sexta-feira, 16 de novembro de 2018

FINAL FELIZ para um VIOLINO: TEXTO A DUAS MÃOS


«Os braços caíram-lhe para os lados do corpo. Numa das mãos segurava o arco, na outra o violino. E, muito esguio, macilento, Mestre Finezas curvou a cabeça branca, devagar, como a agradecer os aplausos de um público invisível.»
Manuel da Fonseca, «Mestre Finezas»
in Aldeia Nova, Porto, Forja, 1975.

Mestre Finezas sentia-se ainda poderoso a tocar o seu violino, apesar da sua idade, já avançada… Só eu conseguia compreender bem o que lhe ia na alma, já que, pela vila, só se ouviam comentários negativos sobre Ilídio Finezas.
Antigos admiradores seus eram aqueles que mais o criticavam e lhe viravam as costas, pois diziam que ele já não tinha idade para trabalhar…
Passados alguns dias, Mestre Ilídio Finezas ficou muito doente e faleceu. Chorei de tristeza por perder um grande amigo, mas prometi a mim mesmo fazer alguma coisa na vila que perpetuasse a sua memória, para sempre.
Com a ajuda de um grande amigo, construímos na antiga barbearia de Mestre Finezas um museu de artes e ofícios.
Ali estão expostos todos os utensílios utilizados por Mestre Finezas e nas paredes coloridas foram colocados quadros relacionados com o dia a dia de uma barbearia. Bem no centro, à frente da velha cadeira de barbeiro, está em destaque, para todos verem, o violino de Mestre Finezas.
O Museu de Artes e Ofícios é agora o maior ponto de interesse da vila e eu (mais Carlos e menos Carlinhos) sou agora, como diretor, responsável pela sua divulgação nacional e internacional e assim, aos poucos, vão chegando à nossa vila pessoas de todo o mundo para admirar o museu.
Catarina Correia, 7.ºA,
Monchique, outubro de 2018.


Marc Chagall, «O Violinista Azul», 1947

 Marc Chagall, «O Violinista Verde», 1923

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