segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

«QUEM VÊ LIKES NÃO VÊ CORAÇÕES!»

O título do 5.º volume da coleção «O Estranhão» (Quem vê likes não vê corações!), de Álvaro Magalhães, é bem sugestivo e poderia dar pano para mangas numa boa discussão sobre as redes sociais. No entanto, aproximando-se o Natal, a Carolina Morais, da turma B do 7.º ano, deixou esse tema para outra ocasião e preferiu partilhar com os ouvintes da Rádio Foia um excerto da obra intitulado «Jesus Cristo e eu».


Imaginem que o Fred, o Estranhão, nasceu precisamente no dia 25 de dezembro, numa ambulância, quando a sua mãe ia a caminho do hospital.
«As ruas da cidade estavam iluminadas e as pessoas que passavam, carregadinhas de presentes, sorriam umas para as outras. Havia música no ar e grupos de jovens cantavam»


«Estavam todos, portanto, a festejar o nascimento de um menino. E quem poderia ser?»
Obviamente, o Fred pensou que estavam a festejar o SEU nascimento, pois não via mais menino nenhum acabado de nascer.
Ao chegar a casa, porém, percebeu quem era o tal menino.
«Era de barro e estava deitado numas palhinhas, diante da árvore enfeitada e cheia de presentes. Sim, era o Menino Jesus, que nasceu há dois mil e tal anos e continua a fazer anos».
E se, ao princípio, nascer no Natal até parecia uma coisa acertada, o Fred acabou por perceber que era uma concorrência desleal. «Quem pode competir com alguém que 2000 anos depois de ter vivido ainda continua a ser tão popular?»
Com o passar dos anos, os problemas e as confusões intensificaram-se. Fred foi desenvolvendo uma má relação com o «menino do presépio», mas ganhou-lhe respeitinho. «Como grandes males pedem grandes remédios», Fred tomou, finalmente, uma decisão grave:
«Para o ano, e depois também, passo a fazer anos um mês antes ou um mês depois do Natal. Talvez um mês antes, para não mudar de ano. Quero lá saber da data que está no cartão de cidadão. Para efeitos de festejos e comemorações, nasci a 25 de novembro, um mês a.D (antes Dele)».



Como podem imaginar, esta última edição de «Um Livro por Semana» de 2018 foi muito divertida. A Carolina acertou, em cheio, na escolha da obra e, com graciosidade e descontração, foi partilhando com os ouvintes da nossa rádio local episódios muito engraçados, recheados de  humor e imaginação.

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