segunda-feira, 11 de outubro de 2021

ESCRIT@TOP.COM - CRÓNICA I: «VELHO AMOR»

 VELHO AMOR 

Pego na bicicleta e saio de casa. Tarde com um sol radiante. Desço a rua e reparo que os pneus estão vazios. Ao encher, fico a ouvir aquele barulho relaxante que as cegonhas fazem com o seu bico de tamanho imenso. Sigo caminho. Ao chegar à zona ribeirinha, abrando. Observo as gaivotas que estão à volta dos repuxos de água. Mais à frente, observo com atenção um casal de idosos, sentados num banco, a comer um gelado, olhando o rio. O sorriso que ambos tinham na cara, comendo o seu gelado de chocolate e baunilha, era satisfatório. Um sorriso que mostra como o amor pode ser tão idoso quanto as pessoas. Respiro. Abro um sorriso no rosto. Continuo a volta, mas aquela situação fica a fervilhar na minha cabeça. Penso que, como o amor, a vida, a felicidade pode ser tão simples, e tão boa. Circulo.

Viagem quase concluída. Volto à zona ribeirinha, pois é a minha vez de pedir um gelado. Enquanto dou o dinheiro à rapariga, olho para o banco onde estavam os dois idosos sentados. Já lá não estão, mas de certeza que seguiram caminho com a mesma felicidade.

 Gil Matos, 9.º A, N.º 6.

IMAGEM: @N. Lemos

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