quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

AMOR DE PERDIÇÃO À MONCHIQUENSE

A Maria Gervásio, que frequenta a turma A do 6.º ano, empenhou-se seriamente na leitura de uma adaptação do Amor de Perdição, a fim de preparar a sua participação na primeira fase do concurso “Pares da Leitura”, de que saiu vencedora.
Embora seja uma frequentadora assídua da biblioteca e uma excelente leitora, esta obra não é, seguramente, a que mais se adequa aos seus interesses literários e, por isso, de uma forma espontânea e brincalhona, a Maria resolveu criar uma versão pessoal da obra, que intitulou “Amor de Perdição à Monchiquense”.
Preparem-se os leitores, pois, na opinião da jovem autora, esta “comédia trágica poderá não se adequar a pessoas mais sensíveis”.
 _____________________________________________________________________

          Era uma vez uma rapariga muito bonita chamada Rosália Rosalinda das Rosas, mas que toda a gente tratava por Rosinha.
          Abel das Couves gostava de Rosinha, mas nunca fora capaz de o admitir, pois sabia que o seu melhor amigo, Zé Bacia, amava Rosinha e que este amor era correspondido.
          Certo dia, Zé Bacia pediu Rosinha em casamento e esta aceitou. Abel das Couves, ciente do perigo de perder a sua amada para o seu melhor amigo, declarou-se a Rosinha, mas esta disse que por ele apenas sentia amizade e que o seu verdadeiro amor era Zé Bacia.
          Abel das Couves jurou a Rosinha que, se ela não ficasse com ele, não havia de ficar com mais ninguém. Mais tarde, chegou à conclusão de que, para poder ficar com Rosinha, teria de se livrar do seu melhor amigo, por mais que gostasse dele.
          Abel das Couves matou Zé Bacia e livrou-se o corpo, lançando-o ao rio. Rosinha, que estava a lavar a roupa, viu o corpo do seu amado e atirou-se à água. Como não sabia nadar, afogou-se.
          Abel das Couves, não aguentando a culpa de ter assassinado o melhor amigo e a mulher que amava, enforcou-se.
          O cão de Rosinha acabou por morrer em cima da campa da dona, à espera que esta voltasse.
          Zé Bacia e Rosinha acabaram por ficar juntos, não nesta vida, mas no Paraíso. Por sua vez, Abel das Couves ficou a arder no Inferno.

2 comentários:

Anónimo disse...

Maria,continua assim e vais longe.Lindaaaa.

Anónimo disse...

Assim é que é