A rubrica semanal de leitura na Rádio Foia, "Um Livro por Semana", que vai para o ar todas as quintas-feiras a partir das 15h15, já nos habituou a leituras surpreendentes de magníficas obras de escritores portugueses e estrangeiros. No entanto, há dias em que o programa é demasiadamente curto para aquilo que os nossos leitores de serviço nos oferecem.
No dia 20 de abril, a Constança Reis, que frequenta a turma A do 7.º ano, e que já participa nesta rubrica desde os seis anos de idade, fez-nos uma excecional apresentação do livro História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, de Luis Sepúlveda.
Com a sua intervenção muito bem preparada e estruturada, a Constança começou por nos fazer um rigoroso resumo da obra, pondo em destaque as três promessas que Zorbas,"um gato, grande preto e gordo", se viu obrigado a fazer a Kengah, "uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo", mesmo antes de esta morrer.
Seguiu-se, depois, uma excelente leitura de três capítulos da obra, criteriosamente selecionados pela jovem leitora.
E se a Constança quisesse e se o tempo não estivesse controlado, poderíamos ter ficado, ali, a tarde inteira, contagiados pela leitura, a ouvir esta bonita história de Luís Sepúlveda, que nos faz pensar sobre a importância da amizade entre seres diferentes.
O dia 27 de abril ficou marcado por uma impressionante estreia aos microfones da nossa rádio local.
A Sofia Duarte, que tem apenas sete anos de idade e que frequenta o 1.º ano na Escola EB 1 N.º 2, parecia muito assustada e envergonhada quando entrou nos estúdios e se viu confrontada com a imponência dos microfones. As primeiras respostas saíram numa voz baixinha e tímida e o olhar oscilava entre o livro que colocara sobre a mesa e a mãe, que, à porta do estúdio, apoiava a filha com um olhar maternal repleto de orgulho.
A jornalista Idalete Marques percebeu que a menina desejava o conforto da leitura e pediu-lhe que começasse a ler.
A Sofia abriu o livro que descobriu no "Cesto da Leitura" lá da sala de aula e começou a ler Os olhos grandes da princesa pequenina, de Ondjaki. Os adultos presentes no estúdio entreolharam-se, surpreendidos pela fluência, pelo rigor, pela entoação e pela expressividade da leitura de uma menina do 1.º ano. E quando a história acabou, apetecia-nos pedir à Sofia que lesse mais uma vez, porque é tão bom ouvir ler bem!