A história infinita do π
Em 1992, os irmãos Chudnowsky calcularam o valor de π com mais de dois mil milhões de casas decimais!
Julgando o fim a chegar,
o π deu de começar
a preocupar-se consigo.
E um dia fez a bagagem
e partiu numa viagem
ao fundo do seu umbigo.
Mas o umbigo era mais fundo
do que o umbigo do mundo
e o π regressou mais
baralhado que à partida,
de cabeça confundida
com cálculos decimais…
Hoje o π, já muito velho,
senta os netos nos joelhos
e fala-lhes de Alexandria,
da China, de Chung Zhi,
de Al-Kashi, de Al-Kwarismi,
da Casa da Sabedoria.
E dos milhares de milhão
de casas onde viveu
na sua aventurosa existência,
desde o dia em que nasceu
da estranha relação
dum diâmetro e uma circunferência.
2
Manuel António Pina, Pequeno Livro de Desmatemática
O poema de Manuel António Pina foi o ponto de partida para uma atividade prática, na Biblioteca Escolar, sobre o valor do π, dirigida às três turmas do 6.º ano, numa parceria com a professora Sónia Petreques.
Reconstituídos os versos do poema, onde faltavam algumas das palavras de rima, a leitura fez-se, em voz alta, individualmente e em grupo, de forma alternada, mas envolvendo todos os alunos... e as professoras.
Seguiu-se a leitura da história «O π», do mesmo autor, num jogo de «passo a leitura». O π foi- se apresentando e o seu valor (3,1416...) foi ficando na memória.
Mas faltava testar as informações transmitidas no poema e na história de Manuel António Pina, ou seja, descobrir a relação entre o perímetro de uma circunferência e o seu diâmetro. Feitas as medições e os cálculos, o resultado foi sempre 3, ..... (qualquer coisa). Nas medições mais exatas, o resultado aproximou-se mesmo do 3,1416... .
É caso para se concluir:
Afinal, Matemática e Poesia rimam em harmonia!
Sem comentários:
Enviar um comentário