Fernando Pessoa (1888-1935), um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, deixou-nos uma vasta obra poética com poemas surpreendentes que cativam leitores no mundo inteiro. Um dos seus poemas mais conhecidos, «O Mostrengo», é hoje especialmente dedicado aos alunos dos 8.º e 9.º anos, que o estão a estudar, na sequência da análise da obra Aquilo que os olhos veem ou o Adamastor, de Manuel Antonio Pina, e do episódio «O Adamastor» de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.
Adamastor Painel de azulejos no Palácio do Buçaco |
Para o ouvires numa declamação do saudoso João Villaret, clica aqui.
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O MOSTRENGO
O MOSTRENGO
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
Fernando
Pessoa, Mensagem, Lisboa, Ática, 1997, pp.64-65
17 comentários:
Prefiro o segundo porque se expressa melhor e se entende melhor.
Filipe José
Eu gosto mais da versão de João Villaret, pois para mim é lido com mais expressão, mais sentimento e parece que estamos a viver o que esta a ser lido.
Francisco Vieira
9ºB, nº9
Prefiro a leitura de Sinde Filipe pois é uma uma leitura mais realista pois mostra a voz fantasiada das personagens e fica melhor.
Antonio Vieira, n°3, 9°b
A leitura que eu prefiro é a leitura de Sinde Filipe.
Eu prefiro a leitura de Sinde Filipe, pois transmite mais emoção e é mais clara de ouvir.
Rita Jesus 9ºB nº15
Eu,honestamente, prefiro a versão de João Villaret, porque a delamação é mais simples e com bastante entoação.
Eu prefiro a versão de João Villaret. Porque acho que a outra versão não se compreende tão bem .
Francisco valério
A versão que mais gosto é de João villaret, porque é a que mais me identifico e penso que se adecua a esta fase que enfrentamos.
Eu gostei mais da primeira leitura, de Sinde Filipe, porque achei que a música de fundo e a voz do monstrengo combinaram. Estes efeitos tornam o poema mais interessante.
Júlia Jesus Nº12 9B
Eu gostei mais da segunda declamação, pois é uma leitura sentida com uma declamação forte e com sentimento, parece que ele viveu aquilo e leva nos a nós para o momento também. Gosto de poemas lidos com aquela declamação que vai mudando a voz consoante as partes que está a dizer.
Mariana Santos, n°4 9C
Jõao Villaret pois tanto a entonação quanto a percepção estão melhores.
Pedro Carrilho n°5 9°C
Não desgostei da primeira declamação, mas para mim a declamação feita por João Villaret está melhor pois a maneira de como declama está mais natural do que a primeira das declamações.
Gostei mais da segunda pois o João Villaret lê com mais emoção e muda a voz consoante as parte que vai lendo.
Valentin Danosu Nº11 9ºC
A minha é a do João Villaret pois para mim ele ele lê com mais expressividade e percebe-se melhor.
Rodrigo Silva nº8 9ºC
Eu gostei mais da segunda do João Villaret porque para além de ser a mais conhecida a maneira como ele leu dá mais impacto ao poema.
Maria Leonor 9°C
Prefiro o terceiro pois expressa-se mais do que nos outros.
Catarina Pereira 9ºB
Gosto do terceiro pois expressa-se mais.
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