quarta-feira, 31 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - « MAR»

 POEMA 31

J. M. William Turner, «O aguerrido Temeraire», 1838.

MAR

Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Poema e imagem recomendados por: Tomás Albano, 8.º ano / Turma C.


terça-feira, 30 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «SER PENTE OU SERPENTE»

 POEMA 30


Fonte: LUÍSA DUCLA SOARES, A Cavalo no Tempo, Porto Editora, 2015, p.36.

Poema recomendado por: Miguel Valério, 6.º ano / Turma A.

👉 Para ouvir o poema na voz do Miguel, clica aqui.


SELO CURIOSO 19 - HISTÓRIA (D. MARIA II)

O selo antigo que hoje publicamos foi emitido em 1953 para assinalar o 1.º Centenário do Selo Postal em Portugal e, tal como o primeiro (1853), apresenta o busto da Rainha D. Maria II.

Este selo deu origem a um meticuloso trabalho de pesquisa realizado por três alunos do 6.º ano, que a seguir se publica, e cuja leitura nos dará a conhecer alguns pormenores interessantes da vida desta monarca portuguesa.

Na disciplina de HGP falamos da independência do Brasil e da Guerra Civil em Portugal, entre Liberais e Absolutistas, o que nos levou a falar do nosso rei D. Pedro IV, da sua filha D. Maria da Glória e de algumas outras personalidades históricas importantes desse período.

Assim, nas aulas de apoio ao estudo, fizemos uma pesquisa sobre aquela que foi apenas a segunda rainha reinante do nosso país! Aproveitamos essa pesquisa para vos apresentar este selo curioso. Eis alguma informação que aprendemos sobre D. Maria da Glória, que ficou conhecida entre os portugueses como D. Maria II: 

  • Nasceu no Rio de Janeiro em 4 de abril de 1819;
  • Morreu em Lisboa, em 15 de novembro de 1853 (morreu ao dar à luz pela décima primeira vez!);
  • Era filha de D. Pedro IV, rei de Portugal (primeiro imperador do Brasil) e da sua primeira mulher, D. Leopoldina de Áustria;
  • Não chegou a casar com o seu tio, D. Miguel (como D. Pedro tinha prometido, ao abdicar do trono de Portugal); 
  • Ficou conhecida pelo cognome de “A Educadora";
  • Em 28 de janeiro de 1835 casa com o príncipe Augusto de Leuchtberg, que morreria dois meses depois. A 9 de abril de 1836 casa pela segunda vez, com D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota. Desse casamento nasceram onze filhos, entre os quais D. Pedro e D. Luís, futuros reis de Portugal;
  • Esta rainha governou num período particularmente difícil da História portuguesa.

    
Data de consulta: 23/02/2021.

Trabalho realizado por: Rodrigo Gaspar, Miguel Souza e Afonso Varela, 6.º B.

Supervisão e colaboração: Professora Daniela Caramalho. 


segunda-feira, 29 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «A MULHER II»

 POEMA 29

Paula Rego, «The Shakespeare Room», 2005.

 A MULHER II  

Ó mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosas duma imagem
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doces almas de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!

Florbela Espanca 


Poema e imagem recomendados por: Maizy Washington, 8.º ano / Turma C.

Data de Consulta: 10-03-2021

SELO CURIOSO 18 - HISTÓRIA (S. MARTINHO DE DUME)

A coleção de selos antigos da nossa biblioteca continua a dar origem a interessantes trabalhos produzidos alunos com a colaboração e supervisão dos docentes.

O selo que hoje se publica, emitido em 1953 no âmbito do XIV Centenário da Chegada de S. Martinho de Dume à Península Ibérica, representando o Santo com o traje de Bispo, despertou o interesse de dois alunos do 5.º ano que, depois de um apurado trabalho de pesquisa, produziram o interessante texto que a seguir se transcreve.


Joana – Tiago, conheces São Martinho de Dume?

Tiago – Sim, conheço! Não te lembras que falamos dele em HGP, quando estudamos as invasões bárbaras?

Joana – Lembro! Por isso é que te perguntei… É que, depois dessa conversa com a professora, fomos pesquisar mais coisas sobre ele. Sabias que não tem só um sobrenome?

Tiago – Isso, não… Quais são?

Joana – Olha, por exemplo:  Martinho de Braga, Martinho Dumiense e Martinho Bracarense… E tu, sabes mais sobre ele? Quero ver quem, de nós os dois, pesquisou mais coisas 😝

Tiago – Sim, sei. Sabias que ele foi um bispo de Braga e de Dume considerado santo pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa? E nasceu longe! Na Panónia, Hungria, no século VI… Mas descobri mais coisas… Ele também ficou conhecido como o "apóstolo dos suevos", porque foi quem os converteu ao Cristianismo. Também é conhecido por dominar os dias da semana em língua portuguesa. Vê lá tu que ainda nem Portugal existia como reino, já havia pessoas a falar a nossa língua! E tu, descobriste mais alguma coisa?

Joana – Sim, também sei mais sobre a biografia dele.

Tiago – Podes-me contar?

Joana – Sim, claro. Vi que estudou grego e ciências eclesiásticas no Oriente. De volta ao Ocidente, dirigiu-se para Roma e para a França, para continuar os estudos. Era um homem muito viajado e culto.

Tiago – Acho que ganhamos os dois este jogo de aprender mais com novas pesquisas. Temos de fazer isto mais vezes!


Trabalho realizado por: Joana Dimas e Tiago Faustino, 5.º B.

Supervisão e colaboração: Professora Daniela Caramalho.


domingo, 28 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «TEMNHO TENTO SENTIMENTO»

 POEMA 28


Data de consulta: 25/03/2020.

Poema recomendado por: Lisa Ferreira, 5.º ano / Turma A.

👉 Para ouvir o poema na voz da Lisa, clica aqui.


sábado, 27 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «O SOL»

POEMA 27
«Pôr do sol». Fotografia de Francisco Duarte.

O SOL

Na infância o sol era um companheiro mais alto,
Que aparecera primeiro no campo de futebol, e aí, parado,
Guardava as costas da baliza e a erva que se tornava quente.
Como se o sol fosse de facto um instrumento de cozinha,
Aperfeiçoado, antigo, mas instrumento, matéria
Que os meninos agarravam com os dedos e cuja
Intensidade podiam por vontade própria regular.
Por exemplo: quando a luz era excessiva
Os dedos protegiam os olhos. Outras vezes
O corpo parecia a conclusão
Natural, instintiva, do calor que vinha de cima:
Recebíamos o sol como o ponto final recebe
Uma frase. Fazia mais sol quando eu tinha seis anos
(quem o fazia?) ou com o tempo e o tédio
Me fui distraindo? 

                                                 Gonçalo M. Tavares

Poema recomendado por: Francisco Duarte, 9.º ano / Turma B.

Imagem: «Pôr do sol». Fotografia de Francisco Duarte.

sexta-feira, 26 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! «A CAVALO NO TEMPO»

 POEMA 26


Fonte: LUÍSA DUCLA SOARES, A Cavalo no Tempo, Porto Editora, 2015, p. 5.

Poema recomendado por: Inês Domingos, 6.º ano / Turma B.

Para ouvir o poema na voz da Inês, clica aqui.

EU, LEITOR(A), SUGIRO «A LIBERTAÇÃO DO TIGRE»

 

Eu, leitora, sugiro a obra «A libertação de Tigre», de Kate DiCamillo, porque é um livro fantástico que nos conta a história de Rob Horton, um rapaz que vivia com o seu pai num motel.

Rob tinha um problema de pele e, como o Diretor da Escola pensou que era uma doença infecciosa, proibiu-o de frequentar as aulas e, por isso, ele teve de ir trabalhar com o pai.

Um dia, Rob conhece Sistina, uma rapariga que, devido à separação dos pais, tinha acabado de chegar e ainda não estava ambientada. Esta amiga destemida ajuda Rob a ganhar mais confiança e desafia-o para muitas aventuras. Juntos, vão tentar libertar um tigre enjaulado que Rob encontrara dias antes no bosque.

Esta história fez-me pensar que, tal como o tigre, há pessoas que vivem “enjauladas” numa vida que não escolheram, até que um verdadeiro amigo como Sistina os ajuda a serem mais livres.

Eu sugiro este livro, não só por contar uma história agradável, mas também por ter aventuras emocionantes e por me ter ensinado que nem sempre o que pensamos ser certo é o que está certo.

Inês Duarte, 7.º ano / Turma B

A DASH OF POETRY «MY BIG FAT CAT»

 My Big Fat Cat

I own a big fat cat-
The fattest for miles around.
Wherever there's lots of food,
That's where he'll be found.

He's really good at eating.
It's a talent, I suppose.
I'm sure if he keeps at it
He'd win the talent shows.

I own a big fat cat-
He weighs at least a ton.
He couldn't run to save his life.
Yes, he isn't much fun.

His favourite room's the kitchen.
(I'm sure we all know why.)
He eats just about everything,
So that's why, with a sigh...

I'd like to tell you, Teacher,
I'd like to tell you straight,
I might have "accidentally" dropped
My homework in his plate.


Poema recomendado e lido por: Leonor Valério, 8.º ano / Turma A.

👉 Para ouvir o poema na voz da Leonor, clica aqui.

quinta-feira, 25 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «AUSÊNCIA»

 POEMA 25

Paul Cézanne, «Man Smoking a Pipe», c. 1902.

AUSÊNCIA 

Num deserto sem água 

Numa noite sem lua 

Num país sem nome 

Ou numa terra nua 

Por maior que seja o desespero 

Nenhuma ausência é mais funda do que a tua. 

 Sophia de Mello Breyner Andresen

Poema e imagem recomendados por: Diana Vicente, 9.º ano / Turma A.

Data de Consulta: 08-03-2021.

EU, LEITOR(A), SUGIRO «O MUNDO É UMA BOLA»

 

Eu, leitor, sugiro um livro do autor português de que gosto bastante, Álvaro Magalhães, O mundo é uma bola, que é o primeiro livro da coleção «Os Indomáveis FC».

A história fala-nos de dois irmãos que mudaram de cidade pelo divórcio dos pais. Como praticavam o seu desporto favorito, o futebol, procuraram na sua nova zona de residência um clube onde pudessem jogar. No entanto, viram-se confrontados com a desilusão de não serem escolhidos pelo clube nos testes que fizeram, porque os escolhidos foram os miúdos que eram os filhos de amigos dos treinadores. Não sendo escolhidos, juntamente com outros miúdos da rua, formaram uma equipa, um clube de bairro começado do zero.

O livro retrata uma realidade com as suas desilusões e as suas dificuldades, mas também transmite esperança e a ideia de que existe sempre uma alternativa, que não nos devemos resignar, mas, sim, que podemos construir o nosso caminho e que nada é impossível.

Esta obra tem uma linguagem clara e real e, apesar de ser um livro sobre futebol, não é de todo exclusivo para rapazes! A motivação, a iniciativa, a coragem e principalmente a LIBERDADE é o que nos contagia e nos deixa rendidos a esta obra de Álvaro Magalhães.

«Lês e esqueces que estás a ler. Pensas que estás a jogar, a viver».


António Duarte, 7.º A, N.º 3

A DASH OF POETRY «PURPLE COW»

 The Purple Cow

I never saw a Purple Cow 
I never hope to see one.
But I can tell you, anyhow,
I’d rather see than be one!

                                     Gelett Burgess

Poema recomendado e lido por: Vasco Costa, 6.º ano / Turma B.

👉 Para ouvir a leitura na voz do Vasco, clica aqui.


quarta-feira, 24 de março de 2021

À DESCOBERTA DO PI (𝝅)

A LEITURA, a LITERATURA e a MATEMÁTICA juntaram-se para uma séria investigação sobre o 𝝅.

Tudo começou com uma interessante leitura do texto «O 𝛑» (in Pequeno Livro de Desmatemática, de Manuel António Pina), que levou alunos e professores numa curiosa viagem no tempo, pelos quatro cantos do mundo, em busca dessa fascinante e misteriosa «personagem» da realidade matemática.

A POESIA veio dar uma ajuda à investigação com o poema «A história infinita do 𝛑» e acabou por revelar que essa dita «personagem» «... nasceu / da estranha relação de um diâmetro e uma circunferência».

Avaliada a perspicácia (e os conhecimentos) dos jovens «investigadores» com a realização de um desafiante Kahoot, foi tempo de confirmar esta «estranha relação de um diâmetro e uma circunferência»

Munidos de papel, lápis, borracha, régua, tesoura e de um recipiente cilíndrico e de fio, os nossos «investigadores» passaram à ação.

As tarefas multiplicaram-se para lá dos écrans, com mais ou menos destreza, com mais ou menos rigor: usar um fio para contornar o objeto cilíndrico, de modo a obter a medida do perímetro do círculo; medir o diâmetro da base do cilindro...  

Clica sobre a imagem para a veres melhor.

E os resultados foram surgindo: 3,1416... . Estava, finalmente, descoberto o valor do 𝛑!

E o resultado foi sempre, sempre o mesmo? Pois... sim... mais ou menos... nem sempre! Então, a professora de Matemática lá ajudava (do lado de lá do écran): tenta lá outra vez; presta atenção às medições; para medires o diâmetro tens de passar mesmo pelo centro do círculo; agora tenta novamente a divisão...

Apetecia chegar lá, ajudar a medir, mas, por mais que se esticasse a mão... o écran não deixava!

O que interessa mesmo é que foi uma investigação concluída com sucesso. Agora, todos sabem: o 𝛑 é um número irracional cujo valor é 3,1415926358979323846..., ou seja, uma sequência infinita de dígitos.


MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «A PESCA»

 POEMA 24

Fonte: LUÍSA DUCLA SOARES, A Cavalo no Tempo, Porto, Porto Editora, 2015, p. 14.

Poema recomendado por: Afonso Varela, 6.º ano / Turma B.

👉 Para ouvir o poema na voz do Afonso, clica aqui.

A DASH OF POETRY «FIRE AND ICE»

FIRE AND ICE

Some say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I’ve tasted of desire
I hold with those who favor fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.

                             By Robert Frost


Source: https://blog.ixl.com/2016/04/05/10-poems-in-10-lines-or-less-for-national-poetry-month/

Poema recomendado e lido por: Isaac Vasques, 7.º ano / Turma B.


👉 Para ouvir o poema na voz do Isaac, clica aqui.

terça-feira, 23 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «DESINFERNO II»

POEMA 23

 Leonora Carrington, «Pastoral» (1950).

DESINFERNO II


Caísse a montanha e do oiro o brilho
O meigo jardim abolisse a flor
A mãe desmoesse as carnes do filho
Por botão de vídeo se fizesse amor

O livro morresse, a obra parasse
Soasse a granizo o que era alegria
A porta do ar se calafetasse
Que eu de amor apenas ressuscitaria

Luiza Neto Jorge

Poema e imagem recomendados por: Layla Hawcroft, 8.º ano / Turma A.

Fontehttps://www.citador.pt/poemas/a/luiza-neto-jorge
Imagemhttps://www.artsy.net/artwork/leonora-carrington-pastoral
Data de consulta: 10.03.2021 

 

A DASH OF POETRY «DESPITE THE STORMS

 Despite The Storms

Despite the storms,
beauty arrives like
it was always going to.
Despite the darkness,
the light returns.
Despite your loss,
your heart will be
full again.
Despite the breaking,
your heart will feel
like it belongs in the
land of joy once more.
This is how it will
always be. Keep living.

                                                      By S.C. Lourie  


Poema recomendado e lido por: Gabriel Furtado, 9.º ano / Turma A.

👉 Para ouvir o poema na voz do Gabriel, clica aqui.

segunda-feira, 22 de março de 2021

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Celebra-se hoje, dia 22 de março, o Dia Mundial da Água, data que visa alertar as populações e os governos para a urgente necessidade de preservação e poupança deste recurso natural tão valioso.

Para assinalar esta data, partilhamos com os nossos leitores um texto coletivo produzido, em março de 2019, pelos alunos do 3.º ano da Escola EB1 N.º 2, e que está publicado nas Histórias da Ajudaris' 19.                                                                       

Fotografia de Luís Duarte

                                                                       Monchique, 19 de março de 2019

          Olá, meninos do mundo inteiro!   

          O meu nome é Chic. Sou uma gota de água muito pequenina da serra de Monchique. Sou vivaça, ladina e muito curiosa. Vivo em algumas das ribeiras, nos riachos e nas fontes. Também salto das torneiras e, volta e meia, chego ao mar.

          No mar, encontro muitas gotinhas de água de todas as partes do mundo que me contam histórias terríveis. Dizem-me que a água doce está em perigo e que um dia pode acabar.

          Meninos, preciso da vossa ajuda! 

          É urgente poupar água: em casa, na escola, nos jardins, na rua… em toda a parte. 

          Poupar água é uma lição que todos temos que aprender, para que não haja meninos sem água para beber.  

                                                          
                                                                                          Um grande abraço molhado,                                                                                                                                      
                                                                                                                        Chic

A produção deste texto esteve também na origem de um poema, sobre a mesma temática, produzido por uma das docentes que orientaram os alunos.

Sou uma gota pequenina

Desta Serra de Monchique,
Sou vivaça e sou ladina,
Deram-me o nome de Chic.
 
Vivo em muitas das ribeiras.
As fontes vou visitar,
Também salto das torneiras,
Volta e meia chego ao mar.

Lá ouço histórias incríveis
Que também vos vou contar.
A água doce está em perigo
E um dia pode acabar.

Poupar água é uma lição
Que nós temos de aprender
P’ra que não haja meninos 
Sem água para beber.
                                


MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «A MINHA CIDADE»

POEMA 22 


Fonte: LUÍSA DUCLA SOARES, A Cavalo no Tempo, Porto Editora, 2015

Poema recomendado por: Daniela Reis, 6.º ano / Turma B.

👉 Para ouvir o poema na voz da Daniela, clica aqui.

A DASH OF POETRY «YOU WERE THERE»

 You Were There

When tears fell from my eyes,
you were there to brush them away.
When I was lost in confusion,
you were there to say that everything would be okay.
When I stood before you falling apart,
you were there to lend your heart.
When I felt like no one could understand,
you were there to take my hand.
When no one else was left to care,
you were there.

                       (Writen by Emily Robinson)   

Poema recomendado e lido por: Beatriz Vaze, 9.º ano / Turma B.
👉 Para ouvir o poema na voz da Beatriz, clica aqui.

domingo, 21 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «POEMA QUOTIDIANO»

POEMA 21
José Malhoa, «As promessas», 1933.


POEMA QUOTIDIANO

 

É tão depressa noite neste bairro
Nenhum outro porém senhor administrador
goza de tão eficiente serviço de sol
Ainda não há muito ele parecia
domiciliado e residente ao fim da rua
O senhor não calcula todo o dia
que festa de luz proporcionou a todos
Nunca vi e já tenho os meus anos
lavar a gente as mãos no sol como hoje
Donas de casa vieram encher de sol
cântaros alguidares e mais vasos domésticos
Nunca em tantos pés
assim humildemente brilhou
Orientou diz-se até os olhos das crianças
para a escola e pôs reflexos novos
nas míseras vidraças lá do fundo

Há quem diga que o sol foi longe demais
Algum dos pobres desta freguesia
apanhou-o na faca misturou-o no pão
Chegaram a tratá-lo por vizinho
Por este andar… Foi uma autêntica loucura
O astro-rei tornado acessível a todos
ele que ninguém habitualmente saudava
Sempre o mesmo indiferente
espetáculo de luz sobre os nossos cuidados
Íamos vínhamos entrávamos não víamos
aquela persistência rubra. Ousaria
alguém deixar um só daqueles raios
atravessar-lhe a vida iluminar-lhe as penas?

Mas hoje o sol
morreu como qualquer de nós
Ficou tão triste a gente destes sítios
Nunca foi tão depressa noite neste bairro

Ruy Belo

Poema e imagem recomendados por: Simão Manuel, 9.º ano / Turma A

 

A DASH OF POETRY: «LET'S CHANGE OUR THOUGHTS»

 Let’s change our thoughts

If there weren’t homophobic people
Maybe no one would be afraid to say their sexuality
And if there weren’t racist people
Maybe no one would get hurt
But if we try to change our thoughts
Maybe everyone will be happier
So let’s change once and for all
Because it will be better for everyone!
(Writen by Beatriz Francisco)
Poema escrito, recomendado e lido por: Beatriz Francisco, 9.º ano / Turma B
👉 Para ouvir o poema na voz da Beatriz, clica aqui.

sábado, 20 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «CHUVA»

 POEMA 20


Fonte: LUÍSA DUCLA SOARES, A Gata Tareca e Outros Poemas Levados da Breca, Teorema, 1990.

Poema recomendado por: Lucas Negrito, 7.º ano / Turma B
(com o apoio da professora Alexandra Porto)

👉 Para ouvir o poema na voz do Lucas, clica aqui.

A DASH OF POETRY: «WHY I RUN»

WHY I RUN


I run just because

to feel my heart pump

to know I exist

to feel my hair whip around me

to feel the wind sting my eyes

and to slow my chest burning

just to know I did something

(written by Katie Wiles)


Poema recomendado e lido por: Maria Laura Alves, 9.º ano / Turma B

👉 Para ouvir o poema na voz da Maria Laura, clica aqui.

sexta-feira, 19 de março de 2021

MARÇO, MÊS DA POESIA - UM POEMA POR DIA?! QUE BEM QUE NOS FARIA! - «BLUES DA MORTE DE AMOR»

POEMA 19
Fotografia de Riana Venda

BLUES DA MORTE DE AMOR

já ninguém morre de amor, eu uma vez

andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos,
depressões sincopadas, bem graves, minha querida,
mas afinal não morri, como se vê, ah, não,
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz,
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.

a gente sopra e não atina, há um aperto
no coração, uma tensão no clarinete e
tão desgraçado o que senti, mas realmente,
mas realmente eu nunca tive jeito, ah, não,
eu nunca tive queda para kamikaze,
é tudo uma questão de swing, de swing, minha querida,
saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber,
e eu não me arrependi, minha querida, ah, não, ah, sim.

há ritmos na rua que vêm de casa em casa,
ao acender das luzes, uma aqui, outra ali.
mas pode ser que o vendaval um qualquer dia venha
no lusco-fusco da canção parar à minha casa,
o que eu nunca pedi, ah, não, manda calar a gente,
minha querida, toda a gente do bairro,
e então murmurarei, a ver fugir a escala
do clarinete: — morrer ou não morrer, darling, ah, sim.

              Vasco Graça Moura

Poema recomendado por: Riana Venda, 8.º ano / Turma C

Imagem: Fotografia de Riana Venda.