quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

EU, LEITOR(A), SUGIRO «O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA» (TEXTO II)

 

«E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem és para que eu to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei, inquieto, Que tu, sem eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar […].»

José Saramago, O Conto da Ilha Desconhecida, Porto, Porto Editora, 2019.
 

Existirão ainda ilhas por conhecer? Existirão ilhas que não estão nos mapas?

Se um Rei diz que «não» … o que fazes?

Pedes um barco.

E partes.

Com a Mulher das Limpezas.

Que vens a Amar.

Até que …

Se ficaste curioso em relação à história, procura este conto na biblioteca da tua escola! As páginas não são muitas, mas a viagem será longa e bela…

Se queres saber como colegas teus inventaram uma história bem diferente da original (escrita por José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998), então, embarca noutra viagem e navega com a Maria Inês, aluna do 8.º C, que se colocou no lugar do autor e mudou tudo.

(…) Quando o Rei ouviu as palavras ditas pelo Homem, chamou os seus guardas para o retirarem do castelo. Ordenou fecharem todas as janelas e portas para que o homem nunca mais lá entrasse. O Homem ficou indignado com tamanha ignorância deste rei. Foi quando teve a ideia de lhe dar o que ele merecia.
O Homem espiou o castelo de longe durante alguns dias, até que avistou uma pequena abertura na parte de baixo do castelo. Com o maior cuidado do mundo, deslocou-se até lá. Quando entrou, avistou uma sala gigante cheia de grandes e pequenos barcos, uns mais escuros e outros mais claros. Pensou que o seu problema tinha acabado e poderia simplesmente ir embora, mas depois lembrou-se que estava ali para fazer justiça. Destruiu todos os barcos, guardou os destroços em vários sacos e partiu para uma praia perto de um reino onde ninguém ia.
Com todos os destroços que tinha guardado, construiu um barco que realmente lhe agradava. Era um barco enorme, parecia funcionar perfeitamente! O Homem sabia que ninguém gostava do Rei, pois este nunca ouvia quem gostava de ser ouvido e nunca dava a quem precisava. Chamou todos os habitantes do reino e pediu-lhes que o acompanhassem na sua viagem até à ilha desconhecida. Prometeu a todos que se a encontrassem, ele seria o rei da ilha e faria tudo o que o atual rei não fez. Todos os habitantes viram no homem palavras sinceras e olhos fiéis. Então foi assim, todos foram atrás do Homem. Entraram no barco e começaram a viagem... Passaram vários dias. Já estavam todos a perder a esperança, quando o Homem avistou uma ilha nunca antes vista e começou a gritar de felicidade. Todos no barco começaram a cantar e a dançar.
 Chegando à ilha, deixaram tudo o que lhes pertencia e assim começaram uma vida nova. O Homem cumpriu a sua promessa e conseguiu ser o melhor rei que pôde. O Rei egocêntrico, esse já não ouvia nada nem ninguém. Foi procurar os guardas a todas as salas, mas nem a Mulher da Limpeza encontrou. Percebeu logo que os seus barcos tinham desaparecido e soube de imediato que era tudo obra do Homem. Mas nada podia fazer sem barcos… Ficou sozinho no reino que ele próprio tinha criado, assim como todo o seu egoísmo.

 Maria Inês Costa, 8.º C, n.º 9. 

Fonte da Imagem: https://www.josesaramago.org/produto/o-conto-da-ilha-desconhecida-ilustracoes-de-fatinha-ramos-ed-bolso/

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