«Há muito, muito tempo havia num templo de uma
das províncias orientais uma velha e talentosa chaleira. Um dia, quando o
sacerdote do templo ia suspendê-la sobre o fogo, a fim de ferver água para o
seu chá, a chaleira ...»
Pearl S. Buck, «A Estranha e Talentosa Chaleira»
in Histórias Maravilhosas do Oriente, Lisboa, Livros do Brasil,
2006.
...
partiu-se! Mas o sacerdote não notou. Por isso, saiu e foi beber o seu chá,
tranquilamente. Mas, quando entrou outra vez para arrumar o templo, reparou no
sucedido e ficou muito triste, porque aquela chaleira era antiquíssima, do
tempo dos seus bisavós. O sacerdote ficou a pensar, a pensar, e lembrou-se que
há muito tempo, quando ainda era criança, tinha conhecido uma bruxa velha que
conseguia arranjar muitas coisas, embora por um preço exorbitante...
Então,
no dia seguinte, o sacerdote partiu com a intenção de visitar aquela bruxa, que
era de muito longe. Ele sabia que o conserto ia ter um preço muito elevado, por
isso, levou um saco de moedas de ouro que tinha encontrado algures no passado.
Depois de caminhar por muito tempo, finalmente, o sacerdote encontrou a casinha
da bruxa, que se localizava numa floresta muito bela, com rios de água
transparente e muitos animais.
O sacerdote bateu à porta e abriu-a uma velhinha de roupa rasgada e cabelo branco, que era a tal bruxa. O sacerdote explicou-lhe o que tinha sucedido e a ela disse então que conseguia arranjar a chaleira, mas que o sacerdote tinha de aceitar três condições: a primeira era mesmo pagar um preço muito elevado pelo arranjo, mas o sacerdote para isso já vinha preparado, e então aceitou, curvando a cabeça. A segunda condição era, imagine-se, que cada vez que ele usasse a chaleira ficasse com a língua azul, mas o sacerdote estimava tanto aquele objeto, que também aceitou, sem reclamar. Mas a terceira condição já era bastante mais complicada... O sacerdote teria que se dar ao trabalho de ir à floresta, encontrar uma árvore de um fruto exótico e transformá-la numa cadeira especial, para que a bruxa pudesse descansar as suas velhas pernas, como gostava, ao pé da lareira. O sacerdote queria tanto que a bruxa resolvesse o problema da chaleira, que também aceitou, ainda que muito sofrido pela perda de uma árvore.
Assim, enquanto a velha bruxa arranjava a chaleira, o sacerdote ia à procura da árvore exótica para fazer a cadeira. Ao fim de dois dias, estavam ambos muitos cansados, mas satisfeitos por terem conseguido cumprir as respetivas missões.
O sacerdote bateu à porta e abriu-a uma velhinha de roupa rasgada e cabelo branco, que era a tal bruxa. O sacerdote explicou-lhe o que tinha sucedido e a ela disse então que conseguia arranjar a chaleira, mas que o sacerdote tinha de aceitar três condições: a primeira era mesmo pagar um preço muito elevado pelo arranjo, mas o sacerdote para isso já vinha preparado, e então aceitou, curvando a cabeça. A segunda condição era, imagine-se, que cada vez que ele usasse a chaleira ficasse com a língua azul, mas o sacerdote estimava tanto aquele objeto, que também aceitou, sem reclamar. Mas a terceira condição já era bastante mais complicada... O sacerdote teria que se dar ao trabalho de ir à floresta, encontrar uma árvore de um fruto exótico e transformá-la numa cadeira especial, para que a bruxa pudesse descansar as suas velhas pernas, como gostava, ao pé da lareira. O sacerdote queria tanto que a bruxa resolvesse o problema da chaleira, que também aceitou, ainda que muito sofrido pela perda de uma árvore.
Assim, enquanto a velha bruxa arranjava a chaleira, o sacerdote ia à procura da árvore exótica para fazer a cadeira. Ao fim de dois dias, estavam ambos muitos cansados, mas satisfeitos por terem conseguido cumprir as respetivas missões.
O
sacerdote, como combinado, entregou a o saco de moedas de ouro e a cadeira e,
em troca, a velha bruxa devolveu a chaleira muito bem arranjada, com se nada se
tivesse passado.
O
sacerdote retomou então o caminho de regresso a casa, por meio de montes e
vales, e quando chegou, uma semana depois, sentou-se e suspendeu a chaleira ao
fogo para fazer chá. Quando ficou pronto, o sacerdote sentou-se ao pé da
lareira a beber o seu chá de gengibre com a sua língua azul.
Maizy Louise Washington, 7.º A,
Monchique, dezembro de 2018.
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