a atividade mineira, com a
exploração das minas de prata, ferro, estanho e enxofre. Percorreu
cidades e vilas, reparou e fundou burgos e castelos.
Foi, ainda, um grande impulsionador da cultura, ordenou que os documentos
oficiais passassem a ser escritos em língua portuguesa, em substituição do
latim. No seu reinado, o pergaminho foi substituído pelo papel.
Em 1286, iniciou-se o ensino da Teologia em Portugal. Em 1290, fundou a
primeira Universidade em Lisboa, os Estudos Gerais, onde se lecionava as
disciplinas de Direito Civil, Canónico e Medicina. Também mandou traduzir obras
de História e de Direito.
D. Dinis amava a música, as artes e foi poeta, escreveu Cantigas de Amigo
e Cantigas de Amor. A sua corte foi,
naquele tempo, um dos centros culturais mais destacados da Europa.
Referências:
O Portal da História. (2015). Reis, Rainhas e
Presidentes de Portugal - D. Dinis.
Retirado de https://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/dinis.html
RTP Ensina. (2003).
A política de alianças de D. Dinis. Retirado de https://ensina.rtp.pt/artigo/d-dinis-1261-1325/
Serrão, J.
(Dir.). (1971). Dicionário de História de Portugal. (Vol. I, pp.815-816). Lisboa: Iniciativas Editoriais.
Trabalho produzido pela Professora Conceição Windle.
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