segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

POSTAL DE NATAL DIGITAL

O Agrupamento de Escolas de Monchique associou-se às iniciativas «Monchique Natal», promovidas pelo Município de Monchique para celebrar a quadra natalícia, e fez chegar a toda a comunidade educativa, através da página eletrónica da autarquia, um Postal de Natal Digital com gravações áudio de contos lidos por alunos de diferentes ciclos de escolaridade. Esta foi uma forma calorosa e sincera de desejar a todos (alunos, professores, funcionários, famílias e amigos) um FELIZ NATAL e um EXCELENTE ANO NOVO, com muita saúde, alegria, amor e harmonia.

domingo, 19 de dezembro de 2021

ESCRIT@TOP.COM - CONTO III «PASSEANDO COM DEUS NA BRISA DA TARDE»

 PASSEANDO COM DEUS NA BRISA DA TARDE (1)

Fotografia: @Pedro Alves

Era uma vez um grande homem chamado Rui. Era pai de duas meninas, Inês e Cláudia, para além de ser esposo de Lúcia. Era um homem charmoso, extremamente bondoso e gentil, sempre preocupado com a felicidade dos seus próximos.

Certo dia, Rui foi levar as suas filhas à escola e, quando regressava a casa, ficou preso numa emboscada montada por um grupo de terríveis capangas. Rapidamente o abordaram, foi então usado como refém! As negociações com a polícia não correram como esperado e Rui foi a vítima. Cravaram-lhe uma espada no peito!

Quando encontraram Rui, já tinha sido esfaqueado havia cerca de trinta minutos, mas o coração ainda batia. Lentamente. Ficou em coma, com um prognóstico muito reservado. As hipóteses de sobrevivência eram inferiores a dez por cento… As suas três mulheres choravam bruscamente do lado de fora da sala, com medo de o perder…

Quando Rui estava em coma, sonhava com algo invulgar. Estava à sombra de uma bananeira, em Madagáscar. Discutia saudavelmente com Deus. Apresentava as suas razões para viver. Era o único que trabalhava para sustentar a família, dependiam dele para pôr o pão na mesa. Deus viu em Rui uma alma pura, apesar de Rui não ser crente. Concedeu-lhe, assim, a oportunidade de viver…

Um ano depois, Rui acordou com um filho varão nos braços, pois a sua mulher Lúcia já estava grávida de um mês, quando ocorreu o infeliz incidente sofrido por este pai feliz às mãos de um Destino (só aparentemente) cruel.

Pedro Alves, 9.º A, n.º 13.


(1) – Título (quase) homónimo ao da premiada obra do escritor português Mário de Carvalho (1944 - ), «Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde» (1994).

sábado, 18 de dezembro de 2021

SONDA ESPACIAL SOBREVIVE A UMA QUEDA DE DOIS METROS DE ALTURA

Uma equipa de três «engenheiros aeroespaciais» da turma A do 5.º ano conseguiu projetar e construir com sucesso um sistema de aterragem sofisticado, que evitou a destruição de uma frágil sonda espacial ao embater no solo.

Pese embora os elevados custos materiais, que rondaram os 40 milhões de euros, a sonda, lançada de uma altura superior a dois metros, não sofreu qualquer dano na sua estrutura.

Sorte contrária tiveram as restantes equipas, cujos projetos não impediram a destruição total das naves, apesar dos requintados materiais utilizados: balões, sacos de plástico, folhas de cartolina, paus de  espetada, bolas de algodão, pedaços de esferovite, papel de alumínio, cordel, entre outros.



Estamos, obviamente, a referir-nos ao projeto «Newton gostava de ler!» e ao módulo «3,2,1... lançar sonda na biblioteca», que, desta vez, se estruturou a partir da leitura dos poemas «Vaivém» de Jorge Sousa Braga (Pó de Estrelas, Lisboa, Assírio e Alvim, 2007, p. 48),  e «O Sistema Solar», de José Jorge Letria (Corpos celestes, Lisboa, Texto Editora, 2008, p. 42).

E, claro, já todos perceberam que a frágil sonda era... exatamente: um OVO!

Além dos objetivos associados à promoção da leitura, esta atividade visa trabalhar outras competências e valores como a curiosidade científica, a capacidade de raciocínio, a resolução de problemas e o espírito de grupo e de entreajuda.

ESCRIT@TOP.COM - CONTO II «O RELÓGIO DO PRISIONEIRO»

Fotografia: @Ana Marques

 O RELÓGIO DO PRISIONEIRO 

Num reino distante, habitava um rei. Um rei muito querido por todos e que fazia sempre tudo o que estava ao seu alcance para melhorar a vida da população do seu reino. Porém, raramente tinha tempo para si.

Certo dia, numa tarde de chuva, embora com um pouco de sol, um grupo de incontáveis homens invadiram o palácio. Tiros, bombas, facadas, socos, pontapés e gritos desesperados ecoaram pelo enorme palácio. Houve seis mortes, dentro dessas seis, a do rei. O rei que mais fora amado durante toda a vida daquele reino tinha sido morto dentro dele da pior forma possível. E não haveria mais ninguém que conseguisse estar à altura do falecido soberano. Apenas a população do reino de Cartoza conseguiria entender o porquê de o rei ser tão importante para a continuação da boa qualidade de vida naquele lugar.

Marco, o rei, não era apenas um bom comandante do reino, pelo seu jeito, pelas suas manias e pela entrega absoluta às suas gentes.  Ele tinha um relógio. O relógio mais louco de todos. Não era um relógio qualquer, que marcava as horas. Aquele era diferente. Não só nos dava noção do tempo, como também transmitia poderes a quem o tivesse, ou seja, apenas ao rei. Ninguém mais além de Marco tinha um relógio assim ou parecido. Tinha sido feito exclusivamente para ele. Agora, lamentavelmente, os seus benéficos poderes iriam com Marco para o caixão. E o reino de Cartoza ficava, assim, à mercê de tudo o que viesse.

Anos após a morte do rei, um novo homem chegou ao reino de Cartoza. Mas algo nele chamou a atenção de todos. Ele tinha o relógio! Era aquele, todos tinham a certeza. Aquele era o relógio do falecido rei. Denúncias foram feitas e o homem acabou por ser preso. Todos os juízes que tinham concretizado julgamentos sabiam que algo ali estava muito mal contado. Aquele homem escondia algum segredo. Era completamente impossível ele ter o mesmo relógio que Marco. Mas como poderia ser considerado roubo, se o falecido rei tinha levado o seu fiel relógio consigo no pulso?

Durante dias, meses e anos, os investigadores do caso mal dormiram à procura de respostas. Mas o mistério parecia insondável. O homem que dizia chamar-se Raul não proferia uma palavra. Sorria apenas. Chegaram a cogitar a ideia de que ele gostava da sua estada atrás das grades. E, de facto, ninguém o tiraria de lá até a verdade vir ao de cima!

Após muito tempo de intermináveis investigações, a primeira teoria estava feita. Os investigadores descobriram que o verdadeiro nome do prisioneiro era Marco, tal como o do rei. Concluíram ainda, com base em novas fontes que tinham estado presentes no atentado, que afinal o rei mal teria sido atacado naquela fatídica tarde. Logo, tudo parecia indicar que Marco tinha forjado a sua própria morte.

No dia do julgamento, provavelmente o último, o prisioneiro sentia que o pior estava por vir.

E estava certo! A verdade tinha sido descoberta e Marco foi obrigado a reassumir o trono.

─ Porque é que abandonou o seu povo? Porque é que mentiu em tribunal? Sabe que isso pode custar-lhe mais uns tempinhos atrás das grades, não sabe, Vossa Majestade? – perguntou Daniel, o investigador, de forma irónica e ameaçadora.

─ Não irá custar nada. Não se eu estiver realmente morto.

Dito isso, o antigo rei tirou um pequeno frasco de veneno do bolso do seu casaco, bebendo tudo de um só golo, caindo sem vida no chão logo de seguida, e mergulhando, assim, e pela segunda vez, no desejado anonimato.

O pequeno frasco de veneno era, afinal, o relógio do prisioneiro.

 Ana Marques, 9.º A, n.º 3.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

«LEITURA EM LINHA»: UMA ESTRATÉGIA DIFERENTE PARA AVALIAR A COMPREENSÃO DA LEITURA

Avaliar a compreensão da leitura de um texto narrativo com recurso a um jogo «4 em linha»?

Esta estratégia pareceu muito estranha aos alunos do 5.º ano, que ainda não estavam familiarizados com a atividade «Leitura em Linha».

No entanto, depois de explicadas as regras, tudo começou a fazer sentido:
1. Os alunos sentaram-se frente a frente, subdivididos em dois grandes grupos: de um lado os que tinham as peças vermelhas; do outro, os que tinham as peças amarelas;
2. Havia um questionário de escolha múltipla sobre a obra estudada (A Viúva e o Papagaio, de Virgina Woolf), com três opções de resposta;
3. Para responder, os alunos usaram cartões com as letras A, B e C;
4. As respostas foram dadas alternadamente: primeiro respondiam os alunos que tinham as peças de uma determinada cor; depois respondiam os outros;
5. Os alunos de cada grupo tinham de responder em simultâneo (usando os cartões), a um sinal dado pela professora bibliotecária;
6. Por cada resposta certa, os alunos colocavam uma peça no jogo;
7. O objetivo era colocar quatro peças em linha (na horizontal, na vertical ou na diagonal), contrariando, sempre, as jogadas do «adversário».


Para além de pressupor uma leitura atenta da obra, esta atividade exige dos alunos capacidade de concentração para ouvir a questão e capacidade de raciocínio para selecionar a opção correta. Mais do que isso, porém, a «Leitura em Linha» apela ao sentido cívico dos alunos: saber ganhar, saber perder, lidar com a frustração, saber respeitar o adversário. 

Concluído o questionário, composto por trinta questões, destacou-se um grande vencedor, com quatro peças em linha por duas vezes. Mas houve também mais dois vencedores no domínio das atitudes: um nomeado pela professora da turma e outro eleito pelos colegas.

LER+ BD: MINECRAFT «O MOMUNENTO DO OCEANO»

 MINECRAFT - O MONUMENTO DO OCEANO


MINECRAFT - O JOGO

O jogo eletrónico Minecraft, criado pelo sueco Markus "Notch" Persson, foi lançado pela primeira vez em 2009. Posteriormente, foi desenvolvido e publicado pela Mojang Studios e a sua propriedade intelectual foi obtida pela Microsoft em 2014. Minecraft é o jogo de sobrevivência eletrónico mais vendido de todos os tempos.  

 MINECRAFT - O LIVRO

Minecraft surge agora em formato de BD, com o canadiano Sfé R. Monster, iIustrador e artista de Banda Desenhada, que conta com já vários livros publicados. 

 SINOPSE

Todas as aventuras Minecraft podem ser perigosas e esta promete ser ao sabor da maré. Os amigos Tyler, Evan, Tobi, Candace e Grace decidem partir em busca do Monumento do Oceano, mas, no caminho, têm um encontro inesperado com piratas. Forçados a lidar com o bullying destes adversários, assim como com o bullying da vida real, o perigo parece mais perto do que nunca. E quando surge uma ameaça ainda maior, os amigos percebem que vão ter de confiar uns nos outros para conseguirem sair sãos e salvos de mais uma aventura.” EDITORA BOOKSMILE

 Podes encontrar este livro na tua Biblioteca Escolar.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

«À RODA DOS LIVROS» VOLTA A TRAZER AS TURMAS À BIBLIOTECA

A atividade «À Roda dos Livros» inventou-se, reinventou-se nas modalidades  de ensino a distância e ensino híbrido e voltou quase ao normal no final deste 1.º período, pese embora o distanciamento físico que é recomendado, a imprescindível desinfeção das mãos e o uso obrigatório da máscara.

Pela biblioteca passaram a turma do 5.º B e todas as turmas do 3.º ciclo, nesta atividade que a maioria dos alunos já conhece bem, mas que foi uma estreia para as novas professoras.

A opinião, no entanto, é geral entre os professores: é uma atividade que promove efetivamente a leitura e o desenvolvimento de capacidades associadas à oralidade. Há ainda um conjunto de valores que estão implícitos na sua dinâmica: responsabilidade, empenho, autonomia, saber ouvir, respeitar o outro, saber avaliar.

E há sempre alunos que nos surpreendem com leituras sérias, rigorosas, e apresentações memoráveis. Não são todos, obviamente, mas «o caminho faz-se caminhando» e, na maior parte da vezes, para conseguir, basta querer e... LER.




ESCRIT@TOP.COM - CONTO I «O MESTRE QUE NÃO SABIA FALAR»

 O MESTRE QUE NÃO SABIA FALAR 

Fotografia: @Ricardo Medronho

Era uma vez um rapaz tímido, humilde e jovem, amante de música, que morava numa pequena vila. Ia à escola como todos os da sua idade e no final dos dias caminhava numa região perto de sua casa. Passava sempre pelo mesmo caminho, pelas mesmas árvores, até chegar ao fim do seu percurso, um riacho. Escutava o som encantador da natureza e às vezes praticava guitarra, pois era um sítio isolado e ninguém passava lá perto.

Certo dia, tinha ele feito esse mesmo percurso, quando, em vez de ouvir a natureza e praticar, ouviu uma melodia diferente, vinda do outro lado do riacho, que o atraiu. Então, atravessou o riacho e avistou uma bela rapariga que estava sentada numa pedra a tocar uma linda melodia. O menino pôs-se a escutar a bonita harmonia, mas, quando deu por si, a rapariga já tinha desaparecido. Decidiu, então, deixar um bilhete perto da pedra onde ela se sentava. Já em casa, o rapaz tentava recriar essa mesma melodia, tocada pela rapariga, mas, sem triunfo, começou a pensar que seria impossível reproduzi-la.

No dia seguinte, reparou que a sua mensagem não estava lá, mas encontrou a rapariga no mesmo sítio. Ele escutava a música dela, tentando replicar a mesma na sua guitarra, porém não conseguia entender a complexidade da melodia. Vinda do nada, uma pequena pedra, embrulhada num pano com uma palheta(1), foi lançada para o lado do rapaz. Ele desembrulhou-a e, quando levantou o olhar para a frente, viu a rapariga a acenar-lhe. Perguntou-lhe o nome. No entanto, ela limitava-se a tocar simples notas. O jovem, confuso, replicou os acordes e, pouco a pouco, já conseguia tocar uma sequência considerada harmoniosa. A rapariga prosseguiu e tocou outra melodia. Quando o rapaz finalizou a sinfonia, a rapariga já se tinha ido embora.

Passado um mês, ambos continuaram a ir ao riacho para praticarem juntos. Sem uma palavra ser dita, apenas tocavam como se não houvesse outra forma de comunicarem. Depois, e só depois de muita prática, o jovem rapaz conseguiu tocar aquela encantadora melodia. A rapariga, com um sorriso no rosto, disse-lhe o seu nome. E explicou o propósito da música. O rapaz permaneceu imóvel, a fazer-lhe perguntas, às quais ela não respondeu, desaparecendo com a brisa do vento.

(1) Palheta - Pequeno objeto de formato vagamente triangular, utilizado para tocar as cordas de instrumentos musicais como a guitarra.

Ricardo Medronho, 9.º B, n.º 12.

NOTA:

O conto acima apresentado foi elaborado no âmbito da disciplina de Português do 9.º ano e obedeceu às seguintes etapas:

1) Escrita do conto com base num título que outro colega inventou.

2) Aperfeiçoamento do texto ao nível da forma.

3) Toma de uma «fotografia artística» que, figurativamente, melhor representasse o conto.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

UM CONTO DE NATAL

Numa estratégia de articulação curricular com a AEC «Ateliê de Escrita», orientada pela professora Ana Jorge, a turma do 3.º ano da Escola EB1 N.º 2 (S. Roque) e a sua professora, a docente Cristina Martins, fizeram uma gravação áudio de um conto de Natal («o Natal Daquele Ano» in http://natal.com.pt/contos-o-natal-daquele-ano) para partilhar com toda a comunidade educativa, uma forma muito calorosa de desejar a todos  um Feliz Natal.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

«OS MÚSICOS DE BREMEN» EM EBOOK

No âmbito do MIBE (Mês Internacional da Biblioteca Escolar), as crianças e jovens do Agrupamento de Escolas de Monchique foram desafiados a produzir ilustrações de contos de fadas e de contos tradicionais do mundo. À biblioteca escolar chegaram dezenas de trabalhos fabulosos, coletivos e individuais, dos diferentes níveis de educação/ensino, do pré-escolar ao 3.º ciclo.

Um desses trabalhos coletivos deu origem ao ebook que a seguir se partilha.
Trabalho original, a partir do qual se produziu o ebook.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

EU, LEITOR(A), SUGIRO «VAMOS AQUECER O SOL»

 

            O livro Vamos Aquecer o Sol é uma sequela de O Meu Pé de Laranja Lima. Ambos representam a infância de José Mauro de Vasconcelos. Eu gostei bastante de ter lido Vamos aquecer o sol. A obra foi bem escrita e conseguiu cativar-me durante toda a minha leitura. No entanto, eu gostei mais da primeira obra, o que, provavelmente, se deve ao facto de eu ter criado expetativas muito altas em relação ao segundo livro, por ter gostado imenso de O Meu Pé de Laranja Lima.

            A minha personagem favorita é o Zezé, porque mesmo sendo ele já um adolescente, continua com a mesma pureza, inocência e rebeldia da sua infância, o que me fez amar a personagem. Além disso, a obra permite-nos criar um vínculo maior com o jovem, ao apresentar-nos a sua infância difícil, marcada pela falta de amor e de carinho, por parte da sua família.

            De todos os capítulos, o que me chamou mais à atenção foi o primeiro da terceira parte do livro. Nessa parte da história, após o Zezé mudar de casa, ele decide que vai roubar o mamão da sua vizinha, Dona Sevéruba, durante a noite. Enquanto eu lia a aventura do protagonista, eu só conseguia pensar em qual seria a minha reação, se eu visse um rapaz de 14 anos, a entrar no meu quintal só de tanga e com uma faca na cintura, a roubar o meu mamão e que, ainda por cima, teve a coragem de lá voltar para deixar as cascas. Sinceramente, eu acho que ficaria muito irritado e ao mesmo tempo ia-me desmanchar a rir.

            Eu senti-me bastante encorajado enquanto lia este livro, devido à persistência inabalável do Zezé, que me fez sentir que nada é impossível e que nunca devemos desistir dos nossos sonhos. O Zezé, com toda a sua rebeldia e imaginação, via-se metido em grandes sarilhos e, mesmo assim, nunca desistia dos seus propósitos. Mal conseguia escapar de mais uma das suas travessuras, já começava a planear outra! Era mais forte do que ele. Exemplo disso foi quando uma noite ele decidiu entrar na mata de Manuel Machado e, mais uma vez, teve uma das suas ideias, que não lembram a ninguém!  Começou a gemer, com todas as suas forças, com o propósito de assustar as pessoas, para que pensassem que se tratava de uma alma penada. E mesmo sabendo dos perigos que corria, repetiu o mesmo, em muitas outras noites, até que toda a população estava já amedrontada. O Zezé só parou depois da Dadada, a empregada lá de casa, o ter apanhado em flagrante, e de ter ameaçado que contaria a toda a gente que era ele a alma penada. Isso mostra que Zezé era persistente, que apesar de viver no seu mundo imaginário e solitário, ele tinha objetivos e lutava para conseguir alcançá-los.

            Para ultrapassar a falta de amor e de carinho por parte da sua família, o Zézé criou, na sua imaginação, personagens que o ajudavam e confortavam nos momentos mais difíceis.   

            O Sapo Cururu, a quem ele chamava de Adão, segundo a sua imaginação, vivia no seu coração e era ele quem aconselhava Zezé, para que parasse de fazer asneiras. Ao mesmo tempo, também o encorajava a acreditar mais em si e dizia-lhe para ser mais compreensivo e para se aproximar do seu pai adotivo.

            O Zezé era um rapaz tão criativo, que chegou a transformar um ator famoso, que ele muito admirava, no seu pai imaginário. Esse ator chamava-se Maurice Chevalier. Nele, o adolescente encontrava todo o amor e o carinho de um verdadeiro pai.

            Estas personagens, fruto da sua imaginação, ajudavam o Zezé a não se sentir tão só e incompreendido, visto que somente no colégio ele tinha um amigo, Fayolle. Este era o único que o ouvia, sem fazer julgamentos, e que se preocupava com ele.

            O Zezé era um menino com bom coração e o facto de ele ser muito endiabrado devia-se à falta de uma família que o amasse e se preocupasse verdadeiramente com ele. Mas, felizmente, ele conseguiu ultrapassar tudo isso, devido à sua imaginação.       

            Para mim, a principal mensagem que o livro me transmitiu foi que, por muitos que sejam os nossos problemas, nunca devemos deixar de sonhar. Os sonhos fazem parte da vida e mesmo que esta esteja complicada, nunca devemos desistir de nada. Devemos, sempre, tentar encontrar uma solução, acreditando mais nas nossas capacidades e acreditando que, se nos esforçarmos, conseguimos alcançar os nossos objetivos. 

            Sim, o amor, o carinho e os sonhos preenchem a nossa vida e são indispensáveis para sermos felizes.

André Sampaio, 9.º B.



sábado, 11 de dezembro de 2021

LÍNGUA APURADA: UM DESAFIO DIFERENTE


Este será o último desafio de 2021. Propomos-te, por isso, um desafio ligeiramente diferente do habitual!

Apresentamos-te um formulário com algumas confusões e erros frequentes na língua portuguesa, mas sem as habituais explicações prévias …!

Aceitas o desafio?

Posteriormente, faremos uma estatística com as respostas de todos os participantes, para verificar qual aquela em que mais pessoas acertaram e aquela em que houve mais dificuldades.  Dar-te-emos a conhecer esses resultados.

Queres experimentar? 

Então avança! Clica aqui e testa-te!


terça-feira, 7 de dezembro de 2021

A ARTE DE RECONTAR CONTOS ATRAVÉS DA ILUSTRAÇÃO

No âmbito do Mês Internacional da Biblioteca Escolar, que se assinalou em outubro, os alunos do Agrupamento de Escolas de Monchique foram desafiados a selecionar um conto de fadas ou um conto tradicional de qualquer parte do mundo e a recontá-lo através da ilustração. 

Além das seis turmas da Educação Pré-Escolar e da turma do 1.º ano da Escola EB1 N.º 2, que apresentaram surpreendentes trabalhos coletivos, recorrendo a diferentes técnicas de ilustração, participaram individualmente neste concurso 85 alunos dos três ciclos de escolaridade: 56 do 1.º ciclo; 1 do 2.º ciclo e 28 do 3.º ciclo. Os prémios não atribuídos no 2.º ciclo, por ausência de concorrentes, reverteram, por decisão do júri, para o 1.º ciclo, tendo sido premiados cinco trabalhos neste nível de ensino. 

Depois de um moroso trabalho de apreciação das ilustrações a concurso, que implicou, inclusivamente, a releitura de contos, o júri, constituído pela professora bibliotecária e por dois docentes de Educação Visual (a professora Madalena Teixeira e o professor João Cristina), selecionou como vencedores os trabalhos que a seguir se apresentam.

1.º CICLO

Autora do trabalho: Lia Jade (4.º ano, Escola EB1 N.º 1)

Autor do trabalho: José Duarte (3.º ano, Escola EB1 N.º 2)

Autora do trabalho: Amélia Jorge (2.º ano, Escola EB1 N.º 1)

Autora do trabalho: Nádia Francisco (2.º ano, Escola EB1 N.º 2)

Autora do trabalho: Marline Alexandre (1.º ano, Escola EB1 N.º 2)

2.º CICLO

Autora do trabalho: Matilde Messia (5.º ano, turma B).

    3.º CICLO

Autora do trabalho: Maria Inês Costa (7.º ano, turma C)

Autor do trabalho: Roberto Rodrigues (7.º ano, turma B)

Autora do trabalho: Beatriz Petreques (7.º ano, turma A)

Os autores dos trabalhos premiados receberam uma caixa de lápis de cor e um livro de banda desenhada.



segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

LÍNGUA APURADA: DESCRIÇÃO OU DISCRIÇÃO


Pois espanta-te: as duas formas são corretas!

Então, quando usar uma e quando usar a outra?

Descrição (do latim «descriptione-») é um nome relacionado com o verbo descrever e significa «representação fiel de algo; relato; exposição exata e viva de um facto, lugar ou paisagem».

Exemplo: Fazer uma descrição completa do acidente.

Outros exemplos:

Descrição da fotografia;
Descrição do perfil profissional;
Descrição do cargo.

·   Discrição (do latim «discretione-») é um nome que significa «qualidade de discreto; circunspeção; reserva; modéstia; discernimento; segredo; prudência».

Exemplo: Ninguém se apercebeu, ela fez tudo com discrição.

Outros exemplos:

Discrição nos gestos;
Discrição no comportamento;
Discrição na fala.

Pronto(a) para te pores à prova?

Responde ao quiz, em anexo. Clica aqui.

«GRALHAS», O NOVO LIVRO DE EDUARDO DUARTE, JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NA BIBLIOTECA ESCOLAR

O escritor monchiquense Eduardo Duarte, antigo aluno da nossa escola, acaba de lançar Gralhas, o seu quarto livro, o segundo de poesia, novamente com a chancela da On y va.

A apresentação da obra teve lugar no passado dia 3 de dezembro e esteve a cargo de Carlos Almeida, amigo de infância do autor, num evento organizado pela Junta de Freguesia de Monchique e transmitido em direto no Facebook.



A nossa biblioteca dispõe já de um exemplar desta obra, que está à disposição de todos os leitores.

Para aguçar o prazer de a ler,  partilhamos com os nossos leitores um dos seus 116 poemas.

Pergunta à Alice

Alice,
Quem te disse
Que a realidade é coisa oca?
Que sem imagens
Todas as paisagens
São rostos sem palavras na boca?
Foi o relógio ou um coelho atrasado
Quem te encolheu o mundo
E respondeu, apressado,
Que a eternidade dura apenas um segundo?

Eduardo Jorge Duarte, Gralhas, Editora On y va, 2021, p. 24. 

sábado, 4 de dezembro de 2021

ESCRIT@TOP.COM - CRÓNICA VI «PRIMEIROS ANOS DE VIDA»

 PRIMEIROS ANOS DE VIDA 

«Nasci» no meio da Serra. Rodeado de árvores e de animais, escutando o bonito som da natureza.

Acordava cedinho, para ir à pré-primária, onde brincava com os meus amigos. Quando chegava a casa, pousava a mochila e ia a voar por canteiros e caminhos de terra batida, onde vivi grandes aventuras. Percorria mares e cidades nunca antes vistas, tudo através da imaginação.

Vivia livremente como uma Borboleta, era uma criança completamente realizada. Adorava plantar árvores com o meu avô.

A coisa que mais me apavorava era quando o meu vizinho soltava os seus dois cães! Dois pastores alemães puros, que tinham fogo nos olhos e raiva no coração, preparados para levar tudo à frente.

Hoje em dia as coisas mudaram. O meu avô foi visitar Jesus, as árvores que plantámos arderam e eu cresci. Com esta idade, percebemos que a vida não é uma brincadeira. Temos de tomar diversas decisões e temos de possuir muita responsabilidade. Sinto falta dos velhos tempos, quando não tinha preocupações e não tinha consciência de nada.

Pedro Alves, 9.º A, N.º 13.

IMAGEM: @N. Lemos

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

PROBLEMATIK 12 - FÉRIAS DE NATAL


Na turma do Artur há 28 alunos.

 Sabendo que:

👉 13 alunos já passaram as férias de Natal na Serra da Estrela,

👉 17 alunos já passaram as férias de Natal no Algarve,

👉 6 alunos nunca estiveram nem no Algarve nem na Serra da Estrela,

quantos alunos é que já passaram férias no Algarve e na Serra da Estrela?

Deixa a tua resposta no formulário em anexo. Clica aqui.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

ESCRIT@TOP.COM - CRÓNICA V «PLANETA AZUL MUDA DE COR»

 PLANETA AZUL MUDA DE COR 

Eu, caminhando sozinho no matagal gigante, olho para os dois lados e vejo uma floresta linda, calma e sobretudo limpa. Paro. E sinto que algo vai acontecer. Fecho os olhos e percorre-me um calor tremendo. Quando abro os olhos, aquela floresta linda, calma e linda, desapareceu, e só vejo árvores queimadas, plantas secas, arbustos a arder, e pergunto-me quem é que terá feito isto.

Logo sei que foi um ato de mão humana e faço um protesto na minha cabeça. Por que razão a pessoa terá feito isto, é um ato muito desumano e assim o planeta está a sofrer. Entro em casa com sacos de compras e ligo a televisão, vejo eucaliptos enormes em fogo, árvores a queimar e tudo a arder. Digo: «Isto não é o planeta Terra!» As pessoas deveriam cumprir com as regras propostas pelos governantes e manter tudo o que seja incendiável fora do alcance das florestas.

Lembro-me de, quando era mais novo, ir viajar e ver serras enormes a tocar as estrelas, rochedos gigantescos e flores lindas de morrer. O planeta Terra é um lugar extraordinário, mas os incêndios todos fizeram com que a atmosfera piorasse e o planeta azul passou a ser chamado de «planeta cinzento», pois há florestas queimadas, lixo em todo o lugar e oceanos cheios de peixes mortos por conta da poluição e dos fogos. Mas isso tudo aconteceu por simples atos de pessoas que só querem ver o mal do planeta.

Posso dizer que por conta disso o planeta ficou assim: cinzento. Agora, eu já nem consigo ouvir falar de incêndios, que os cabelos do braço saltam logo!

André Revés, 9.º A, n.º 4.

IMAGEM: @N. Lemos

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

1.º DE DEZEMBRO: DIA DA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

 RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

Com a morte do jovem D. Sebastião, na batalha de Alcácer-Quibir, Portugal enfrentou um problema de sucessão. Após o insucesso do Cardeal D. Henrique no comando da monarquia, Portugal foi regido por três reis espanhóis, Filipes de Espanha, durante 60 anos, período que ficou conhecido por Domínio Filipino.

A 1 de dezembro comemora-se o dia da Restauração da Independência de Portugal do domínio filipino, que durou no nosso país de 1578 a 1640. 

Esta data relembra a ação de nobres portugueses, um grupo designado “Os Quarenta Conjurados”, que, a 1 de dezembro de 1640, invadiram o Paço Real e mataram Miguel de Vasconcelos, o representante da Espanha em Lisboa, aclamando D. João, duque de Bragança, como rei de Portugal. Entre o início do assalto e a proclamação do novo rei, D. João IV, que se encontrava no Palácio de Vila Viçosa, mediou apenas um quarto de hora, durante o qual se deu a queda de todo um regime e se restaurou a independência nacional.

O grupo de nobres que deu origem ao golpe sabia poder contar com a adesão popular. Assim, logo após o golpe, foi designado um governo provisório encarregue dos assuntos mais urgentes até que D. João IV chegasse a Lisboa.

A restauração da independência foi a consequência de um período de grande descontentamento por parte da população portuguesa, descontente com a União ibérica, entre Portugal e Espanha. A União Ibérica originou problemas à população portuguesa, com sobrecarga de impostos e envolvimento de Portugal nos conflitos de Espanha.

O dia da Restauração da Independência, 1 de dezembro, é um feriado nacional. 

Autora do trabalho:  Lara Jaime, 8.º C.

Fontes consultadas:

https://www.mundoportugues.pt/2020/12/01/porque-hoje-dia-1-de-dezembro-e-feriado/
https://portal.oa.pt/comunicacao/noticias/2020/11/comemoracao-da-restauracao-da-independencia-1-de-dezembro-1640/  
https://www.infopedia.pt/$primeiro-de-dezembro-de-1640

D. JOÃO IV 
Fonte da imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Joao_IV_de_Portugal.jpg

D. João IV foi um monarca português nascido em Vila Viçosa a 19 de março de 1604. A partir de 29 de outubro de 1630 tornou-se o 8.º duque de Bragança. Casou com D. Luísa de Gusmão, espanhola de nascimento, a 12 de janeiro de 1633. Foi escolhido pelos obreiros da Restauração para rei de Portugal. O dia 1 de dezembro de 1640 foi a data da restauração da independência de Portugal face ao reino de Espanha. Terminava assim a dinastia filipina, que durante 60 anos governara Portugal.  D. João IV foi aclamado rei a 15 de dezembro.

D. João IV teve o apoio da grande maioria da sociedade portuguesa, o que lhe permitiu criar novos impostos, desvalorizar a moeda e recrutar voluntários para fazer face às necessidades monetárias e humanas, de um confronto militar que se adivinhava próximo com a vizinha Espanha.

Durante este período, D. João IV, com o objetivo de legitimar a revolução e obter auxílio militar e financeiro, enviou embaixadores para as principais Cortes europeias. Era necessário convencer os reinos europeus de que D. João IV não era um rebelde, mas sim o legítimo herdeiro do trono que havia sido usurpado pelos Filipes. D. João IV apresentou-se, assim, como o legítimo herdeiro do cardeal D. Henrique, pois, em 1580, quem deveria ter sucedido no trono era D. Catarina, duquesa de Bragança, e não Filipe II de Espanha. 

D. João IV faleceu a 6 de novembro de 1656, deixando o reino, política e militarmente organizado, entregue à regência de D. Luísa de Gusmão.

Autor do trabalho: Daniel Francisco, 8.º A.